Capitulo 2

796 51 3
                                    

Capítulo dois

Recadinho pra vcs!
Texto não revisado, então, ignorem os erros. Livro sujeito a algumas alterações logo após revisão profissional. Espero que gostem e compartilhem

E
u senti o sabor do guisado de veado, e pareceu ter sido feito pela minha própria mãe.                                                                                                                                                                                                               
— Está idêntico amor, como conseguiu com todos os detalhes? — Perguntei e ela agraciou-me com seu sorriso.
— Sua mãe era mágica com as palavras, Dexter. Não tem somente receitas, tem também poesias naqueles cadernos. A leveza do que ela deixou para você se formar no homem que é hoje, toda a energia dos agradáveis momentos em que vocês passavam juntos nesta cozinha está registrado tudo lá. Assim ficou fácil seguir todos os passos. — Disse emocionada. Nós comemos e conversamos. Cattleya é uma garota comunicativa e confesso que aprendo muito com ela. Minha filha tem o dom de me fazer falar, quer dizer, Pétala e Cattleya tem esse dom. Afinal, eu conversava com pessoas duas vezes ao mês antes de conhecer minha mulher.
Foi um agradável jantar típico da família Sawyer. Momentos que jamais esquecerei e registrarei tudo como minha mãe fazia, justamente para que Cattleya sinta essa mesma poesia que minha esposa sentiu, ao ler uma simples receita.
— Estava tudo perfeito mamãe, agora podemos continuar com a leitura? — Perguntou nossa filha deixando os talheres posicionados corretamente quando se termina uma refeição, e ficou olhando atentamente e sorridente para nós.
— Você é impossível garota. — disse a mãe. — Vamos amor ou essa menina não nos dará algum sossego. — Cattleya se levantou e foi até o banheiro as gargalhadas por ter vencido com simples pedido.
— Precisava fazer uma filha tão parecida com você? — Perguntou Pétala.
— Vem aqui amor. — pedi. Ela levantou-se graciosamente da cadeira e sentou-se no meu colo. — Temos alguns minutos de privacidade, momento perfeito para te fazer um pedido. — Falei olhando em seus olhos sorridentes.
— Um pedido? Diga-me então. — Disse a curiosa.
— Não fique ansiosa e pense que não vejo o quanto você gostaria que tivéssemos tido mais filhos, só de tempo ao tempo. — Pétala abaixou os olhos e não disse nada. Sei que cada dia que passa seu olhar fica mais ansioso pelo desejo de ser mãe novamente. — Você está feliz aqui? — Perguntei.
— Você faz essa pergunta há quase dezoito anos. E eu lhe dou a mesma resposta amor. Sou muito feliz aqui e não vou embora e não vou pedir para você ir também. — Disse olhando-me.
— Obrigado por entender.
— Sou sua mulher, tive opções de escolhas e escolhi você. — Às vezes pergunto a mesma coisa para que ela diga-me como se sente, e não teve uma única resposta que não me deixou de coração aquecido. Eu amo com toda força ouvi-la dizer que me escolheu. Quando eu abri a boca para falar sobre filhos novamente, Cattleya apareceu com suas interrogações.
— Por que vocês estão falando tão baixo? — Perguntou nossa filha.
— Você já não é uma adolescente; menina curiosa. Pare de perguntar o que não deve. — Disse Pétala sorrindo para ela.
— Não mando vocês terem segredos comigo, estou escrevendo um livro e preciso de informações. — Falou indo para a sala. Pétala pegou as mantas de lã e um grande lençol no baú de madeira trabalhada que fica ao lado da lareira e forrou o tapete felpudo branco, enquanto Cattleya pegava as almofadas. Sentei-me na cadeira de balanço e elas deitaram no tapete. Minha filha deitou de lado e de frente para mim, enquanto Pétala a abraçou de conchinha, elas ficaram em silêncio, os olhos ávidos de minha filha diziam que eu podia começar a ler novamente. Dentro da nossa cabana podia-se ouvir somente o estalar da lenha queimando na lareira, e minha voz.

Ao entrar na cabana onde cresceu, Dexter chorou como todo garoto que estava sozinho no mundo. Ele não tinha amigos, nunca frequentou uma escola e não conhecia seus familiares. Ele tinha certeza de que ninguém iria se importar se soubessem que seu pai estava morto. Ouvira muitas vezes Stephano gritar que todos de sua família não gostava dele.
Honddra era uma mulher inteligente e apesar de parecer inútil aos olhos de Stephano, ela fez de sua casa um lar e de seu filho um menino de princípios. As lições escondidas agora serviriam para ele seguir o seu destino sozinho. Ela não sabia quando Dexter iria se casar, ou se ele iria se casar com a vida que levava em sua formação, não sabia também quanto tempo mais viveria pois as agressões de seu marido estavam cada vez mais frequentes e violentas. Quando Stephano saia para o trabalho e não levava com ele o filho, ela o ensinava tudo o que fazer dentro de uma casa. Então ele começou a lavar as louças enquanto lágrimas escorria pelo seu rosto, depois varreu, tirou o pó e limpou a casa deixando-a com um delicioso perfume de lavanda. Também cuidou das flores de sua mãe, ela era uma grande apreciadora de flores. E as suas preferidas eram as orquídeas de Cattleya.

O Lenhador.    Onde as histórias ganham vida. Descobre agora