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A primeira coisa que faço assim que chego à porta é respirar fundo, porque sei que vai acontecer algo que fará com que eu perca o juízo. Não sei o quê, mas apenas sei que sim.

Tal como todas as coisas da minha triste vida.

Empurro a porta, fazendo com que esta batesse na parede com força. Todos olharam para mim mas revirei os olhos, não dando uma merda para todos.

"Vejo que estão todos agora."-uma senhora com ar de santa anunciou.

Sentei-me num canto qualquer e suspirei uma vez mais, cheio de tédio. Ao lado da senhora armada em santinha estava uma a fazer alguns gestos com as mãos, para os aleijadinhos que não ouvem nada.

"Muito bem meninos, como já vos avisei as duas turmas irão cooperar o ano inteiro. Para isso eu tomei a liberdade, mais o professor do décimo primeiro F de formar os pares."

Toda a gente começou a protestar, menos eu porque paxorra nunca há. Acabaram por se calar e a professora santinha começou a falar.

"Antes de tudo os pares foram escolhidos a dedo, para que de certa forma poderem comportar-se melhor, gradualmente. E todos esperamos que melhorem e não o contrário."

Eu só esperei que todos os pares fossem para lugares diferentes, porque se eu me metesse na confusão em que estava, preferia que me dessem antes uma facada no coração.

"Luke?"-a santa chamou-me.

"Mhm?"-reviro os olhos.

"Querido, o teu par está lá ao fundo."-apontou para um canto da sala.

Eu ía chamar-lhe nomes em oitenta línguas diferentes por me ter chamado 'querido', mas estava mais fodido por ter que aturar aquela alien em que reparei na outra vez e esqueci esse acontecimento.

"Vou ter que aturá-la o ano inteiro? Não obrigado."

Eu estava para saír da sala, mas um funcionário com o dobro do meu tamanho- e isso é quase impossível- barrou-me a passagem. Acabo por revirar os olhos e mandá-lo à merda, decidindo aceitar o facto de que irei aturar a louca o ano inteiro.

Ainda peço para ficar sozinho, mas eles relembram-me da proposta do diretor, então rendo-me.

Dirijo-me até à miúdinha e limito-me a apenas estar lá, plantado a observá-la. Ela neste momento estava a pentear as suas bonequinhas foleiras e a cantarolar baixinho, só para que elas ouvissem. Não que fosse acontecer porque bonecos são objetos idiotas.

Quando ela virou-se para fazer não-sei-o-quê, levantou o seu olhar das minhas all-stars para a minha cara. Vi o olhar assustado dela e nunca me senti tão 'feliz' por ver alguém aterrorizado como agora.

Ao contrário do que achava, a rapariguinha deu um pequeno sorriso e levantou-se. A nossa diferença de altura era tão visível que ela comparada a mim era uma formiga mal amada.

"Queres brincar às bonecas?"-sorriu.

Ela estava a dar-me uma boneca e quando a agarrei dei um sorrisinho de lado, sabendo o que eu iria fazer. Peguei na bonequinha da treta e arranquei-lhe a cabeça, entregando-a em seguida. A rapariguinha apertou as duas partes da boneca e começou a chorar. Mesmo muito.

A sua choradeira só me estava a dar dores de cabeça, então afastei-me dela. Reparei que se dirigiu até à professora e começou a reclamar como a irritante que é. Com certeza uma criança faz isto.

Não vou aturar miudinhas bebés.


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Terceiro capítulo! 💖 Desculpem a demora, mas estive a tratar de uns assuntos pessoais, mas está tudo a correr muitooooo bem! 😍💖

Bom, ele foi um grande idiota, mas bem... É o Luke 😂😂😂

Votem e comentem, por favor!? 😘 É muito muito importante para mim! 💖💕💞

Luv Ya!!

⭐ Inocent ⭐ lrh ⭐ mam ⭐Donde viven las historias. Descúbrelo ahora