Apenas diversão

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       Já era noite quando as amigas do Marcos chegaram, ele já havia me explicado o esquema, elas são primas que gostam de curtir, não namoram e não gostam de relacionamentos, trabalham a semana toda em um escritório e nos fins de semana saem pra curtir, não ficam com um e com outro, mas quando acham alguém legal elas gostam de sexo casual, Marcos é, no momento, o “amigo” da Alexa e sua prima Roberta estava no momento sem um “amigo”.

       Quando a campainha tocou eu estava me olhando no espelho, eu não era um galã de novela, mas ao menos não era feio, meus olhos castanhos observavam meu cabelo meio bagunçado.

       Saímos para assistir um filme no cinema, Marcos dirigia enquanto a Alexa, uma loira de seios fartos pousava a mão no seu colo, sentada no banco ao seu lado, no banco de trás íamos Roberta e eu, aproveitamos o momento para falar o que fazíamos da vida.

       — Então você é um escritor? — perguntou enquanto sorria de forma maliciosa — você já publicou algum livro?

      — Não sou um escritor, ainda não, eu trabalho em uma livraria e tô escrevendo, mas ainda não publiquei um livro, nesses últimos dias não escrevi nada, para falar a verdade.

      — Pode deixar — eu sentia a malícia na forma como ela falava — hoje você vai ter muita inspiração — disse Roberta se aproximando e me dando um beijo no pescoço.

      Não posso negar, isso me deixou excitado e menos nervoso. Elas eram divertidas, a conversa foi agradável enquanto paramos na praça de alimentação para lanchar, a batata frita estava deliciosa, a forma como a Roberta comia uma batata por vez era ainda mais gostosa.

   Já na sala do cinema, enquanto assistíamos invocação do mal 2, Marcos e Alexa não paravam de se pegar, era até meio constrangedor, em algumas partes, a Roberta encostava em mim com medo, eu a abraçava em um momento instintivo de querer proteger, ela sempre agradecia com um beijo no meu rosto, eu gostava da forma carinhosa que ela me tratava, enquanto ela me olhava com um sorriso de agradecimento, me aproximei dela lentamente e a beijei, ela sorriu e se encostou em mim, ali permaneceu até o final do filme, algumas vezes colocava a mão na minha coxa e me deixava louco, ela sabia como me provocar, eu estava entrando no jogo dela.

       — Para onde vamos agora? — perguntei enquanto saiamos da sala do cinema.

       — Ao parque — respondeu Marcos enquanto encarava Alexa que por sua vez deu uma pescadinha maliciosa em resposta — vamos ter privacidade e contato com a natureza.

      — Será que o MEU escritor gosta de brincar de escoteiro? — Roberta me olhava e sorria enquanto falava — ou será que ele prefere ir para casa dormir?

        — Eu vou mostrar o que é ser escoteiro — respondi enquanto todos riam.

       Era oficial, eu estava perdido no jogo dela.

       Assim que chegamos ao parque, Marcos e Alexa saíram para “caminhar” e quando Roberta e eu sentamos no capô do carro.

      — Você parece meio distraído agora — Roberta falou enquanto olhava para seus pés que estavam balançando. — está tudo bem?

      — Está — menti enquanto lembrava do que o Marcos falou sobre a Eliza — só estou tentando lembrar quando me diverti assim pela última vez — ela me olhava mas eu encarava uma árvore que estava à nossa frente — no meu último relacionamento não tive muitos momentos assim e depois dele eu me fechei um pouco.

       — Eu entendo, mas estamos aqui para nos alegrar, gostei de você, não consigo negar, e não paro de pensar no beijo que você me deu.

      — Como... você... — hesitei por um momento — não se apega?

      — Eu evito — a voz dela agora era seria — eu tenho meu trabalho e minha prima, as vezes só quero sair e me divertir, no outro dia volto a vida real, sem drama ou problemas de relacionamento.

     — O momento de felicidade.

     — Isso — ela desceu do capô e parou na minha frente se colocando entre as minhas pernas e me olhando nos olhos — eu só quero sair, encontrar você, te beijar, talvez algo a mais e depois voltar pra minha vida como se nada tivesse acontecido, um novo dia sem nenhum problema ou obrigação, nada que me dê problemas — ela fez um carinho em meu rosto e me olhou nos olhos outra vez — então, você quer se divertir?

        Meu celular estava em minhas mãos, ele vibrou e pude ver “mensagem de Eliza”. Roberta me olhava, seu cabelo preto batia no ombro, era ondulado, seus olhos verdes que as vezes pareciam ser cinza me fitavam e sua boca entreaberta esperava uma resposta.

       — Eu quero me divertir com você.

       Ela me beijou, suas mãos segurava meu rosto enquanto eu segurava sua cintura puxando-a para mais perto, eu entrei no jogo, transamos ali mesmo e como ela mesmo disse, no outro dia era como se nada disso tivesse acontecido.

Prenda minhaWhere stories live. Discover now