— Mary, preciso do número do Caio.
— Do Caio que trabalha na casa no Brasil? — Ela me olha intrigada.
— Esse mesmo. Você tem?
— Tenho sim, mas... Pra que você quer? — Bufo.
— Isso realmente não lhe diz respeito. Vai me passar ou terei que achar outra maneira?
— Não, tudo bem. — Me passa o número desconfiada.
— Por que está me olhando assim?
— Oras, até onde sei você não o suportava, e agora vem pedindo o número dele? — Arqueia as sobrancelhas.
Cruzo os braços.
— E o que acha que vou fazer Mary?
— Isso só Deus sabe, Estevan. — Levanta as mãos voltando pra cozinha. Rio sozinho e observo o número do Caio. Preciso fazer isso. Mesmo o odiando. É por ela.
— Você nem tem motivos para odiá-lo de verdade! — ralho comigo mesmo.
Entro no escritório e tranco a porta.
Preciso fazer isso.
Disco o número dele e coloco para chamar.
— Sim? — Sua voz se faz ouvir depois de dois toques.
— É o Caio?
— Quem quer saber?
— Aqui é o Estevan Petterson.
— Ah... Pois não? — Sua voz sai desconfiada.
— Preciso que me dê uma informação importante.
— Que tipo de informação?
— Sobre o que você disse para Mary uma vez.
— Se for o que estou pensando, desculpe, mas eu só me confundi... Não queria que o senhor pensasse que...
— Não importa — corto sua fala. — Preciso saber quem são as pessoas que você disse. Preciso saber agora.
°°°
— É melhor você atender, filho da mãe. — O terceiro toque ressoa no celular. Estou andando de um lado ao outro. — Espero que ainda esteja com esse número.
— Quem é? — Uma voz abafada se ouve.
— Keel é você?
— Estevan?
— Quem mais seria? — Ele respira aliviado.
— Mano o que foi agora?
— Um "tudo bem?" ou "como você está?" seriam bem vindos. — Ele bufa.
— Na verdade eu não me importo. Você me ligou por algum motivo, qual é maninho? — Ironiza.
— Preciso que você pergunte uma coisa pra sua demoniazinha.
— O quê? O que quer com ela?
— Preciso saber qual nome do lugar onde ela vivia.
— Pra quê? Por que diabos você quer saber disso, Estevan? — Seu tom agora é mais sério.
— Não é da sua conta, Keel.
— Você ligou pra mim, claro que é da minha conta!
— Me deixe falar com ela de uma vez! — Minha paciência está no limite.
— Ela não vai falar nada pra você. — Ouço ao fundo uma voz feminina:
— Quem você pensa que é pra falar com quem eu conto as coisas ou não? Me dê esse telefone! — Rio imaginando a cena.
— É melhor entregar logo pra ela.
— Fica na sua, Estevan — é Keel quem diz. Eles ainda continuam discutindo até que a garota responde:
— O que você quer de mim? — Seu tom é impaciente.
— Preciso de um favor.
Ela solta uma risada.
— Eu fazendo favor pra você? Aliás, eu fazendo favor pra qualquer um? Não mesmo. Se é só isso, adeus.
— É para Mirella. — Ela fica em silêncio, mas ainda ouço sua respiração.
— O que...? O que aconteceu com ela? — Sua voz sai um tom a mais.
— Está tudo bem, mas...
— Quero falar com ela.
— Não vai ser possível. — Jess fica em silêncio.
— Por quê? Onde ela está? O que você fez? — Grita claramente nervosa.
— Da pra parar de gritar, porra? — Sou arrogante.
— Cara, eu peço isso diariamente pra ela e, acredite, nunca surtiu efeito — Keel grita ao fundo, ouve-se um barulho de coisas caindo e Jess continua:
— Como quer que eu pare de gritar se você não responde? — Também é arrogante.
— Ela está bem, mas não está mais aqui. Ela foi pra Londres. E foi porque quis, antes que ache que eu a obriguei.
— Eu achei mesmo.
— Ela está lá, e está bem. Mas agora... Preciso da sua ajuda.
— Com o quê?
— Onde vocês moravam?
— No... No internato, por quê?
— Preciso do nome dele e a cidade.
— Pra que? O que vai fazer? — Respiro fundo me controlando.
— Só me responda... — Reviro os olhos. — Por favor.
— Eu digo, mas... — Ouço o Keel falar alguma coisa. — Cala a boca. Ele está falando comigo, se quisesse que você soubesse teria te perguntado.
Sorrio.
— Eu vou te passar, mas antes você vai me contar pra que quer tudo isso — ela propõe.
— Tudo bem, eu digo.
Thanks!
Kess.
21.09.2016
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Insaciável✓ - Livro 2, parte 1 da série Corrompidos.
RomanceSequência de Inocência. Primeira parte do livro II da série Corrompidos. Ela tenta seguir. Ele se silencia. Ela sofre. Ele tenta recomeçar. Ela precisa seguir. Ele não consegue. Ela finge sorrisos. Ele precisa dela. Ela precisa dele. Resta saber s...