Capítulo 12

2.8K 313 54
                                    


POV CHRISTIAN

Meu restante do dia havia sido infernal, tudo isso porque eu simplesmente não conseguia parar de pensar em belos olhos azuis e a pele perfeita e delicada, a qual eu havia tocado com tanto desejo na manhã passada. E talvez, tenha sido isso que me fez avançar em Anastásia no meio da sala de reuniões, tomando para mim aqueles deliciosos e convidativos lábios, que me levavam a loucura. Desde ontem eu estava demasiado excitado, louco para me afundar em Ana, mas graças a Melissa, minha foda matutina foi por água abaixo. A partir daí, eu sou quase como uma arma engatilhada, pronto para dar o primeiro tiro. Assim, creio que meu ataque à Ana pode ter sido, pelo menos um pouco, justificado. Contudo, só me dei conta que havia feito merda quando ouvi o maldito barulho da porta abrindo. Naquele momento, meu sangue inteiro gelou e eu só consegui pensar no quanto eu estava ferrado. Seria inadmissível dois CEO's se agarrando na sala de reuniões. Não poderia nem imaginar no que Will seria capaz de fazer.

É isso que dá pensar com a cabeça de baixo, Grey.

Como naquelas cenas de filme, foi como se tudo acontecesse em câmera lenta. Anastásia me encarava apavorada, seus cabelos bagunçados e os lábios inchados do nosso ardente beijo. Me virei rapidamente em direção a porta e vi Melissa segurando na maçaneta da porta. Ela estava impecável, vestindo uma camisa branca e uma saia lápis na cor preta. Seus sapatos, que eram de uma cor clara, grudaram no chão assim que ela nos viu. Seus olhos se esbugalharam e sua boca se abriu em um perfeito "O".

— Minha filha, oque você acha de... — Uma voz conhecida surgiu, parecendo a cada palavra citada, mais próxima de nós.

Melissa imediatamente girou em seus saltos e deu um passo em direção a saída da porta, a qual  foi deixada entre aberta por ela 

— Papai, o senhor não pode entrar. — Pela fresta da porta, vi Melissa empurrando o pai, não permitindo que ele chegasse a porta.

— Por que? — O tom desconfiado em sua voz não passou despercebido por Ana e eu. Nos entreolhamos.

— E agora? — Ela sussurrou, franzindo sua testa, sem saber oque Fazer.

— Eu não sei. — Admiti, também em um sussurro, minha falta de reação a respeito do que estava acontecendo.

— Porque, err... Porque — Voltamos a olhar para porta, prestando atenção nas pronuncias nervosas de Melissa. — Olha, pai. — Ana e eu inclinamos a cabeça, para ver melhor pelo espaço da porta e observamos Melissa apontar para algo atrás de Will.

Quando o pai virou de costas, ela imediatamente enfiou a cabeça na fresta da porta e sussurrou.

— Que merda estão fazendo aí parados? Se ajeitem, porra!

Ana se levanta da mesa e eu passo a mão pelo meu terno, tentando melhorar um pouco sua aparência amassada. Arrumo minha gravata e olho para Anastásia, que arruma seu blaser.

— Mas oque... Não brinque comigo Melissa. Preciso entrar. — A voz de Will sai mais firme e Melissa da um passo para trás.

Me afasto de Ana e sento em uma cadeira, enquanto ela continua de pé. Will consegue passar por Melissa, entrando na sala, abotoando seu paletó. Mel, que entra atrás do pai, olha para Ana e arregala os olhos novamente. Em um nanosegundo, ela segura os braços do pai e o vira para ela. Ela o abraça em seguida.

— Oque está fazendo?

— Estou com saudade, papai.

— Minha filha, você está tagarelando comigo desde que acordou. — Ele dá uma risada discreta, retribuindo o abraço.

Melissa olha para a amiga e passa a mão em seus fios loiros. Não entendo nada e já que não percebi nenhum movimento de Ana, acho que ela também não.

Entre o Ódio e o AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora