Capítulo 2

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Harry: Liam, você se perdeu? – Perguntou, preferindo achar graça. Liam colocava seus jalecos no guarda-roupas do quarto de hospedes.

Liam: Não. – Disse, olhando em volta. Ele tinha um papel amassado nas mãos. – Onde fica a lixeira? – Perguntou, sumindo pela porta do banheiro. Harry ergueu a sobrancelha, debochado.

Harry: E porque você acredita que eu vou deixar você morar na minha casa? – Perguntou, se amparando no andador.

Liam: Porque eu não pedi permissão. – Disse, debochado, voltando a desarrumar as malas.

Harry: O que houve? – Perguntou, deixando a curiosidade vencer.

Liam: Eu contei sobre Cheryl a Sophia. Ela me deu o fora. Logo, eu estou aqui. – Explicou resumidamente, guardando as roupas.

Harry: Procure um hotel. Meu apartamento não é albergue. – Disse, e viu Liam vindo em sua direção.

Liam: Já disse, eu não pedi permissão. – Disse, passando a mão nos cabelos. Ele pegou a mochila no chão, e Harry se aproveitou.

Harry ergueu o andador e empurrou Liam com ele. Liam, que tinha ótimos reflexos, apanhou a mochila no chão e deu em Harry de mochila. Nos instantes que seguiram a mochila de Liam e o andador de Harry se confrontaram arduamente no ar. Liam conseguiu acertar a mochila na orelha de Harry, mas na distração da vitória recebeu com o cabo de aço do andador pela costas. Ele se desequilibrou e bateu com a sobrancelha no portal. Harry tropicou, mas amparou o andador no chão, e não caiu. E o mais absurdo: os dois estavam rindo.

Liam: Puta que pariu. – Gemeu, entre o riso, com a mão na sobrancelha.

Harry: Me sinto vingado. – Disse, satisfeito.

Liam: Eu estou com fome. Ande, vá preparar alguma coisa. – Disse, apanhando a mochila e voltando em direção ao guarda-roupa.

Harry: Como é? – Perguntou, incrédulo.

Liam: Meu sanduiche é sem casca. – Avisou, sem dar atenção.

Parecia que os anos, as ofensas e as magoas tinham sido esquecidas. Eram os mesmos Liam e Harry que, na época de faculdade, se pegavam de porrada, um batendo no outro com fichários e mochilas. Harry obviamente não fez o sanduiche. Liam tampouco teria fome. Cada um ali sofria do seu próprio mal, e a noite era cruel. Quando amanheceu...

Melanie: O bom é que antigamente avisavam. Já vou! – Disse, perante a campainha insistente.

Ela abriu a porta, e se bateu com a imagem de Samantha parada no portal. Mas não era a Samantha que Melanie procurava. O ruivo sumira, dando lugar a um loiro claríssimo, que caía em camadas e cachos por suas costas. Samantha observou Melanie, apreensiva. Então, para o choque das duas, Melanie caiu no choro.

Samantha: Mely, o que foi? – Perguntou, preocupada, enquanto Melanie se lançava em seu pescoço, em um abraço apertado. Samantha fechou a porta atrás de si, ainda abraçando Melanie, que soluçava. – Eu vi a matéria na revista, com você desmaiada... você está bem? – Perguntou, preocupada.

Mas Melanie só conseguiu falar 15 minutos depois. Estava sentada no sofá, ainda abraçada a Samantha, que lhe pedia calma.

Melanie: O que aconteceu com seu cabelo?! – Perguntou, a voz falha de choro, e voltou a soluçar, como uma criança. Samantha a olhou, exasperada, perguntando se devia achar graça.

Samantha: Nada, não aconteceu nada, fui eu que mudei ele. Pelo amor de Deus, pare de chorar. – Pediu, passando a mão no rosto.

Mas Melanie não conseguia nem falar. Samantha lhe deu água, e estava começando a ficar nervosa com aquilo.

P.S.: Eu Te Amo (Livro 3) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora