CAPITULO 5
- Hanna? - Falei surpresa abrindo a porta, a pouca luz da lanterna do celular era o suficiente para perceber que ela estava nervosa e assustada.
Ela estava chorando, seu cabelo estava amarrado no mesmo coque que eu havia feito mais cedo, mas ela não estava com a mesma roupa, estava vestindo um pijama comprido de cupcakes e nos pés se encontravam meias rosas.
- Ai esta escurão também? - Ela se inclinou para olhar para dentro. - Papai ainda não chegou e em casa nenhuma luz ascende mais. - Comentou baixo com voz de choro enquanto me olhava com olhos de cachorro sem dono. - Eu posso ficar aqui? Por favor, só até o papai chegar.
- Meu Deus, claro que sim. - Sai da porta abrindo espaço para ela entrar. - Aqui, pega... - Coloquei meu celular com a lanterna ligada na mão dela. - Fica com ele ligado até eu acender todas as velas tudo bem? - a encarei por um tempo me certificando que ela estava bem e fechei a porta virando para a cozinha.
- Tudo bem... - ela afirmou com a voz trêmula enquanto me seguia até a cozinha. - Eu tentei ligar o abajur da mesa de estudos de papai, ele sempre diz para não procurar socorro se tiver alguma saída que eu própria possa fazer, então tentei. - ela se sentou com dificuldade no banco do balcão girando meu celular em sua pequena mão. - Mas eu levei um choque...
- Choque? - virei para ela assim que ouvi, jogando as velas em cima do balcão. - Você está bem?? - Vou até ela passando a mão por ela toda, certificando de que ela estava bem. - Isso é tão perigoso, meu Deus, você tem noção do que poderia ter lhe acontecido?
- Eu estou bem, foi um choque fraco, só deu uma coisinha de nada. - contou ela sorrindo de modo fofo. - Agora acende as velas antes que isso acabe a bateria. - Ela fala rindo.
- Como a senhorita quiser. - afirmei educadamente rindo e comecei a abrir os armários procurando.
- Você tem sorte de seu apartamento ser desse lado sabia Elô? - ela falou como se tivesse elogiando. - A luz da rua ilumina aqui, por mais que esteja tudo apagado, a noite esta clara, já o meu é do outro lado, a janela da para um beco e ele tampa qualquer luz que não seja elétrica toda noite.
Escutei atentamente o que ela falava, eu sabia que ela estava nervosa pela falta de energia e queria conversar, mas era mais que isso, ela era uma criança, crianças precisam conversar e se expressar sempre, o fato dela passar o tempo todo sozinha, faz com que ela queira conversar até sobre cor da parede quando está com alguém.
Comecei a acender as velas calmamente enquanto colocava cada uma delas em pontos estratégicos para iluminar todos os cantos da casa.
- Já não está na hora do seu pai chegar? - sentei na cadeira de frente para ela a entregando um prato de biscoitos.
- Sim, mas hoje ele atrasou, eu não sei o porquê, mas ele trabalha no hospital e sempre fala que acontecem emergências.
- Ele não pode fazer isso com você, você pode saber se virar um pouco, mas ainda é criança, ele deveria ser mais responsável. - Falei séria a olhando. - Com todo respeito, claro. - Corrigi após ver a reação dela.
- Eu não ligo de ficar sozinha, só quando chove mesmo. Ele se preocupa comigo, até demais, mas ele tem que trabalhar e eu não ligo pra isso. - Ela falou calmamente, como se não tivesse acabado de dar um soco no meu estômago.
- Ah...Tudo bem. - Eu disse sem jeito. -Vem, vamos para sala, lá é mais confortável e pega mais luz de fora. - estendi uma mão para ela, enquanto pegava uma vela com a outra.
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Mudança faz parte, reviravoltas a parte.
Romance-" Às vezes paro pra pensar em tudo que já passei de ruim até aqui, não que eu seja depressiva ou algo assim,sou até animada demais. Mas quando se tem lembranças igual às que eu tenho, pode se dizer que você acaba perdendo a esperança em tudo e prin...