Enfrentado a Realidade

26 4 1
                                    

A escuridão dentro daquele local, era realmente espantosa. A lanterna de David só conseguiu iluminar até um certo ponto. David se perguntava se atrás daquela porta, a escuridão era maior do que a da cozinha. Ele estava receoso para entrar. Ficava iluminando do lado de fora com a lanterna, tentando ver o que tinha lá dentro. Mas era em vão. Parecia que a lanterna não ia ser útil nas trevas.

- Não acha que perdeu tempo demais aqui, David? - Nicholas apareceu do nada, assustando David. Quando este se virou, Nick estava encostado na parede, de braços cruzados.

- Entra logo. - Agora, David já não se apavorava com frequência, como no começo. Se tivesse chegado agora em Silent Hill, estaria quase desmaiando, pela forma de como Nicholas chegou ali. Como? Mas, David já tinha visto coisa mais apavorante na cidade. Sua cabeça lhe dizia o que Nicholas havia lhe dito. Que ele era apenas criação da cidade. Por isso desaparecia e aparecia desta forma. Mas David não acreditava nisso. Não acreditava em nada que ele tinha dito, nem no que sua cabeça estava lhe dizendo.
- Não enche. Não posso entrar aqui, sem nem ao menos saber do que se trata. Ela não ia estar trancada por nada.

- Ela não esta trancada.

- Você sabe o que quero dizer. Ela estava trancada. Antes.
-Mas não está mais. E se quiser sair dessa cidade " Se sair" - pensou rápido - vai ter que entrar aí. - O sorriso malévolo no rosto de Nicholas fazia David se sentir arrepiado.

De repente, David se viu atrás da porta. Lá dentro da escuridão. A porta se fechando, e lá fora, Nick, dando tchauzinhos para ele. Como ele havia entrado ali? Nicholas o empurrou? Mas como? BAM!

- A porta tinha se fechado. O enorme barulho que a porta fez ao se encontrar com a parede, fez os ouvidos de David estalarem.

Agora, já era. Já estava na sala, e teria de continuar por ela. Não se preocupou com a porta por onde saía. Devia estar trancada, e, mesmo se não tivesse, o que teria a ganhar saindo por ali? Além do mais, não queria ver aquela cara medonha de Nicholas novamente.

David iluminou a sala com a lanterna, e agora ele pode ver tudo claramente: Um corredor, como o outro, gradeado, metálico.

- Droga! Outro corredor? - Mesmo assim, David continuou. Andava agora, sempre com a arma numa mão. Andou, andou, e não via nada. Nenhuma porta, nada. Foi quando o rádio começou a chiar.

- Podem vir - disse baixinho.

- Agora estou preparado. - E então, lá estava, um daqueles cães. Ele não pareceu que queria atacar. Quando David se aproximou, ele estava deitado, e, quando percebeu a presença de alguém, levantou a cabeça para ver o que era, e assim que confirmou, voltou a deitar a cabeça em meio as pernas dianteiras esticadas para frente. David estranhou tudo isso. Mas pensou que ia aproveitar para economizar balas. Mas ao passar o cão, com todo o receio, e depois, ao perceber que ele nada faria, David começou a andar normalmente, e foi aí que o cão se levantou bem quieto e atacou David por trás. Ele fez com que David batesse a cabeça na parede e desmaiasse.


" David estava caminhando em uma calçada. Estava se sentindo inquieto. Com uma coisa estranha no corpo. Um homem com dois Pastores Alemães passou ao lado de David, e este começou a fingir que estava tendo um ataque. Sim, fingir. Os cães se soltaram da coleira que estavam presos e avançaram em David. Este, pegou uma faca de sua cintura, e acertou a cabeça de um dos Pastores.

O dono deles berrou ao ver a cena, e foi correndo tentar parar o outro cão. Mais era tarde demais. Ele havia atacado David, e já estava em cima dele, quando David lhe deu 3 facadas no corpo. David sentia-se tão vivo ouvindo aqueles sons de faca entrando e saindo. Gostava tanto deles. Não entendia porque tinha ficado tanto tempo sem matar alguém com facadas. Era um ótimo modo de tirar o stress sobre os músculos. O homem ficou horrorizado com seus dois cães mortos, e gritou que iria chamar a policia. Mas David apenas o ameaçou, tentando em vão lhe dar uma facada.

O homem conseguiu fugir correndo, e David apenas se deitou junto com os cães para mentir para a policia e dizer que não sabia de nada. Todos naquela pacata cidade conhecia seu famoso Ataque, então não teria que dar muitas explicações.

- Viu só, David? - A voz de Nicholas acordou David.

- Era tudo uma mentira, para escapar da policia. - Agora ele falava calmo, como alguém que queria apenas ajudar. David não conseguia falar. Agora estava apenas sentado, encostado na parede. E onde estaria o cão que lhe atacou ali? Nicholas o matou? Mas, então ele esqueceu o cão, voltando a lembrar dos outros cães que matou. Aquela imagem tinha mexido com ele. E agora, ele podia ver que era verdade tudo que Nicholas havia falado.
- Porque fiz isso? Me explica! - Disse ele, olhando para Nicholas.

- Creio que não seja hora ainda.

-EXPLICA! - Gritou ele impaciente. Nicholas apenas olhou para ele sério, e depois sumiu.

Sumiu de repente. David arregalou os olhos e gritou:

- IDIOTA! NÃO SUMA! - Mas foi em vão.

Então, sem mais o que fazer, David precisaria voltar ao corredor principal, e entrar em mais alguma porta. Antes de levantar David ficou olhando para as paredes, virando-se para olhar em volta. Eu devo merecer tudo isso".

A sua frente, a porta que levava ao outro corredor estava aberta. David olhou para trás, e iluminou o corredor. Havia apenas uma parede de metal enferrujado acabando com o caminho. Teria que voltar de qualquer maneira.

Silent hill - Memórias do passadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora