Capítulo 36

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___ não me lembro de quando essa missão virou suicida.
Caleb suspirou, ele parecia realmente arrependido de ter vindo.

___ não me lembro de quando chamei algum de vocês pra vir comigo. Se quer ir embora, fica a vontade.
Respondi sem nenhum ânimo pra ouvir coisas do tipo.

___ calma vocês dois, não podemos brigar, não nessa altura do campeonato, já estamos vulnerável unidos, imagina separados.
Jhenny falou entrando no meio.

___ ela tem razão. Agora vamos usar a cabeça pra pensar em algo, não podemos ficar andando por aí, precisamos de um plano.
Falou Miguel ficando ao lado de Caleb, enquanto saíamos da estrada de terra.

___ eu posso ajudar.
Escutamos uma voz logo atrás de nós.

___ quem é você?
Perguntou Miguel.

___ sou Michael... Eu posso ajudar vocês. Pelo que sei, vocês não são daqui e não conhecem o caminho. Nem sabem como sair dessa floresta, além do mais eu conheço alguém que pode ajudar vocês a chegar onde vocês querem.

___ por que devemos confiar em você? Pelo que sabemos você é do bando de Zaia, como vamos saber se ela que não te mandou nos seguir?
Caleb perguntou o afrontando. O garoto moreno a frente deu um sorriso cínico.

___ não tem como eu provar que estou falando a verdade, mas vocês precisaram da minha ajuda de qualquer jeito e vocês estão em maioria, qualquer coisa que eu fizer vocês vão estar por perto.

___ ele tem razão Miguel, precisamos de ajuda.
Falei para que somente ele ouvisse.

___ tudo bem, você vem conosco.
Ele falou hesitando.

___ então... Qual é a de vocês?
Porque eu imagino, que seja algo bem grande pra vocês ter saído de onde mora e vindo parar nesse fim de mundo.

Michael parecia não passar dos dezessete, eu podia sentir que a vida dele não tinha sido fácil e nem era fácil, ele devia ter passado por muita coisa. Acho que essa aparência de forte era apenas uma casca, por dentro existia um menino carente.

___ sim é uma coisa muito grande, e o resto não te diz respeito.
Miguel respondeu grosso.

___ tudo bem, sem perguntas então.
Ele parecia insatisfeito com a resposta.

___ ótimo.
Retrucou Miguel.

Michael nos guiava, enquanto caminhávamos ninguém falava nada, sinceramente eu estava bastante cansada, mas dormir agora era um luxo que eu não podia ter.
O cenário começava a mudar e o ar  também, eu já sentia cheiro de poluição.

___ aonde vamos sair?
Perguntei, praticamente me arrastando. O sol estava nascendo, e daqui já dava pra vê a cobertura de alguns prédios antigos.

___ San August, mas a verdade é que ela quase não aparece em um mapa, só aparece o outro lado da cidade, essa parte em que vamos sair é praticamente abandonada. Dizem até que ela é mágica.

Ele contou imitando um
verdadeiro lunático.

___ e é verdade? A parte de ser mágica?
Perguntei um pouco curiosa

___ cabe a cada um tirar suas próprias conclusões.
Mas a verdade é que essa parte é onde algumas criaturas moram, pra tentar ter uma vida quase humana.
Aí cada um chama do que quiser, alguns de mágica, eu de bizarro.

___ é bizarro você falar como se você não fizesse parte destas criaturas bizarras.
Jhenny comentou e com razão.

___ e vocês me confundiram.
Caleb terminou o assunto.

___ então esse cara que você vai nos levar ele é uma criatura?
Miguel perguntou para Michael.

___ ele pode ser considerado. É um vidente.
Respondeu indiferente.

___ um vidente? Céus, que tipo mais de criaturas existem?
Perguntei para mim mesma com a voz um pouco alta.

___ mais do que você possa imaginar!

Michael respondeu me olhando.

Para entrar na tal cidade, tivemos que pular uma grade enferrujada. Quando ele disse que era quase abandonada não imaginei que falava tão sério.
Antes de entrar em um beco, passamos por várias caçambas de lixo, a maioria virada e com lixos no chão, dando um mau cheiro daqueles, e como tínhamos um super olfato, na hora que passei perto senti meu estômago embrulhar.
E eu não fui a única a quase vomitar, Jhenny prendia o nariz com muita força.

Após passarmos pelo beco apertado e escuro, saímos em um pátio, com alguns prédios antigos e pichados em volta.
Atravessamos o pátio correndo, eu não imagino o motivo, mas só de pensar em algumas delas eu arrepiei.
Quando passamos pela fileira de prédios, saímos em uma praça toda destruída, no meio dela a estátua da cabeça de um homem tinha uma parte caída no chão.
Tinha escrito:
San August
O fundador desta belíssima cidade.

Talvez tivesse sido belíssima a muito tempo atrás, porque agora só restava uma cidade destruída e abandonada.

___ por aqui!
Michael falou enquanto nos esgueirávamos por outra fileira de prédios.
Quando passei em algumas poças de água, consegui molhar meu tênis. E agora me incomodava.

Entramos em um prédio grande, ele era o único no meio de um pátio. Tinha a cor amarelada, acho que antigamente tinha sido branco.
Esse com certeza era um prédio de luxo, com um saguão enorme. Parecia  um hotel.
Subimos 8 lances de escada, na ultima eu já estava morrendo.
Caminhamos por um corredor com várias portas escritas H1, H2, H3, e assim por diante.
Quando chegou na H9, Michael bateu na porta.
Que em resposta escutamos um
" quem me incomodas?" .

___ Michael.
Ele respondeu.
Então o homem abriu apenas uma brecha da porta ainda presa.

___ ah, o licantrope.
Ele respondeu meio triste, parecia esperar outra pessoa. Ele fechou a porta e logo depois a abriu por completo, revelando um homem de cabelos negros , de pele pintada com cor dourada. Ele vestia uma túnica vermelha e verde. Não tive dúvidas que ele era gay.

___ então, o que querem?
Ele perguntou nos dando espaço para entrar.

___ então, o que querem? Ele perguntou nos dando espaço para entrar

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S.G.O

A Filha da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora