Vinte Sete. | Parte I.

9.7K 781 35
                                    

Lulu Santos não havia chegado ainda e então por tal motivo bandas caiçaras tocavam e animavam o público. Tinha muita gente. O palco estava montado na altura do Canal 2 e o público chegava até a Praça das Bandeiras. O palco acabou sendo montado bem para trás.

Eu e Bia compramos uma Beats e começamos a beber e a zoar de leve cantam algumas músicas conhecidas. Os meninos estavam demoram então mandei uma mensagem.

"Ta aonde?"
"Tava mijando kkkkk to na direção da bandeira perto da água"

Me virei e vi o traste do Otavio caminhando com o celular na mão, parecia está esperando uma mensagem. Vai ficar no vácuo pra parar de ser gostoso!

Bia notou a presença do Edu, que na mão segurava um violão, ela foi até ele e o selou. Otávio continuou a vim na minha direção, mas parou no meio do caminho e começou a falar com uma garota de cabelos cacheados e castanhos. Pegou o celular e digitou algo bem depressa. Ele me olhou e viu que eu encarava e fingiu falar no telefonema, riu pra garota e saiu andando devagar.
Acha que me engana, safado já está pegando o número de outra.
Como você é trouxa, Gabriella.

Ele se a chegou e me cumprimentou com um selinho.

Otávio: Que cara é essa Ruiva?
Gabi: Nada! Tem erva aí?
Otávio: Ta viciada já né, Gabi?
Gabi: Ta louco? - Peguei ele pela sua mão e o puxei. - Vamos lá com os pombinhos.

Se a chegamos até eles e começamos a beber novamente e então optamos por ir pro meio do público.

Coloquei o celular que estava em minhas mãos no meu bolso. Automaticamente eu senti alguém retirar e me virei pra trás rapidamente.

Gabi: Devolve, Otávio.
Otávio: Devolver o que, garota?
Gabi: Meu celular que eu sei que tá contigo!
Otávio: É deixa mesmo ele aí amostra, vai. - Retirou do bolso de sua bermuda e me entregou. - Chatona.
Peguei o celular da mão dele e coloquei na cintura.
Gabi: Vamos tirar foto?
Otávio: Não.
Gabi: Por favor, amor.
Otávio: Não. - Foi mais grosso.
Gabi: Só uma foto mano. - Falei irritada.
Otávio: Caralho Gabriella eu já falei que não porra.
Ele gritou tão auto que me assustou, ele nunca havia feito isso e ainda mais em público.
Gabi: É isso! - Me soltei dele.
Otávio: Gabi. - Segurou meu braço devagar. - Desculpa, ta? Depois nóis tira, o Lulu vai entrar já.

Respirei fundo e fiquei quieta por que eu não queria brigar para não estragar nossa viagem, e Otávio nervoso vai querer matar alguém pra se acalmar, e o que mais tem gente aqui é pra virar alvo para as maldades dele.

O Lulu entrou no palco e começou a animar minha noite. Sempre gostei dele e sempre ouvi MPB, apesar de a maioria achar música de velho, eu as admiro pelas letras e pela forma de como são cantadas e que apesar do tempo elas sempre farão sentido e estarão de acordo com o nosso mundo atual em que vivemos. O que muito difícil nas músicas de hoje em dia que só falam de orgia, droga e dor de corno (traição).

Quando o show acabou a Mangueira entrou e os garotos de cara se animaram, por que não entendem de música boa (risos). Amo samba, mas Lulu Santos é foda.

Eu e a Bia deixamos eles lá e fomos dar uma volta, conversamos bastante e ela me deu diversas conselhos por que ouvi Otávio gritar comigo por algo tão banal. E me ensinou a fazer com que ele não ficasse se crescendo para cima de mim. E revelou também que na verdade ela é amante do Edu, e que a mulher dele é uma criança de quinze anos e é retardada demais pra ele, que nem imagina que ele vive na mundo do crime. Coitada! Essa aí com certeza não conhece o homem com quem ela dorme e muito menos a maldade do mundo!

Ficamos enrolando e tentando fazer o corre da maconha. Mas ninguém estava vendendo nada naquela praia. Bia é acostumada a vir pro litoral paulista e disse que é estranho, por que o que mais tem desde o canal 1 até o canal 7 são gente vendendo droga. Eu ri do modo engraçado com que ela falou e só então resolvemos voltar para onde os meninos estavam. A Mangueira já havia terminado de cantar e soltaram vários fogos. Eu ria com o Otávio zoando dizendo que aquilo eram as sobras dos fogos de artifício do réveillon, como sempre fazendo gracinhas, não?

Nath voltou acompanhada do Alex. O Edu tinha saído com sua moto para fazer sei lá o que por que eu não havia entendido.

Nath: Gente vamos lá no mirante?
Bia: Caralho, bora brotar. Lindo pra caralho Gabi, tu precisa ir.
Alex: Bora caralho.
Bia: Vou mandar mensagem pro Edu dizendo que nós tá lá.

Ela falou enquanto entrava no carro. Mal entramos e a Bia já começou a bolar um beck e quando olhei pro lado o Otávio bolada outro. E depois eu sou a drogada né!

Otávio: Ae viado, tu tem aquela música lá do TH, boladão de pau duro?
Alex: Porra, essa é monstra hein irmão.

Eles riram e eu e a Bia rolamos os olhos. Alex procurou a música e achou e ainda colocou no último volume. Mereço?

Ele acelerou o carro e começamos a fazer fuma com aquilo tudo fechado. O carro parou no sinal vermelho e havia um ponto de ônibus ao lado. As pessoas olhavam assustados para dentro do carro. Otávio viu e abaixou o vidro, pegou o beck da minha mão e ficou fazendo graça pras pessoas. Que xingavam alguma coisa. Eu comecei a rir feito besta, eu no efeito da maconha só sirvo para dar risada e ver tudo em câmera lenta.

O sinal verde se abriu e o Alex arrancou com força dali com a Veracruz. Otávio cismou com aquela música.

Otávio: Boladão deu pau duro. - Cantou enquanto pegava minha mão e punha no seu pau. Continuou... - Pergunta pra ela lá, se ela se arrepende? Tipo ginecologista, de buceta nos entende. - Soltou a fumaça no meu rosto.

GABIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora