Cap. 7 All this delusion in our heads.

102 16 8
                                    




                  

O palácio de Blenheim era uma construção do século XIX, de arquitetura barroca, situado do vilarejo de Woodstock em Oxfordshire. Para adentrar as terras do palácio era necessário atravessa a ponte Vanbrugh – que era mais antiga do que o próprio palácio –. E claro que Alex sabia de cada detalhe do local, de como a Rainha Anne construiu o palácio em forma de agradecimento ao primeiro Duque de Malborough, e ali nasceu um famoso primeiro ministro britânico Winston Churchill. Vê-lo pela janela do quadro era como apreciar um quadro de Monet, mesmo na penumbra da noite. Construções como aquela enalteciam a história triunfante da Grã-Bretanha. O nome de Phillip estaria escrito naquela história, e talvez, o de Alex também. Suspirou pesadamente, o destino dos dois estava ligado mas corriam como retas paralelas, um ao lado do outro, mas jamais juntos.

Voltou sua atenção para conversa com Freya. A princesa sorria enquanto contava uma história sobre a última visita da Condessa de Marsden em Londres. A mulher era conhecida e de uma forma não muito agradável na sociedade aristocrática de Londres, garantia a todos que seu filho, um eremita, alto, sardento e de cabelos cor de fogo se casaria com a princesa, entretanto, ao mero arquear de sobrancelhas de Freya o rapaz se encolhia. E Freya se divertia até que demais com isso, o que deixava a rainha Adelaide de cabelos em pé, já que segundo ela, aquilo não era comportamento de uma princesa. Claro, que Balthazar – pai de Alexandra – concordava com a rainha nessa questão.

Balthazar nunca foi um grande apoiador da monarquia Windsor, se opusera as propostas da coroa no Parlamento, hoje em dia ele estava mais brando, até mesmo se tornara amigo do Rei. Sua atenção toda era voltada para a filha, e seu futuro como primeira ministra, sempre sonhava alto pela casa dizendo que Alexandra honraria o nome da família Lancaster, e todos eles se orgulhariam novamente da Grã-Bretanha. Alex sentia o peso daquilo todos os dias encurvando seus ombros, mas ainda assim ela mantinha a sua cabeça erguida, depois de praticamente uma década, era obrigação dela levar alguma alegria para a vida do pai. Pelo menos, era o que ela pensava.

O carro parou na frente do portão principal do palácio, e vários criados vieram rapidamente levar a bagagem para dentro, só depois da guarda devidamente posicionada e das bagagens guardadas que a porta do carro fora aberta, permitindo que Alex saísse. A menina levantou o rosto para a brisa noturna de verão e encheu os pulmões com o ar puro do interior da Inglaterra. Havia tomado a decisão correta quando aceitou o convite para participar daquela pequena aventura.

Então sentiu uma força magnética tomando conta de seu corpo, levando seu olhar até Phillip, que a encarava com os olhos verdes refletindo todas as estrelas daquele céu. Alex sentiu o ar saindo de seu corpo, percebeu o exato momento que os níveis de dopamina, serotonina e oxitocina aumentaram em seu sistema. Gostaria de negar, gostaria de não se sentir assim, mas seu corpo a traía, e ela sabia o que sentia. Não era apenas a felicidade de ser fitada daquela forma pelo príncipe da Grã-Bretanha, não, era muito mais do que isso. E esse sentimento a paralisava, porque ele aquele sentimento a consumia de uma forma que ela jamais achou que fosse ser possível.

Sentiu Freya sussurrar alguma coisa ao seu lado, e finalmente se libertou do olhar de Phillip. Era impressionante o que apenas uma troca de olhares podia causar quando o que sentia era tão forte, causava até mesmo uma ilusão de que talvez ela pudesse ser correspondida.

- O que disse? – Perguntou a Freya, ainda um pouco atordoada com a situação. Fez o seu melhor para fingir que nada havia acontecido, e realmente, nada havia acontecido, só dentro da sua cabeça.

- Você ficou calada. – Comentou Freya, com uma expressão leve, mas Alex percebeu que no fundo a princesa achava graça de algo, que Alex não estava disposta a descobrir, não naquele momento pelo menos. A Lancaster apenas arqueou as sobrancelhas, ainda sem palavras, e adentrou o palácio. Foi engolida imediatamente pela história, tapeçarias, e quadros de Blenheim, parecia ter viajado no tempo. Aquele choque foi bom, para tirar a imagem de Phillip da sua mente. O livro que ele havia lhe dado ainda estava em seus braços. E ela duvidava que fosse largar ele tão cedo. Uma criada apareceu, se apresentando e guiando-a até o quarto que ocuparia durante a estadia no palácio.

The BritishsNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ