Capítulo 4

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Fecho os olhos e começo a pensar sobre a noite anterior.

— Como assim ele não deixa você sair sozinha? — Natalie quase grita ao telefone.

— Ele só quer me proteger Natalie. — Digo tentando amenizar.

— Isso é ridículo, do que esse homem pode ter tanto medo, ou melhor, o que poderia acontecer a você, durante umas poucas horas em minha companhia, NO KICK’S? — Ela realmente está furiosa. — O máximo que poderia acontecer é lhe servirem uma cerveja quente e você ter azia, ou algum babaca derrubar alguma coisa em cima de uma de suas roupas caras. — Não aguento e começo a rir, com essa ela me convenceu.

— Está bem Natalie, te encontro lá umas 22:00h está bem?

Desligo o telefone e penso em Cristiano, ele vai ficar uma fera, naquele momento ele devia estar no escritório. Meu celular toca, é ele.

— Alô. — Atendo, já pensando em não contar a ele sobre meu programa daquela noite.

— Oi, não sei que horas vou pra casa hoje, tenho uma reunião muito importante e só terminaremos depois que tudo estiver definido. — Ele parecia cansado.

— Está bem, então terei de jantar sozinha? — Digo ocultando meu entusiasmo, por aquela feliz coincidência.

— Sinto muito anjo, mas assim que acabar eu vou pra casa. — Ele fala, e posso sentir a malicia em sua voz.

— Está bem, se eu estiver dormindo, me acorde. — Digo com um sorriso.

— Pode deixar, um beijo.

— Outro. — Desligo o telefone sem acreditar. Com um pouco de sorte eu poderia ir ao Nick’s encontrar Natalie e voltar antes que Cristiano chegasse em casa. Olho no relógio e já passava das sete.

Faltando 40 min para o horário marcado, fui até o closet e escolhi uma roupa simples, não queria chamar atenção, optei por calça jeans, uma blusa de seda preta e sandálias Manolo Blanick, é durante aqueles meses, eu tinha me acostumado as grifes.

Depois de me vestir, passei maquiagem leve e peguei as chaves do carro, Cristiano havia simplesmente me dado de presente de aniversário há três meses atras um Audi R8 branco lindo. Mas como eu não saia só, geralmente só dirigia na companhia dele, pois na maioria das vezes saía em um Land Rover Evoque com motorista e segurança. Então não desperdiçaria a chance de dirigir o meu brinquedo.

Desci as escadas e encontrei Cassie no hall, ela me olha intrigada, sabe que Cristiano não está em casa.

Cassie tem 52 anos e trabalha para a família Andreotti desde os 20, ela foi babá de Cristiano, e depois que os pais dele morreram em um trágico acidente de carro quando ele tinha apenas 16 anos, Casssie cuidara dele como se fosse seu próprio filho, mimando-o e lhe fazendo todas as vontades.

— Vai sair? — Ela me olha confusa.

— Vou encontrar Natalie, aquela minha amiga que te falei lembra? Ela voltou de Paris e quer me ver. — Digo tudo olhando em seus olhos desconfiados.

— Mas o meu menino não está. — Ela fala com ares de repreensão.

Dou um abraço nela e digo delicada. — Eu sei Cassie, e também sei que ele não aprovaria que eu saísse sozinha, mas ele vai chegar tarde hoje, tem uma reunião importante. Eu volto antes dele, eu prometo, e dou um beijo em seu rosto.

Ela ainda parece desconfiada, mais que isso, parece preocupada. Mas eu aproveito para pedir.

— Cassie, posso pedir um favor? — Falo com a cara mais inocente que consigo.

Refém do DesejoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora