Capitulo 3

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Capítulo três

Recadinho pra vcs!
Texto não revisado, então, ignorem os erros. Livro sujeito a algumas alterações logo após revisão profissional. Espero que gostem e compartilhem.

O
dia amanheceu. Os raios de sol são fracos essa época do ano e mistura-se a uma fina neblina por entre as árvores fazendo as cores ficarem mais vivas com a garoa nas folhagens. É lindo de se vê.
O aroma de café fresco desperta-me e como Pétala já não estava na cama, sei que prepara o nosso café da manhã. O dia será chuvoso pelo que vejo da minha janela e isso me dará tempo suficiente para aproveitar cada minuto com minha filha. E falando nela, ouço os seus passos apressados pelo corredor e isso me faz sorrir.
Ela abriu a porta do quarto com o sorriso estampado nos lábios e sem se importar em como eu estava vestido. Quando ela está em casa sempre uso pijamas. Seria constrangedor que minha filha me pegasse nu em meu próprio quarto. Pétala entrou logo atrás dela com toda a sua graça e beleza. Meu Deus, como eu amo essa mulher.
— Acho que estamos mimando muito seu pai. — Disse ela.
— Acho que você ama mimá-lo, já que faz isso por quase dezenove anos. — Disse Cattleya.
— Acho que mereço ser mimado, obrigado. — Falei olhando para as duas paradas no meio do quarto.
— Acho que isso, nós só vamos saber se você continuar a ler o diário papai, eu darei o veredito no final da história.
— Mas o final você já sabe há anos, Cattleya. — Falei.
— Eu já me esqueci, por isso você está lendo, lembra-se? — Ela sorriu para mim. É o sorriso idêntico ao de sua mãe. Sentei-me na cama enquanto Pétala abriu mais as cortinas da janela deixando-me ver que o sol quase não está aparecendo e a chuva fina e acolhedora cai lá fora. Com o dia assim com certeza essas duas não irão me deixar sair até eu ler uma boa parte do diário. Cattleya deixou a bandeja de café da manhã em cima da cama e foi até o closet. — que Pétala me obrigou a fazer. — e pegou mais quatro travesseiros e os jogou na cama. Ela sentou e se acomodou para tomarmos café. Pétala andou pelo quarto pegando as coisas que queria perto dela, ela sorri ao andar. Ela sabe que meus olhos não a deixaram um segundo. Sempre foi assim, eu a sinto observando-me quando estou longe, e ela sente quando eu a observo mesmo de longe. Somos muito ligados um ao outro e se existe amor no mundo, indestrutível, esse é o nosso.
— Sente-se amor. — Pedi. Ela está de costas para mim e aproveito para olhar o seu corpo com curvas perfeitas para serem tocadas por minhas mãos.
— Está com saudades? — Perguntou divertindo-se com o timbre de voz que só eu sei para que ela o faz.
— Em demasia. — Pétala olhou-me por cima do ombro e os cabelos negros até a cintura se movimentaram lentamente. Não posso descrever o que sinto em respeito à minha filha curiosa que nos observa. Mas eu a deixo saber o quão quente estão os meus olhos. Ela é tão provocadora, que mordeu lentamente os lábios para enlouquecer-me de vez. E por um lapso de segundos eu esqueço que Cattleya olha-me atentamente e puxo forte a respiração.
— Por que você não toma o seu suco de frutas, amor? — disse ela suavemente. — Eu já vou me juntar a vocês. — Abaixei meus olhos para a bandeja em cima da cama. Ela está certa, preciso me controlar. Só que é um pouco difícil quando se tem Pétala como esposa. Peguei o copo com suco e temei uma bela golada sem respirar, mas perdi o jeito ao ouvir minha filha e quase engasguei com o suco.
— É impressionante como isso ainda acontece com vocês, mesmo depois de tanto tempo. — Disse ela. Coloquei minha vergonha de lado porque eu estava grudado a ela desde o breve momento de minha falta de controle, e o copo de suco no outro, e olhei para ela fingindo não entender.
— Do que está falando minha filha?
— De como vocês se desejam. — Engoli em seco.
— Isso não é coisa que se fale para os pais, Cattleya. — Falei quase sussurrando de vergonha.
— Eu não sei por que vocês não tiveram mais filhos. — Disse a atrevida.
— Eu também não sei filha. — falou Pétala sentando-se ao meu lado. — Eu gostaria muito de te dar um irmão, mas até esse momento isso não aconteceu, vamos esperar, eu sou saudável e não me importo em ser mãe a essa altura da vida.
— Eu vou amar se caso acontecer. — disse nossa filha. — Vamos comer porque eu estou faminta e louca para ouvir a continuação da história.
Comemos as panquecas que Cattleya fez e o café estava realmente saboroso. Pétala aprendeu perfeitamente a fazê-lo como minha mãe deixou nos cadernos de receitas. Terminamos e Cattleya pegou a bandeja e colocou no canto no chão ao pé da cama, se acomodou próximo aos nossos pés, cobriu-se com a coberta e olhou para mim.
— Pode continuar papai. — Disse ela.
— Você esqueceu que ele está lá embaixo? — Perguntei.
— Engano seu, já o trouxe e está ao seu lado no criado mudo. — Disse ela sorrindo. Olhei para o criado e meu diário estava lá.
— Você é uma garota que sabe o que quer, não é mesmo?
— Puxei você pai. — Disse. Pétala se aconchegou em meu ombro, abri o diário na página que parei e continuei a ler as minhas memórias escritas.

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