Capítulo 20

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Enquanto aqueles olhos a olhavam apavorados, ela se deu conta que não fazia o que ele havia lhe pedindo: respirar. Puxou o ar com toda força pelos pulmões, tossindo. Alfonso franziu a testa, preocupado. Ele levantou suas mãos levando ao rosto dela a fazendo o mirar e o que viu foi como se mil homens houvesse lhe dado uma surra: os olhos dela estavam com lágrimas e seu queixo tremia de maneira brutal, assim como todo seu corpo. Pôde sentir quando sua respiração voltava ao normal. Ela parecia sentir nojo, ódio e raiva. Ele a olhou ainda mais dentro dos olhos e ela respondeu, lhe retribuindo com um olhar de desprezo pelo homem que ainda jazia dentro de seu corpo. Alfonso lhe tirou as mãos do rosto, enquanto sentia seu corpo se tornando frio, na medida que ela cada vez mais ficava fria e trêmula. Então, o olhando nos olhos e tirando as mãos de cima do corpo dele, Anahi conseguiu expressar.

Anahi: Eu quero que saia da minha casa agora! - Alfonso franziu a testa. O quê?

Poncho: O quê?


Anahi: Você fingiu estar bêbado, não foi?

Poncho: Eu não...

Anahi: Você fingiu estar bêbado para dormir comigo, não foi Alfonso? Como você pôde ser tão sujo? Era o seu triunfo? Sua meta?

Poncho: Do que você está falando? – Perguntou, incrédulo, enquanto pensou que a mirada que ela lhe lançava poderia chegar a matar alguém.


Anahi: Mas é claro! - gargalhou irônica - Algumas palavras bonitas, a bebedeira, a minha casa, a festa.. .É tudo tão obvio!

Poncho: Do que você está falando, Anahi? E não entendo porque...

Anahi: ERA SOBRE O IAN QUE VOCÊ FALAVA, NÃO ERA ? - se descontrolou, se agitando.

Alfonso pegou seus pulsos com força os colocando presos com as suas mãos contra a parede. Então, assim de fácil, as cenas da noite anterior vieram em sua cabeça. Cenas que havia se esquecido. Ela realmente estava com ele.

Poncho: VOCÊ ESTÁ COM ELE? ESTÁ DORMINDO COM ELE, É ISSO O QUE TE PESA TANTO? - a balançou e Anahi bateu novamente as costas contra a parede. - Meu Deus, o que eu to fazendo na sua casa? 

Anahi: O que você está fazendo, Alfonso? - olhou para baixo, onde seus corpos ainda seguiam unidos. – Sexo! É isso o que você está fazendo. Dos bons e do mais barato. - Alfonso ia lhe gritar algo, mas se calou. Havia lhe dado um tapa na cara com suas palavras.

Ele a olhou com o mútuo desgosto, separando de imediato seus corpos e saindo do boxe e do banheiro, Anahi grudou na parede. Seu corpo ainda estava mole e se sentia tão envergonhada. Se sentia tão baixa. Assim, de fácil, ele havia chego, dormido em sua cama, para logo depois, com muita facilidade, adentrar em seu corpo, para fazer o que sempre fizeram de melhor, sexo.

Começou a esfregar o corpo com tanta força com uma bucha com sabão que só parou quando as machas vermelhas começaram a arder. Se enxaguou, ainda com força e colocou o roupão. Seu cabelos estavam molhados e seu rosto ardia de decepção e vergonha de si mesma. Havia jurado. Havia jurado que nunca mais se entregaria a um homem qualquer, ainda mais a Alfonso Herrera.

Quando pisou no quarto teve uma surpresa. Já estava arrumado e ele estava sentado em sua poltrona, de frente para a janela, vestido com o traje da festa, mas com alguns botões da camisa branca abertos, sem a gravata borboleta e os cabelos seguiam molhados.

Ela arregalou os olhos. O que ele ainda fazia ali? Sentindo sua presença, Alfonso se virou com a expressão que havia se esquecido nas ultimas horas: a arrogância, a prepotência e o poder. Levantou-se com o olhar fixo nela, com o olhar fixo no que a presença dela exercia naquele quarto.

Anahi: Eu quero que...

Poncho: Fica quieta, Anahi! - a olhou, se aproximando mais ainda. Anahi temeu, ele iria matá-la, seu olhar denunciava. - Quer saber? – cuspiu as palavras no rosto de Anahi - Chega dessa maldita palhaçada! Ora, Anahi, você já me provou o que tinha que provar... - se aproximou – Parabéns! Não há um único homem ou mulher que não abaixe a cabeça ou diga que você é estupidamente linda ou maravilhosa quando você passa. Parabéns! A sua profissão é estupenda e você é uma super empresária. Parabéns, Anahi! A sua casa e o seu carro são maravilhosos. Parabéns, Anahi! Por ter se formado em dois anos em uma das melhores faculdades. MAS NEM ISSO, NEM A COR LOIRA DOS SEUS CABELOS, VAI MUDAR O QUE VOCÊ É, ENTENDE? E VOCÊ É MINHA... PORQUE, MESMO QUE VOCÊ MUDASSE DE ESTADO E REFIZESSE SUA VIDA POR COMPLETO, EU A ACHARIA. ENTENDE? - Anahi se assustou, dando alguns passos para trás. - PORQUE ESTÁ ESTAMPADO NA SUA CARA E NO SEU SORRISO FALSO QUE VOCÊ NÃO É FELIZ, TENDO IGUAL OU O DOBRO DO DINHEIRO DO REI DO MUNDO. PARABÉNS, QUERIDA! ALFONSO HERRERA ESTÁ FALANDO QUE VOCÊ NÃO É MAIS UMA PROSTITUTA. Porque, se era isso que você queria... - A pegou pelos braços a jogando na cama.- Foi isso que você teve! Porque você pode provar ao mundo o que você é agora, Anahi. - se colocou em cima dela, imobilizando o corpo de Anahi. – Porque, se é sexo o que eu procuro, como você mesmo disse, eu poderia ter procurado alguma mulher que me desse, não concorda? E isso seria bem fácil, Anahi, não duvide. - a sacudiu um pouco na cama. – Mas, quer saber? Assim, de simples, é seu corpo que eu desejo, é a sua boca que eu adoro que se encoste à minha e é os seus gritos que me convulsionam ao prazer final. De forma que, ás vezes, eu até mesmo me assunto. Não os gritos de uma empresária boa da vida, que tem tanto dinheiro quanto eu e é tão arrogante feito eu, entende doçura? - relembrou como ela mesma falava - A questão nunca foi quem você era, mas sim como você fazia. Porque eu to pouco me lixando para isso, porque se eu voltasse para esse país e encontrasse você em qualquer beco eu Teria lhe feito amor da mesma maneira que fiz na porcaria do seu banheiro... Entende? Meu carma é você, não a sua profissão ou os seus cabelos loiros. - dito isso, se levantou a deixando imóvel e com o corpo todo trêmulo, ainda.

Uma Linda Mulher (Adaptada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora