Primeiro Dia de Aula!

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Depois do fatídico incidente que ouve com Mad, Jensey ficou com medo de falar com qualquer outra pessoa. Ele não soube explicar como aquilo acontecerá e tão pouco soube dizer o que aquelas visões significavam. Pareciam que ele mesmo a projetava na cabeça de Madson.

Ele foi para sua primeira aula e sentou-se na última carteira, a do final da sala. Quando as aulas começaram ele tentou ao máximo passar despercebido, mas não deu muito certo. A primeira coisa que a professora - que era também uma das freiras do orfanato - fez foi apresentar a Jensey a turma.

— Crianças quero que conheçam o novo morador do Royal Hill. Jensey, pode se apresentar para seus colegas?

Então com medo de que possa acontecer novamente o que aconteceu mais cedo com Madson ele levou-se e falou o mais rápido possível. As palavras saíram uma por cima das outras.

-Oie,Meu nome e Jensey. Tenho dez anos e faço onze daqui um mês.

A turma começou a rir e ele gostou daquele som. As últimas risadas que ouvira foi a de seus pais no carro. Aquilo trouxe a Jen uma sensação nostálgica e dolorosa. Seria sempre assim? Tudo o faria lembrar de seus pais?

Voltando a si ele começou analisar as crianças ali e percebeu que podia ser tão comum quanto elas. Se ele realmente tentasse de verdade poderia tentar se encaixar.

— Poderia ter sido mais devagar, mas já é um começo.

A vida de Jen poderia ter um rumo diferente, se não fosse aquela marca no seu pulso que ardia sempre que ele tinha um pensamento feliz. No decorrer da aula Jen conseguiu fazer novas amizades. Uma garota de cabelos curtos se apresentou como Maggie Parrish de dez anos. Teve também o Noah Calld de onze anos e assim seguiram as novas amizades, apareceu uma Betânia, um Taylor, Jacob e até uma menina chamada Sarah que tinha mecha de cabelos azuis. Jensey descobrira mais tarde que ela ganhou permissão para pintar os cabelos depois que voltou da ultima casa de adoção que não deu certo.
Jen foi educado com todos, sorriu e brincou durante o dia que se seguiu, mas sem tocar em ninguém. Ele não queria outro "incidente".

Na hora do almoço Jensey foi convidado a se sentar na sala de jantar junto de Maggie e de Noah. Ele descobrirá naquele dia que os novos amigos eram bem famosos naquele lugar e talvez ele juntar-se a eles chamaria atenção de mais. Porem, continuou ali sentado de frente para Maggie e ao lado de Noah, ignorando o perigo da situação.

— Então Jensey! Como foi? — Perguntou a garota Parrish.

— Não seja insensível Maggie. —rosnou Noah — ele não está aqui a nem dois dias e você já ataca o garoto.

Jen ficou apenas observando o nada enquanto decidia se respondia ou não. Para ele era novo ter que falar dos pais falecidos, mas uma hora ou outra ele teria que se acostumar a isso. A vida dele seria aquilo dali em diante.

— Acidente de carro. Estávamos indo para a Disney quando algo bateu na gente — então ele deixou uma pequena lagrima escorrer pelo canto do olho direito, mas limpou rapidamente. Ele não demonstraria fraqueza.

Ele ergueu o olhar quando sentiu Maggie pegar na sua mão.

— Tudo bem Jen, já passou. Vamos cuidar de você aqui.

Ele sorriu feliz em saber que já tinha amigos para contar seus problemas e quem sabe ate ser feliz.

— Só não vem me chamando de mamãe não pirralho.

Eles riram e terminaram seu almoço. Quando se retiraram em direção ao local de recreação ele ouviu quando Noah dirigiu-se a Maggie e perguntou.

— Então Meggie você ainda quer fazer aquilo? — perguntou Noah com uma feição de travesso. — sabe pode desistir né?

Jensey não entendeu do que eles falavam, mas ficou observando atentamente. Na sua cabeça ele sabia que eles iriam aprontar algo.

— Eu lá sou garota de desistir meu amor? Não, nós vamos. A não ser que você esteja com medo.

Então riu da expressão dele e eles pegaram a próxima direita no corredor final.
Naquele mesmo corredor havia duas portas. Uma logo que você virava a direita e a outra bem no final do corredor a um cinco metros de distancia. Jensey sentiu seu pulso arder e deixou um leve suspiro escapar de sua boca então foi aí que as outras crianças lembraram da existência dele ali.

— Desculpa Jen. Estamos acostumado a ser só nos dois que esquecemos que estava aqui. — falou Noah com um sorriso no rosto.

Era engraçado que alguém com tanta desgraça na vida como as crianças de um orfanato, aqueles dois nunca paravam de sorrir. Claro, eles estão aqui a tanto tempo que apreenderam conviver com a dor.

— Tudo bem. Eu estava escutando vocês. Que história é essa de desistir?

— E que eu e Noah fizemos uma aposta. Quem perdesse no video game iria para o quarto de Anastácia.

Ele deu de ombros e cruzou os braços.

— Ta. Qual Problema nisso? É só um quarto.

— Não é só um "quarto." — Maggie se aproximou dele e passou os braços em volta do pescoço de Jen e foi caminhando assim pelo corredor - é o quarto onde Anastácia morreu.

O sangue do garoto gelou, a cor sumiu de seu rosto e até e os pássaros — que não era muitos — pararam de cantar lá fora.

— Como é que é? Uma pessoa já morreu aqui? — Jen estava perplexo com história.

— Sim. Poucas crianças sabem. Eu e Noah descobrimos quando ele chegou aqui. — cada vez mais eles se aproximavam da porta do final do corredor — entramos no antigo escritório da Madame Credence sem querer e mexemos nas coisas dela.

Desta vez a porta estava somente a um metro dos três. Jen ainda tinha seu sangue correndo feito gelo por suas veias e a marca no pulso que insistia em doer cada passo próximo a porta. Noah apenas observava os dois, não era pra menos. Ele ouvira essa historia mais de uma vez, e que parecia ter vivido aquela história

— Como ela morreu? — perguntou um Jensey assustado e com cara de dor.

— É uma longa história pirralho e além disso você vai ficar com medo depois e depois não ira conseguir dormir.

Ele colocou às duas mãos na cintura tomando uma posição perante a acusação que a amiga lhe infligira.

— Eu não tenho medo viu. Pode me contar agora.

— Você fica tão fofo brabinho — disse Maggie apertando a bochecha dele — ta eu te conto. Foi assim que aconteceu.

Quando ela ia começar a falar ouvisse passos de gente e os três se assustaram.

— Melhor irmos para a sala de recreação logo, antes que sejamos pegos. Lá eu te conto.

Os três desordeiros saíram correndo em direção a primeira porta daquele mesmo corredor. Quando entraram bastante crianças brincavam ali. Umas jogavam jogos de tabuleiros, outras assistiam televisão e umas ate estavam lendo livros infantis.
Os três sentaram-se no canto distante da sala e Maggie retornou para a história.

— Então tudo começou quando Anastácia chegou aqui no Royal Hill ...

Caros leitores.
Estou dando algumas atualizadas e acertos nos capítulos, pequenas coisas foram acrescentadas, mas de grande importância. Então espero que gostem novas atualizações.
Com Amor Ethan.

ORPHANAGEWhere stories live. Discover now