Pelos quadros de um vitral
Um inseto se batia
Na bela luz que o atraia
De clara tarde invernal.
De tal forma persistia,
Prisioneiro em teimosia,
Lograr total liberdade:
Atrás de si já não via
Uma porta que se abria
Para a amplidão da cidade.
Como o homem tal ocorre,
Em busca de um sonho vão;
Com ilusão, lança-se, corre:
Em anseio quase morre
Sem ver a libertação,
Quando de si aflito foge.
Nota:
Procurava poesia por todo canto: no inseto preso, na chuva que caia, nas estações do ano, nas músicas que ouvia, no canto dos pássaros, sempre a observar e refletir com olhos atentos, em geral secos por fora, mas encantados por dentro.
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Vivências
PoetryHá dois anos Maria Helena se foi, minha talentosa avó. Seus poemas ainda confortam e sua vida ainda me intriga. Para homenageá-la publicarei seus poemas nesse livro do WATTPAD. São de uma beleza que fará lágrimas escorrerem. Sua vida foi inquietante...