Cap. 1

291 51 94
                                    


Segundo as leituras antigas. Um ser que se encontra com a noite, não pode deitar com um ser que sela as noites com magia negra.  Um conjurador e um lobo jamais devem se tocar, ou despertaram a ira de Luna e Sallen, os mais poderosos de sua espécie, as criaturas que deram origem ao que são hoje em dia...Mas existem aqueles que não respeitam as regras, e sobre a luz do sol se encontram, tendo casos proibidos.
E de um desses casos nasceu um bebe especial, um bebe que unificou esses poderes, a fome por carne e morte com o poder da magia e do feitiço.
Cabeças iram rolar quando chegar aos ouvidos do patriarca dos lobos, e a matriarca dos conjuradores. Morrerão todos aqueles que ajudarem essa criança, porque o destino dela e ter o coração arrancado por um anjo caído, que nasceu no mesmo dia de um caso de uma meretriz e um anjo sujo.
Eis que aquilo não soava de bom grado ao mestre dos infernos. Lúcifer, aquele maldito, estava em pólvoras nervoso. Queria também dar um jeito de entrar naquela discórdia, apesar de tudo, mesmo que fosse necessário ter sua própria herdeira ou herdeiro. Uma criança que fosse chamada sua. E assim o fez. Em poucos dias, nasceria uma menina, aquela que seria chamada "a sua amaldiçoada herdeira". Aquela que governaria os quintos dos infernos, literalmente"

_________________________________________________

— É verdade isso será?

— Não sei, mas em matéria do coisa ruim não se pode duvidar muito do que possa fazer viu? Além disso, cada história tem sua cota de verdade, seu nascimento inexplicável, ou as vezes já foi explicado, mas nós não acreditamos.

— Acha, Diego, isso seria impossível. Acha que Gabriel permitiria uma coisa dessas?

— Não sei. Afinal de contas os três não mantém contato conosco.

Ambos deram um suspiro fundo enquanto olhavam para a terra até que sentissem um calafrio na espinha ao olharem uma jovem saindo de um carro com a mochila nas costas.

— Credo.

— Você sentiu também?

— Sim. — Henrique franziu o cenho e cerrou os olhos pensativo.

— Era como se estivéssemos olhando pro coisa ruim um momento.

— Realmente é verdade. E olhando bem para os cabelos dela...

— Pretíssimos...

Se entreolharam por um só instante e de repente tiveram um choque e conseguiram dizer ao mesmo tempo.

— É a menina da escritura!

— Será? — Dizia Diego desconfiado.

— Com certeza deve ser...olha aquilo. Não. Tem algo diferente naquela menina. Repara bem meu amigo. Olha como ela soa... Diferente.

— Ta, isso está mais louco do que nunca. — Ele rolou os olhos e continuaram a visualizar a menina em silêncio com as expressões sérias.

××× Enquanto isso ×××


Bem ainda estou nesse fim de mundo olhando para uma TV. A partir de segunda feira começarei a frequentar o colégio e isso me deixou entediada​ e muito. Não sei a razão. Mas entedia. As vezes pensar que minha mãe mandou eu ir embora sem razão , faz com que eu acredite que ela meio que me expulsou de casa. Ou algo bem parecido com isso. Por que não é possível da noite pro dia tudo mudar de uma forma tão desconsiderável como está.

     Aquela viagem de carro pela qual passei, foi a coisa mais estranha da minha vida. Não falamos nada, mas ao mesmo tempo o cara me olhava a cada dez segundos no espelho do carro. Sei lá a razão, acho que ele tava com medo que eu fosse me jogar do carro.

  Gente bizarra.

    Fico em silêncio comendo umas bolachas, enquanto passa um filme de terror na TV, bem escandaloso de princípio, mas logo ganha aquele ar romântico gay inacessível. Odeio romances. Tão nada haver. Ninguém é feliz pra sempre.

— Agora ela vai lá e beija ele.

Ri irônica sussurrando aquelas palavras juntamente. Então num pequeno instante ouvi a porta e me levantei andando em direção a ela. Merda, tinha esquecido que estava de pijama e a única coisa que cobria boa parte de meu tórax era meu cabelo, já que a blusa acabava dois dedos abaixo de meus seios. Suspirei fundo e olhei para o senhor que lá estava parado. Deve ta procurando a projeto de freira hippie.

— Boa tarde — Ele sorriu meio amarelo. — Está sozinha aqui?

— Sim, mas o que o senhor quer?

— Eu preciso falar com você. — Vou ser estrupada, tenho certeza— É um assunto sério.

— Olha tio, o senhor deve ta fumando muita maconha, porque eu acabei de vir pra ca e não conheço ninguém. Então vamos dizer apenas que: Ou você sai, ou toma uma portada no nariz.

— Menina grossa. É rapido.

Bati com a porta na cara dele e fui resmungando de volta pra dentro subindo as escadas vagarosamente. Tava nem ai pra nada. Ótimo. To numa cidade de velhos tarados.

Entrei no quarto que ela me preparou e olhei a mala que ainda estava feita ao pé da cama. Não sabia se era aquilo que eu realmente queria. Só me sentei na cama e aos poucos me deitando levei o olhar ao teto que tinha um espelho diferente. Bem turvo. Espelho de quarto de princesa. A moldura toda preta com detalhes em roxo forte. Fitei aquela imagem e franzi o cenho. Bizarro. A minha prima realmente não é nada normal. Fechei meus olhos e tentei dormir um pouco raciocinando ainda o que estaria acontecendo aqui. Será que eu fui abandonada? Será que meu pai endoidou? Será que eu ia ser emancipada?
Quanto tempo aquilo ia durar? E então como num surto a imagem daquele homem franzino voltou a minha cabeça, e o pior de tudo era que agora eu estava curiosa demais pra saber o que ele queria me falar. Mas tinha medo que fosse um estripador, estuprador. Sei lá.

— Letizinha cheguei. — Broxei agora em.

— Ta bem prima — gritei de volta.

Porra meu, Letizinha? Ai meu nariz. Rolei os olhos e os abri de uma vez dando de encontro com o espelho, foi então que me deparei com uma imagem minha completamente diferente do que eu sou, estava num vestido longo todo roxo escuro e tinha uma tiara negra na cabeça. De fundo havia de cada lado dois garotos estranhos. Um tinha em mãos a imagem de um pequeno anjo todo vermelho de asas negras. O outro possuía um sorriso malicioso nos lábios, enquanto segurava uma espada preta manchada de sangue puríssimo. E em minhas mãos estava um tridente dourado sujo da mesma forma. Tomei um puta susto e balancei minha cabeça em negação varias vezes seguidas. Olhei para lá novamente e não havia nada. Eu deveria estar em transe do sono ainda. Que viagem, preciso parar de ver filmes de terror. Ainda mais agora que tenho um espelho no teto, isso vai ficar horrível pra mim. Muito horrível.
Levantei- me rindo da minha própria cara e dirigi os passos descalços pra porta saindo de dentro do quarto e indo onde aquela fanática religiosa estava. Tudo bem amar Deus, louvar, orar. Mas ela já era fanática. Era cada regra cabulosa. Dava até medo.
Desci as escadas em velocidade alta e a encontrei na cozinha fazendo café. Bem já que estou aqui, vou aproveitar o tempo pra comer.

LuxúriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora