Capítulo 5 -- Reconstruir um coração Part. 2

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Presente

A canção que tocava no rádio era de amor. Helena queria chutar aquele rádio, ela não queria ouvir sobre amores que davam certo, o que era uma infantilidade pensou, certamente haviam casais separando quando ela e Renato estavam juntos, assim como haviam casais se formando no mesmo instante em que eles se separaram, mesmo assim ela não era obrigada a se torturar escutando aquilo, desligou o rádio e se concentrou de volta na estrada, estava dirigindo a horas, não sabia exatamente a quantas mas definitivamente a horas o suficiente para estar cansada e desconfortável.

- Ei por que você desligou o som?! Eu adoro essa música- resmungou Mari que estava no banco de trás

- Eu também gostava- murmurou de volta pra prima

- Oh sinto muito, essas pequenas lembranças vão demorar de sarar, mas pense pelo lado bom agora você vai ter que descobrir bandas novas pra gostar- Helena riu fracamente em resposta a tentativa falha de anima-la da prima

- Valeu Mari pelo incentivo, tenho certeza que descobrir novas bandas é a melhor parte de se terminar um relacionamento

Helena era grata por ter Mari em sua vida. Apesar de tudo o que passou a ruiva sempre tinha o jeito de colocar um sorriso em seu rosto e mostrar que tudo ia ficar bem no final.

16 horas, 5 paradas em postos, 3 refeições e uns 2 energeticos depois, ela finalmente chegou. Tudo o que seu corpo desejava agora era um banho e uma cama, os braços estavam dormentes e suas costas doíam como se tivesse levado uma surra, mas a mente não queria descanso, era 7:25 da manhã de segunda, enquanto ela atravessava a rua e estacionava em frente a um pequeno café no que parecia ser o centro da cidade, se é que podemos chamar aquilo de centro, consistia apenas no café que ficava em frente a praça e do lado da igreja, atrás uma escola e casas de varanda com cercas brancas e seus gloriosos jardins espalhados no que poderia ser uma pequena vila, deveria haver uma delegacia e um hospital em algum lugar mas de onde ela se encontrava eles não estavam a vista. Era tudo muito pacifico pra o caos que habitava em Helena, ela precisava desesperadamente de um café grande, resolver o que havia restado do seu relacionamento e partir. Cidades pequenas a deixavam agoniada.

- Você já sabe pelo menos por onde começar a procura-lo? - perguntou a Mari entre uma mordida e outra na rosquinha de chocolate, que ela se permitira comer diante da gravidade da situação

- É uma cidade pequena Mari, não deve ser dificil encontrar alguem que morou a vida toda aqui, eles devem todos se conhecer, isso é neh se o fato de duas garotas novas chegarem aqui  já não tiver corrido a cidade toda, aposto que a rede de fofoca aqui é a mais rápida que a da internet

Mari riu alto em resposta atraindo alguns olhares de repreensão por parte de velhinhos que tomavam seu café na mesa ao lado.

- Posso ajuda-las com mais alguma coisa?!- perguntou a garçonete loura e com o rosto juvenil, Mari viu nela uma fonte de informação

- Na verdade pode sim querida, estamos aqui procurando um cara alto, moreno, barbado, usa óculos

- Ah o Renato- disse a moça fazendo uma expressão de reconhecimento- ele chegou na cidade no sábado, mas o que vocês querem com ele?

- Olha é que a minha prima aqui tem uns assuntos a resolver com aquele imbe
- Somos amigos- interrompeu Helena, antes que Mari oferecesse sua raiva a pobre moça- E eu preciso falar com ele, ele deixou a cidade muito de repente e temos assuntos inacabados- terminou Helena sem deixar espaço para questionamentos- Sabe onde podemos encontra-lo?

- Eu posso te dar o endereço da Dona Marta, a mãe dele, ela não mora muito longe daqui

- Seria ótimo, obrigada...

- Elizabeth, mas todos me chamam de Liz, e vocês?!

- Eu sou a Helena e essa é minha prima Mari, você poderia nos indicar uma pousada ou hotel aqui perto Liz?!

- Tem a hospedaria da Dona Grace que fica a umas duas ruas daqui, vou anotar o endereço pra vocês também

- Obrigada Liz, você é muito gentil- agradeceu Mari com um sorriso

Helena saiu do café com dois endereços, muito suor nas mãos e uma ansiedade latente, Mari a conveceu a irem no Hotel primeiro ela queria dormir e Helena precisava de pelo menos um banho e um cochilo antes de ser gente o suficiente para lidar com o que viria, e assim chegaram ao pequeno hotel de aparencia acolhedora com a faixada pintada de amarelo, falaram com o cara da recepção e pediram um quarto, Helena entrou, tomou um banho, vestiu uma roupa e deitou, tudo no piloto automático, ela precisava se resolver estava inquieta e não parava de olhar o endereço que a garçonete havia lhe dado, olhou pra cama ao lado e viu Mari cochilando, era sua oportunidade pensou, calçou as botas e saiu silenciosamente do quarto levando o endereço e a chave do carro, saiu do hotel e dirigiu cuidadosamente a rua indicada no papel, se concentrando nas placas pra não se concentrar no que estava fazendo, até que inevitavelmente parou na casa pintada de verde claro número 12, que parecia tão acolhedora com seus jardins bem cuidados como todas as outras daquele lugar, ela respirou fundo umas três vezes antes de sair do carro, caminhou a passos lentos, nervosa e indecisa sobre o que falar e o que fazer, mas ela já estava aqui o que custava bater na porta?!

- Olá- a porta abriu de repente e uma jovem senhora de cabelos curtos de um castanho intenso a recebeu - Você é a Helena certo?! - Helena só consegiu balançar a cabeça concordando- Eu sou a Marta, o Renato falou muito de você, sabia que você viria

A mulher a encarava com um sorriso meio triste de canto de boca, era bonita e parecia com ele, embora fosse bem mais baixa, mas o que deixava Helena chocada era a mulher saber quem ela era e saber que ela viria atrás do Renato, será que ela sabia de tudo?! Se ela sabia então deveria entender a agonia dela por ter sido abandonada, ou deveria acha-la uma tola por ter vindo atrás dele, endireitando os ombros ela disse

- É eu vim ver o Renato, temos algumas coisas a resolver, ele se encontra?!- Marta fez uma expressão surpresa

- Ele não te contou?!

- Contou o que? Ele só foi embora me deixando um bilhete que dizia estar tudo acabado, só estou aqui pra resolver as coisas de uma vez

- Meu filho é ótimo em esconder seus problemas e em tentar proteger os outros deles- o sorriso triste deu lugar a tristeza pura- Sinto muito que ele tenha feito essa burrada com você, mas não foi por mal

- Sinceramente dona Marta- cortou Helena- Eu preferia conversar com ele, ele tá aí?

A mulher suspirou e pegou a bolsa em cima do apardor que estava ao lado da porta e saindo de casa trancou a fechadura e disse

- Vamos eu vou te levar pra vê-lo, estava indo pra lá agora mesmo

- Pra onde estamos indo?- questionou Helena a seguindo

- Para o hospital.

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Bjs no core de vcs ♡♡♡





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⏰ Última atualização: Aug 27, 2017 ⏰

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Pelas lentes do amor de HelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora