Capítulo 3

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    O restante daquela noite passou como um borrão em minha cabeça. Levei mais de 30 minutos para explicar e convencer os seguranças de que eu não havia atacado Sam Williams, que havia sido um esbarrão involuntário.

   Depois tive que encarar a fúria de Ery e Olga que gritavam comigo dizendo que eu acabei com as chances delas chegarem perto do Sam naquela noite.

   Será que era tão difícil assim, para as pessoas, entenderem que eu não tenho olhos na nuca? Que eu não tinha como enxergá-lo nas minhas costas?

   Por mais que eu insistisse com a Dandy, que eu iria embora sozinha e que ela deveria ficar para aproveitar o resto da noite, não teve acordo, ela foi embora comigo.

   Do nada, comecei a chorar. Não sei, ao certo, o motivo, só sei que abracei a minha amiga e chorei muito. Quando chegamos ao nosso quarto, eu ainda chorava. Dandy me ajudou a trocar de roupa e fazer minha higiene pessoal. Depois, se deitou ao meu lado, me abraçou e começou a me consolar.

   O que seria de mim sem minha amiga? Já perdi as contas de quantas vezes ela cuidou de mim. Aos poucos fui me acalmando e comecei a pensar nos olhos do Sam fixos nos meus. E foi assim que adormeci...

   No dia seguinte, acordei um pouco antes do toque do despertador. Tomei um banho, fiz minha higiene matinal e quando voltei ao quarto, minha amiga já havia acordado.

   _Como você está?

  _Arrasada... envergonhada... preocupada... Acho que um pouco de cada coisa –respondi. _Com que cara eu vou olhar para o Sam se eu o encontrar no saguão?

   _Esse cara mexeu mesmo com você!

   _Eu estou falando sério, Dandara. -Deixei claro que estava brava com ela, falando seu nome inteiro.

   _Eu também! Ontem, enquanto você chorava, só falava do olhar dele, do sorriso, das covinhas, da beleza...

   _Chega! Não me deixe pior do que já estou. Vai se arrumar para irmos trabalhar. -Interrompi ela para encerrar o assunto.

                                                                          _____//_____

   _Amiga, olha quem vem aí. -Dandy chamou minha atenção e me trouxe de volta dos meus devaneios.

   _Quem? -levantei a cabeça na direção que ela estava olhando.

   Era ele, Sam Williams, vindo em minha direção. Caminhando de forma sexy e sedutora. Olhos fixos nos meus. Isso me atingiu em cheio no meio das pernas. Minha virilha latejou de necessidade. Eu já havia lido sobre isso nos romances, mas nunca senti nada igual. Pelo menos, não com essa intensidade!

   Senti minhas bochechas esquentarem, tive certeza absoluta de que corei de vergonha. Instintivamente, abaixei meu olhar, tentando me esquivar, na esperança que ele se dirigisse a outra pessoa.

   _Oi!

   A voz dele era perfeita, grossa, grave, na medida certa. Tão sexy quanto ele! Levantei o olhar e fiquei o observando feito boba. Admirando! Praticamente de boca aberta. Meu Deus, ele devia estar me achando uma idiota.

   _Você não fala inglês?

   _Ah, claro! Desculpe-me! Em que posso ajudá-lo, senhor? -Respondi saindo do meu transe.

   _A chave da minha suíte. -Ele me entregou olhando nos meus olhos. Segurou meu pulso e colocou-a na minha mão.

   Com o toque dele, me subiu um calor que percorreu todo o meu corpo. O coração começou a bater descompassado e minha boca ficou seca. Engoli em seco, totalmente hipnotizada!

Uma Incontrolável Atração (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora