Capítulo 1

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Cheguei em casa por volta das duas da manhã. Podia ser tarde, mas eu sabia que ele estaria a minha espera, provavelmente na biblioteca, furioso e com um copo de whisky nas mãos. Assim que o segurança do portão principal viu os faróis do meu Audi R8, meu ultimo presente, abriu os portões me dando passagem. Ainda pude ver em seu rosto uma expressão de pura ansiedade quando passei por ele. Já sabia que estava em apuros, mas somente quando estacionei em frete ao portão da mansão e vi o rosto assustado de Cassie a minha espera, foi que realmente pude perceber que estava com problemas. Quando desci do carro ela correu em minha direção.

Cassie trabalhava para Cristiano desde que ele era uma criança, e foi a única pessoa com a qual eu realmente tinha me sentido a vontade quando fui morar naquela casa, ela passou a ser uma espécie de protetora e sempre me ajudava a sair de situações difíceis como aquela.

— Ah menina, o que foi que aprontou desta vez? — Ela disse segurando-me pelo braço e me puxando para dentro. Eu sorri para tranquiliza-la, ou talvez para tranquilizar a mim mesma.

— Está tudo bem Cassie, não se preocupe. Onde ele está?

— Na biblioteca, e não está nada contente. — Ela disse apreensiva.

— Vá dormir Cassie. Essa é uma batalha que eu tenho que lutar sozinha. — Ela acariciou meu rosto com ternura.

— Seja forte. — E sumiu no corredor em direção ao seu quarto.

Parei um momento, segurando o corrimão da escada que levava ao andar superior. Como pude chegar a essa situação? Olhei para porta fechada da biblioteca sabendo muito bem o que iria enfrentar. Cristiano era um homem como nenhum outro. Além de ser um jovem bilionário com apenas 29 anos, fruto de seu talento para comprar e revender empresas com problemas financeiros era o homem mais bonito que eu já tinha visto na vida, alto, forte, musculoso e incrivelmente sexy. Qualidades que já tinham me feito ajoelhar aos seus pés. Cristiano era um homem poderoso que sempre conseguia o que queria e com esses pensamentos, por um minuto me perdi nas lembranças.

Assim que pusera os olhos nela, decidira que a queria para si. Cristiano a vira em uma boate, com dezenas de outras mulheres, todas lindas e sexys, a procura de um bom partido.

Eva tinha ido acompanhar uma amiga, Natalie, sua melhor amiga da faculdade havia acabado de romper com o namorado e estava arrasada. Então naquela noite as duas acharam que seria uma boa ideia saírem pra beber e se distrair um pouco. Depois de passarem por três lugares diferentes, decidiram gastar um pouco mais com entradas, e experimentar um lugar diferente daqueles que costumavam ir depois da faculdade. Um que tivesse pessoas com dinheiro de verdade pra gastar.

E foi assim que chegaram ao Magic Hall, assim que entraram puderam ver a diferença entre os lugares que costumavam frequentar, lá, o ambiente mais escuro tornava tudo mais aconchegante e pessoal, as pessoas dançavam e caminham com mais elegância, sempre com um copo de alguma bebida colorida nas mãos e não com garrafas de cerveja barata. Talvez tenha sido esse o motivo que a levara aquele bar no centro da cidade hoje, o tipo de lugar que não frequentava havia meses, desde que conhecera Cristiano.

Decidiram pegar uns drinks e circular pra ver se encontravam pessoas legais com as quais pudessem conversar. E assim fizeram, misturaram-se a um grupo de pessoas divertidas que dançavam e conversavam animadamente, e que incluíam três rapazes e duas moças muito simpáticas. Após as apresentações permaneceram juntos. Júlio era um jovem estudante de medicina que viera de Nova York, ela não se lembrava da idade dele, mas ele era jovem e muito bonito, estava na cara que ele havia gostado dela, e enquanto Natalie estava ocupada, já aos beijos com seu amigo, ele ainda tentava se dar bem, paquerando Eva. Após mais alguns drinks Natalie resolvera ir embora com Paolo, sua amiga já estava muito bêbada e Eva assustada, não queria que ela fosse, mas Natalie estava decidida, e Eva não pode fazer nada, a não ser desejar-lhe sorte.

As duas garotas que estavam com eles se despediram também e partiram com Caio. Eva, aproveitando a deixa, dissera-lhe que também iria. Júlio pediu-lhe que ficasse mais um pouco, e que depois ele a levaria pra casa, após uma rápida olhada no relógio, Eva constatou que já passava das duas da manhã, mesmo sendo tão tarde ela decidira ficar. Conversaram e tomaram mais alguns drinks. Sentindo-se meio tonta ela lhe pedira para ir embora, estranhamente, apesar de ter bebido bastante, ela mal se aguentava em pé. Júlio a amparou colocando o braço em volta de sua cintura e praticamente carregando-a pra fora.

Ele foi guiando-a para o estacionamento e quando chegara ao carro ele a encostou no veículo, colando seu corpo forte ao dela, aprisionando-a contra a porta, sua boca tentou capturar a sua, mas Eva ainda estava suficientemente lúcida para lhe negar o beijo. Foi então que ele tornou-se mais insistente, acariciando lhe as pernas por baixo do vestido curto, Eva tentava afasta-lo com o pouco de força que ainda tinha, e já estava quase chorando quando ele agarrou-lhe os cabelos com uma das mãos tentando forçar o beijo, e a ultima coisa da qual se lembrava daquela noite, era de um homem magnifico agarrando-o pela camisa e arrancando-o de cima dela, Eva lembra-se apenas da fúria nos olhos daquele homem, era uma coisa animal que nunca tinha visto na vida. Então sentiu os joelhos fraquejarem e antes de perder os sentidos e cair no chão, braços fortes a ampararam.

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