06 - Saídas agradáveis & Pilares reluzentes

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Louis

Estava tudo arrumado, separei uma bolsa com comida para fazermos um piquenique e Harry parecia animado.

— Vocês vão sair? — perguntou a Sra. Styles.

— Sim, vamos até o parque aproveitar o sol. — expliquei quando Harry entrava na sala apoiando-se em sua bengala.

— Não acho uma boa ideia, umas amigas do clube do livro vem hoje e...

— Ótimo, ficaremos fora até a reunião acabar. — Harry a cortou se aproximando e segurando em meu braço.

— Com licença, Sra. Styles. — me despedi enquanto Harry já se adiantava em caminhar para fora.

Caminhávamos pelo parque de braços dados, já que era um ambiente estranho para Harry ele podia facilmente cair.

— O sol está perfeito hoje. — falei tentando puxar assunto.

— Qual é a cor dos seus olhos, Louis? Eu não vejo as cores, mas ainda me lembro delas.

— Como me imagina? — perguntei divertido.

— Hum... Baixo, cabelos loiros, talvez... olhos verdes, sardas pelo rosto. — ele tentou adivinhar.

— Errou feio.

— E como você é, então?

— Baixo, cabelos castanhos curtos, olhos azuis meio esverdeados e sem sardas. — sorri parando próximo a uma árvore com uma boa sombra.

— Errei apenas a cor do cabelo e as sardas.

— Meus olhos não são verdes. — afirmei deixando-o encostado na árvore e colocava uma toalha no chão, deixando a bolsa em cima.

— Mas são esverdeados, portanto, cheguei perto. — retrucou e revirei os olhos ajudando-o a sentar. — Você respondeu com gestos de novo, tem que parar de fazer isso. Sabe que eu não vejo.

— Desculpe, eu não faço por mal. É apenas mania. — sussurrei abrindo a bolsa começando a tirar nossos lanches.

— Eu percebo. — Harry desdenhou fechando a bengala e tatendo a toalha para colocá-la.

— Então, você costumava vir ao parque?

— Não, eu não gosto de mato. — ele resmungou tomando um pouco do suco que coloquei em sua mão com muito cuidado para não errar a boca.

— Por que? Tudo bem que coça, mas às vezes, é bom.

— Nunca tive tempo para isso, e agora bom... Eu não posso sair sozinho, e você já teve tempo suficiente para perceber que nem minha mãe, nem minha irmã, gostam da ideia de me ver saindo de casa.

— Por quê? — perguntei desembrulhando nossos lanches.

— Vivemos em uma sociedade de aparências, minha mãe sempre quer ser a perfeita das perfeitas, e ter um filho cego, solteiro e depedente dos outros, não é o que ela julga ser perfeito.

— E por que você não arruma uma namorada ou um namorado?

— Você já olhou em volta? Todas essas pessoas, que até hoje imagino que se vistam como bonecos perfeitos e pilares reluzentes da sociedade. Acha que elas seriam humildes o suficiente, para namorar alguém como eu sem ser por dinheiro?

— Você tem baixa alto-estima, não é? — questionei deixando-o surpreso.

— Não sei...

— É que... Você fala tão mal sobre si mesmo, como se sua cegueira fosse o fim do mundo.

— E não é?

— Não! — exclamei.

— Me diz, Louis. Eu continuo bonito para você?

— Eu nunca te vi antes, mas sim, você continua muito bonito. — afirmei e Harry se virou para frente sem responder, bebendo novamente seu suco.

Harry

Olhava para frente mesmo que não visse nada podia sentir a brisa morna em meu rosto, o cheiro de grama recém aparada, flores regadas e muitos piqueniques em volta, devido ao cheiro diferente de comida. Eu podia ouvir as crianças correndo, rindo e podia sentir o cheiro dele.

Louis tinha um perfume diferente, era impossível não saber quando era ele que estava chegando. Ele cheirava a rosas, não rosas comuns, alguma rosa rara, eu realmente acho que ele faz seu próprio perfume. Ele me acha bonito, e ele me parece muito bonito também.

— Então... Você faz seus perfumes? — perguntei e ouvi o som de sua gargalhada, um pouco esganiçada mas, adorável.

— Sim, minha mãe na verdade, ela ama isso. Mas recentemente perdeu o emprego que tinha na perfumaria.

— Por isso veio trabalhar?

— Sim, precisava sair um pouco de casa e ajudar a família. — ele respondeu e posso apostar que deu de ombros.

— Você parece responsável, apesar de ser um tagarela irritante.

— Eu sou responsável, sou um exemplo.

— Não se exceda, Sr. Tomlinson.

— E então, você gosta de mim agora? — perguntou e eu sorri.

— Até posso gostar um pouco, você não é tão irritante assim. — confessei e o mesmo gargalhou.

— Eu sabia que você gostava de mim. E só para esclarecer, eu acabei de dar de ombros. — ele confessou também e eu gargalhei, balaçando a cabeça em negação.

— Obrigado, Sr. não tão irritante, há tempos eu não tinha um dia alegre assim.

— É a minha presença, se existe perfeição no mundo, esse sou eu. — se gabou gargalhando e sorri novamente.

— Tantos cuidadores no mundo e me veio logo você... Eu mereço, eu mereço.

dark greens ❀ {lwt+hes+mpreg}Where stories live. Discover now