Paraíso - Limbo - Purgatório

colheita

um vez por ano, quando as mesmas constelações reaparecem no céu sob o mercado popular, as pessoas sabem que está na hora de colher o que plantaram.

os camponeses vão em massa para os campos, sempre trazendo carroças e mais carroças carregadas de verduras, legumes e grãos no final do dia.

são dezesseis dias de colheita e de festa, onde cada noite as ruas se iluminam com velas, tochas e lampiões, e não é incomum ver mulheres gritando canções sobre amores desfeitos e vidas solitárias à lua.

espantalhos de palha são espalhados por todas a estradas, vestidos com sacos de verduras velhos e grossamente pintados com sumo de algumas verduras podres, barro, e musco.

no decimo sexto dia, ocorre o apogeu, com uma festa tão grande onde a noite é tão iluminada quanto o dia, onde a comida é abundante e as crianças ficam acordadas até tarde, todos ficam acordados até tarde, até as 3:00

depois das 3:00 tudo some como num passe de magica, com todos os camponeses desfazendo as decorações o mais rápido possível, espantalhos são rasgados, molhados e depois jogados nas sarjetas.

Pois às 3:00, as portas da Catedral se abrem e os membros da Alma saem nas ruas vestindo longas capas pretas e mascaras brancas que se assemelham a caveiras de corvos mortos, nessa noite o Paraíso envia mais Criadores à Alma, e eles percorrem as ruas das cidades e vilas do limbo como fantasmas, parando em cada destroço de espantalho ou figura de enfeite e usando o seu dom para refazê-los, e eles ficam parados em pé sem apoio, até que os Asa retornem às Catedrais. Quando as portas das Catedrais se fecham, e a ultima luz se apaga, os espantalhos se movem e começam o expurgo.

Começa simples, com pequenas figuras se movendo lentamente na escuridão, com os olhos brilhando em dourado, parecem não ter um rumo certo, até chegarem à frente de uma certa casa, ou de uma certa sarjeta, ou de um certo prostíbulo, aí, eles finalmente acham seu proposito e começam sua tarefa. Eles abrem as tabuas, pulam os muros, arrancam qualquer cerca, agindo como um só até encontrar os pecadores do ano, aqueles que fizeram o pior mal e a mais vil crueldade, eles são pegos, despidos e surrados enquanto revivem os seus atos nos olhos dos espantalhos, e então enforcados em frente às suas casas, com os seus crimes escritos com seu próprio sangue em suas barrigas (os mais comuns incluem "ESTUPRO", "ROUBO", "ASSASSINATO" e "MUTILADOR", embora outros sejam bastante comuns também) , e com uma pilha de trapos (que foram os espantalhos) na sua frente.