Onze.

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Abri os olhos, fechei. Minha cabeça parecia explodir. Com dificuldade abri os olhos, estava no quarto da Fabi. Olhei em volta e ela e Mari dormiam ainda. Me levantei e fui lavar o rosto, terminei e desci pra cozinha, dei de frente com Otávio.

Otávio: Maldade o que tu fez Ruiva.
Gabi: O que foi que eu fiz? Não lembro se quase nada.
Otávio: Deu pra perceber, tava loucona.
Gabi: O que eu fiz?
Otávio: Pegou o baile todo, menos eu. - Gargalhei alto.
Gabi: Então você queria me pegar Otávio? - Falei chegando perto dele e coloquei a mão em sua barriga.
Otávio: Ruiva, não provoca que tu não aguenta. - Falou baixo.
Gabi: Será que não aguento? Nunca tentou pra ver amor. - Falei no seu ouvido e o vi se arrepiar. Ele me pegou pela cintura com força no seu colo e me encostou na parede, beijou meu pescoço e foi subindo pra minha boca.

Fabi: Eu não tô vendo isso Brasil. - Gritou na entrada da cozinha, me assustei e desci do seu colo com pressa.
Gabi: Seu irmão tava querendo me pegar.
Otávio: Tua amiga é tarada, uma hora dessas me chamando pra cá.
Fabi: Vão se foder - Riu. - Lá no quarto por favor e não esqueçam dos preservativos.

Sai andando e deixei ela lá, catei minhas coisas e fui pra casa quase voando, sem saber onde enfiar minha cara. Quando pisei o pé na sala já dei de cara com minha mãe. É agora que eu apanho de cinta gostoso.

Lilian: Olha Gabriela, pra onde você quiser sair você saia, agora só me avise quando for dormir fora.
Gabi: Desculpa mãe, é que ficou muito tarde e fiquei com medo da senhora brigar! - Que horas fui embora?
Lilian: Vou ir ver meu namorado, tá? - Eu ouvi bem?
Gabi: Repete, acho que o som de ontem afetou meu ouvido. - Por que eu tô falando assim? Ainda tem álcool no meu corpo.
Lilian: Não sou gravador Gabriela.
Gabi: Por que você não me contou que estava conhecendo alguém?
Lilian: Você nunca me perguntou ué!
Gabi: Por que tá sendo assim comigo?
Lilian: Por que a minha filha era um exemplo para todos. Agora ela anda com bandida.
Gabi: A Fabiana não é bandida. - Gritei.
Lilian: Eu tô indo, não vou discutir com uma bêbada. - Faliu batendo a porta.

Chutei a mesa de centro com raiva e senti meu pé doer, gritei e comecei a chorar, joguei tudo pra longe e me joguei no sofá aos prantos. Fui pro meu quarto alguns minutos depois e tomei um banho super longo. Saí e senti minha barriga roncar. Vesti um short jeans, uma blusa cinza com algumas coisas escritas e calcei um vans, pus minhas pulseiras e colar, passei perfume e desodorantes, fiz uma make básica e prendi o cabelo num rabo de cavalo. Fui até o quarto da minha mãe e peguei o cartão e o cartão transporte, peguei meu celular e mandei uma mensagem pra minha mãe. Fechei a casa e desci o morro. Chegando lá em baixo peguei um ônibus, me sentei e coloquei meus fones de ouvido e fui ouvindo música até descer.

Atravessei a rua olhando para os lados, andei duas quadras e entrei no Mc Donalds, entrei na fila e quando chegou minha vez pedi um big mac, uma sprite e uma batata grande. Me sentei e comecei a comer. Peguei meu celular e comecei a mexer nele. Até que o ser humano mais insuportável me chama.

Tavinho 🤑: Tá aonde doida?
Gabi 💋: Mc mc tranquilinho 🎶
Tavinho 🤑: nem convida os amigos, olha só
Gabi 💋: pode vir!!! To sozinha mesmo, encosta, eu pago 😋

Nem sei de ele visualizou ou não, por que eu tirei a visualização e o visto por último. Terminei de comer e ainda sentia fome, então pedi um Mcchicken, estava na metade do lanche quando a figura descarada do Otávio me atravessa a porta de entrada. Todo arrumado, de boné e óculos de sol. Que merda que eu fiz? Ele veio até mim sorrindo, e tirou os óculos de sol. Sentou-se.

Gabi: Você é louco? Você não pode vir aqui.
Otávio: Você que pensa. Venho direto aqui filhota.
Gabi: Hum, vai comer não?
Otávio: Acabei de comer, mas vou lá pedir um mc flurry, quer?
Gabi: Quero!
Otávio: Mas tu come viu menina
Gabi: Fome pra sempre - Rimos. Ele se levantou e pediu, voltou e começamos a tomar o sorvete.
Otávio: Não tá mais com medo de mim não?
Gabi: Nunca tive
Otávio: Entendi.

Ficamos em silêncio, terminamos de tomar nosso sorvete e nos levantamos para ir embora. Acompanhei ele por que tenho a absoluta certeza que ele está de carro ou está de moto. Fui caminhando ao lado dele, ele parou e me olhou, parei também com cara de "vai logo carniça", mas ao contrário de ir pra frente, ele veio andando na minha direção enquanto eu dava passos para trás.

Para facilitar e pararmos de andar, ele pegou na minha cintura e me colou na parede, passou a mão nos meu rosto e colocou meu cabelo para trás da minha orelha, enquanto nos olhava-mos nos olhos. Senti minha respiração ficar pesada, ele estava se aproximando mais do meu rosto. Ele me selou, eu fechei os olhos. Puxou meu lábio para si, abri minha boca e ele enfiou sua língua, chupei a língua dele, ele começou a brincar com a minha enquanto explorava a minha boca em perfeita sintonia, puxou meus lábios inferiores novamente, mordeu, e passou os dele na minha boca para eu morder também, assim fiz. Ele me selou novamente, abri os olhos e pude ver ele abri os dele também, ele sorriu sem graça para mim, assim como eu para ele.

Otávio: Eu tô de carro, vamos?
Gabi: Vamos.

Entramos em uma Santa Fé Grand e me sentei no carona, ele deu partida e seguiu até o morro, chegando na entrada parou o carro, ligou e desligou os faróis duas vezes para que vissem que além de morador da favela, era quem ele é, os meninos da entrada do morro abaixaram as armas e deram passagem, assim ele subiu catando pneu.

GABIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora