Terça-Feira, 28 de Fevereiro de 2017
Querido Taylor,
Eu queria dizer que sinto sua falta, queria mesmo.
E acredite que eu sinto essa saudade me corroendo por dentro.
Hoje fazem dois anos desde que te conheci.
Ainda lembro como se fosse ontem, o seu cabelo castanho jogado para o lado e o seu jeito descontraído, conversando com os seus amigos quando eu pedi para falar com você em particular, sem saber ao certo como começar uma discussão com um rapaz sabendo apenas o seu nome.
Você havia beijado a minha melhor amiga, ela namorava.
E para piorar, você também namorava.
Eu queria socar a sua cara.
- Porque você beijou a Mariana? - foi a única forma que encontrei, fui direta e precisa nesse momento, porque na verdade não sabia direito como começar aquela conversa com um desconhecido. - Você é um galinha cretino, como teve coragem?! Ela namora!
E eu também estava num relacionamento, apesar de não estar indo muito bem.
Eu não sabia, mas você chegaria para bagunçar toda a minha vida e a minha cabeça, e por um tempo eu pensei que essa conversa foi o maior erro que eu já cometi.
A sua primeira reação foi me chamar de louca e estampar uma expressão confusa na cara, mas depois de alguma explicação sobre quem eu era e de como eu soube, você partiu para a defensiva e tentou se explicar.
Mas obviamente que eu não deixei, você se apercebeu rapidamente da minha teimosia.
O que eu descobri mais tarde era que você também era teimoso, para caralho.
Você não desistiu, ficamos uma semana nesse jogo de ódio e xingamentos, onde eu não ia minimamente com a sua cara, e você tentava se explicar e me convencer do contrário. Discutimos bastante, cada hora um novo argumento, mesmo que fosse totalmente fora da traição que originou o nosso encontro.
Nessa semana eu terminei com o meu namorado.
E você estava lá.
Com o passar dos dias, eu baixei a minha guarda e deixei você entrar.
E foi assim que me conquistou.
Nós eramos bastante imaturos, bom, pelo menos eu era, fazendo com que os nossos três meses de relacionamento fossem pelo ralo.
Mas a culpa não foi exclusivamente minha.
Você e os seus sentimentos confusos estavam sempre juntos e isso mexia comigo.
Principalmente quando você ficou confuso sobre o que sentia pela minha amiga, que entretanto se tornou mais sua de que de qualquer outra pessoa.
Eu me senti tão burra por ter deixado o caminho livre para ela.
Mas, felizmente, a dor passou.
Foram longas semanas sem nenhum contacto com você, várias tentativas de te apagar da minha vida e de tudo o que me rodeava, mas era impossível.
Você estava impregnado em mim de tal forma.
Apesar de ter sofrido pela nossa separação drástica, ao ponto de nos bloquearmos um ao outro, eu não fui capaz de parar de amar você. Consegue acreditar que fiquei mais de cinco meses sentindo isso? Amar dói, mas amar quem não te ama é destruidor.
Apesar de continuarmos com apenas uma amizade mais tarde, as brigas eram constantes.
Após uma delas, todo o meu amor e carinho deu lugar a uma raiva e talvez ódio. Tudo começou com um motivo bobo, nem eu mesma me lembro agora, e eu apenas pensava - porque você não era mais compreensivo?!
