35 - Manhãs nubladas & Conselhos valiosos

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Louis

Olhava para a neve fina que caía embasando um pouco minha janela quando minha mãe entrou em meu quarto.

— Não irá para o trabalho hoje, querido? — perguntou me observando. — O que aconteceu?

— Nada. — sussurrei limpando as lágrimas e logo minha mãe estava sentada ao meu lado na cama.

Aconcheguei-me contra ela deixando que as lágrimas dolorosas escapassem de uma vez e ela começou a acariciar meu rosto suavemente.

— O que aconteceu, meu amor?

— H-harry...

— Vocês terminaram? — perguntou e assenti curvando ainda mais meu corpo sobre o dela.

— Não fica assim, amor. Eu sei que é difícil, mas por que terminaram?

— Estava tudo ruim. — falei chorando. — Ele está totalmente perdido no trabalho e eu não consigo seguir em frente assim.

— Mas, querido... É assim que ele é, ele está tentando fazer tudo de uma só vez, mas acredite, filho... Ele está tão atordoado quanto você. Ele nunca esteve em um relacionamento, sustentado simples e puramente, por ações e sentimentos. Ele sempre viveu cercado de pessoas interesseiras e uma ex que enquanto tivesse seu cartão de crédito não se importava com sua ausência. Tente entender o lado dele, mas também entenda o seu próprio lado e não se sacrifique se não valer realmente a pena.

— Eu não sei o que fazer. — confessei e minha mãe limpou minhas lágrimas.

— Dificilmente nós sabemos, meu amor.

Minha manhã se resumiu em filmes melosos e chocolate quente enquanto estava de pijama enrolado em meu cobertor. Perto da uma da tarde minha mãe saiu com meu pai e então eu resolvi sair também.

Era domingo, um dia tedioso por natureza, e tudo que fiz foi caminhar até o parque e fiquei por lá. Sentado em um banco sozinho. Havia muitas coisas passando pela minha cabeça, mas parecia que eu não estava disposto a pensar em nada disso agora.

Harry

Estava sentado atrás da minha mesa mergulhado em trabalho desde seis da manhã. Não havia pregado o olho à noite inteira, minha cama parecia terrivelmente vazia sem Louis.

Era domingo, não tinha ninguém aqui além de mim. Quando será que eu perdi totalmente o controle da minha vida? Eu estava errando e em seguida errando de novo, pois sabia que Louis deixava isso passar, mas também sabia que um dia ele não deixaria mais.

Me levantei, parando em frente as grandes janelas do meu escritório e olhei para baixo. Manhattan estava chuvosa e movimentada como sempre aos domingos, quando todos levavam seus filhos aos parques, as senhoras saiam para as compras, eu sei bem onde queria estar agora.

Uma boa xícara de chá e enrolado em um cobertor assistindo desenhos dramáticos com Louis, era isso que eu queria estar fazendo agora. E era exatamente isso que eu havia perdido.

Peguei meu celular e olhei o protetor de tela que ainda não havia mudado e nem pretendia fazer isso. Era uma foto de Louis, com seu gorro, nariz avermelhado e o seu lindo sorriso... Por que eu deixei ele escapar tão facilmente?

Mandei uma mensagem para Louis e me sentei novamente na cadeira.

"Podemos conversar hoje?"

Eu deveria realmente ir para casa agora, mas não conseguia. Não consigo ter vontade de voltar para um lugar onde Gemma apenas reclama por ter sido enganada, minha mãe reclama sobre meu pai estar se distanciando novamente e todos a minha volta ainda parecem não ligar para como me sinto.

Enquanto eu tinha Louis, nada disso costumava importar. Ele se importava com como eu me sentia, ou apenas se realmente eu estava bem.

"Não acho uma boa ideia."

Olhei para a sua resposta e suspirei.

"Por favor?"

"Em minha casa, você terá cinco minutos."

Levantei pegando meu casaco, celular, carteira e chave do carro e sai as pressas da empresa. Quando cheguei na residência de Louis ele estava sentado nos primeiros degraus da escada que levava para a entrada de sua casa, ele vestia um casaco preto e gorro, suas mão escondidas dentro do bolso. Me aproximei lentamente, hesitante.

— Oi. — murmurei sentando-me ao seu lado.

— Oi. — disse erguendo o rosto e me encarou.

E lá estava, seu rosto adorável, seu nariz avermelhado, suas bochechas coradas e porra, eu queria realmente beijá-lo agora.

— Eu... Sinto muito. — suspirei e ele encostou sua cabeça em meu ombro.

— Não vamos voltar. — disse cada palavra vagarosamente como se repensasse cada uma.

— Eu imaginei que não iriamos. — afirmei olhando para as minhas mãos. — Mesmo assim, eu ainda amo você.

— Eu sei. — ele suspirou. — Também amo você.

— Não posso ficar sem você, Louis. — sussurrei e ele suspirou novamente.

— Eu não posso lhe oferecer muito agora, Harry. Eu realmente preciso de tempo.

— Eu só... Não sei. — balbuciei com a voz falha.

— A minha amizade é tudo que eu posso lhe oferecer agora. — finalizou e me olhou enquanto eu o analizei.

— E se eu quiser beijá-lo? Tocá-lo? Amá-lo? Você vai negar isso a si mesmo? — questionei encostando minha testa na dele.

— Eu estou lhe oferendo o que eu posso, Harry. E, no momento, amizade é tudo o que podemos ter.

"Eu posso provar o sabor dos seus lábios, só pra me trazer de volta

Para os lugares que estivemos e as noites que tivemos

Porque se é isso, então, pelo menos, podemos acabar isso do jeito certo."

dark greens ❀ {lwt+hes+mpreg}Where stories live. Discover now