13.

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Mamãe está em clima de arrumação total. Varre a casa enquanto arruma, gritando:

— De quem são esses sapatos? O que estão fazendo aqui? — E todos nos escondemos no jardim. Quero dizer, Sam, Castiel, Felix e eu. Está fazendo calor também, então aproveitamos para nos sentar na grama e ficar de bobeira, colhendo margaridas.

Ouvimos um ruído, e papai surge ao lado do arbusto atrás do qual estamos abrigados.

— Oi, pai — cumprimenta Sam. — Veio se juntar à Aliança Rebelde?

— Sam, acho que sua mãe quer falar com você — anuncia ele.

Sua mãe. Código para: não me coloque no meio do plano maluco da vez. Não tenho nada a ver com isso.

— Por quê? — Meu irmão faz uma carranca. — Estou ocupado.

— Ocupado se escondendo atrás de um arbusto? — pergunto, com um bufo e uma risada.

— Você se ofereceu para ajudar? — arrisca papai. — Com os preparativos do evento da Avonlea? Acho que estão começando.

— Não me ofereci nada — retruca o menino, com expressão indignada. — Não me ofereci. Fui forçado. Isso é trabalho forçado.

— Você tem uma boa vontade tão grande — observo. — Ajudando o próximo e tudo.

— Não vi você ajudando o próximo — rebate ele.

— Acho que a gente devia ir logo — interrompe papai. — Ela está pronta para soltar os cachorros.

— Estou aqui entretendo Castiel — argumenta Sam, sem mover um dedo. — Estou entretendo um convidado. Quer que eu abandone a visita?

— Ele é meu convidado — retruco.

— Era meu amigo primeiro. — Sam me encara feio.

Tenho de ir mesmo — diz Castiel diplomaticamente. — Treino de polo aquático.

 Depois que ele foi embora, escutamos mamãe gritar

— John! Sam! Cadê vocês? — Naquele seu tom mais ameaçador que diz "vocês-vão- me-pagar", e nos damos conta de que não há mais razão para nos escondermos. Sam se arrasta de volta até a casa, como se fosse um condenado, e inspiro fundo algumas vezes, porque me sinto meio irritadiço.

Assim, estou bem. Não estou em pânico nem nada. Só um pouquinho...

Bem. Um pouco agitado. Não sei por quê. Provavelmente estou apenas voltando ao normal depois de todos esses meses poluindo o organismo com substâncias químicas. Tipo, quando foi a última vez em que soube o que era normal?

A cozinha está cheia das pessoas mais bizarras. Há uma senhora bem velhinha vestindo um tailleur roxo antiquíssimo, que é da mesma cor de seus cabelos — claramente uma peruca. Outra senhora, esta de meia-idade, usa tranças e sandálias. Há também um casal rechonchudo com pulôveres iguais da igreja St. Luke. E um homem de cabelos brancos em uma cadeira de rodas motorizada.

A cadeira é bem maneira, na verdade. Mas meio que atrapalha, ficando no caminho de todos.

— Certo! — Mamãe entra e bate palmas. — Sejam bem-vindos, todos vocês, e obrigada por estarem aqui hoje. Então, a festa começa às três. Comprei vários ingredientes... — Ela começa a tirar a comida das sacolas de supermercado, colocando-as sobre a mesa da cozinha (coisas como tomates e pepinos, alface e pão, frango e presunto). — Pensei em fazer sanduíches, rolinhos recheados, humm... Alguém mais tem alguma ideia?

À procura de Dean ✔️Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz