IX. Dependência

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[N/A: Olá pessoas bonitas!

Dou um beijo em quem perder alguns segundinhos pra comentar sobre a história, porque eu tô meio pombo aqui sem saber se está bom, se está ruim, se gostam, mas não muito... Enfim, estou perdida, me deem uma luz.

Sintam-se abraçados.

Boa leitura!]


Harry não era uma pessoa cheia de medos. Ele tinha poucos, mas que o apavoravam o suficiente por todos os outros que não possuía.

Desde a morte de Louis Tomlinson, ele havia desenvolvido um pavor irracional da perda. Pensar em perder outra pessoa o travava, ao ponto de ele querer se encolher num canto e chorar como uma criança que perdeu os pais no meio do shopping. Além disso, haviam outros... Ele tinha medo de uma pessoa ser totalmente dependente dele. Não por qualquer motivo idiota, mas porque tinha medo de decepcionar essa pessoa... Medo de errar. De não ser o suficiente.

Apesar disso, o universitário sabia que ao escolher ficar com o Puppet "com defeito", iria ter de cuidar dele, contudo isso nunca o impediu de sentir medo. Teve medo o tempo todo, como um pai de primeira viagem teria.

Claro que não sabia até que ponto se colocaria como seu protetor, porque não sabia até que ponto ele precisava de proteção, mas depois daquela noite conturbada de uma convulsão atrás da outra, percebeu que Louis se tornaria muito mais dependente dele do que estava imaginando.

Sem o sistema para guia-lo, o menino havia se tornado exatamente o que era: um menino com corpo de quinze anos, experiência de vida de menos de um ano, dono de uma dependência quase crônica. Ele sabia ler, escrever, fazer tarefas básicas e tinha um conhecimento de uma pessoa que havia completado o ensino médio, porque isso fora ensinado a ele antes que fosse enviado para Harry, independente do sistema, contudo... Agora ele não sabia mais cozinhar, passar, nem como agir em milhares de situações. Havia se tornado um menino muito tímido e de difícil socialização até mesmo com Zayn, Liam e até mesmo a empregada da casa, que vinha todos os dias.

Se antes ele se oferecia para Harry sexualmente todos os dias, agora seria mais fácil porcos criarem asas do que ele fazer algo minimamente ousado. Mas ao invés de ficar irritado com isso, o Styles não conseguia achar aquilo nada menos do que adorável. Porque era a verdadeira personalidade do pequeno. Completamente diferente de seu Tomlinson... Mas completamente único, exatamente como havia de ser.

— Lou...? — Indagou o rapaz de olhos verdes, que havia chego depois da faculdade, exatamente uma semana depois de o pequeno tornar-se um humano completo. A casa estava escura, o que não era muito comum porque o ex-puppet costumava assistir televisão até que Harry chegasse. Como se levado por instinto, o Styles andou até a suíte onde dormia, encontrando o garoto encolhido contra a cabeceira da cama, com um livro nas mãos, lendo-o de maneira compenetrada.

Ambos continuavam dormindo no mesmo quarto, porque Louis havia desenvolvido um medo absurdo de escuro, então estava fora de cogitação dormir sozinho. Harry preferia assim... Gostava de ter o cheiro dele em sua cama.

Sentou-se ao lado dele na cama, passando os dedos em seus cabelos antes de se inclinar para dar um beijo em sua testa, finalmente fazendo-o perceber sua presença. O livro era sobre uma distopia que tinha um pouco de romance. Harry costumava ler aquele tipo de livro quando era mais novo e eles continuavam nas prateleiras do escritório.

— Não sabia que gostava de ler. — Comentou, vendo o menino se inclinar para frente, encostando o rosto em seu peito, aspirando o aroma que desprendia de Harry. Havia se tornado um hábito dele... Buscava o cheiro de Harry em todo lugar, como se aquilo fosse um calmante natural para ele. Apesar de tímido e arisco com o resto do mundo, ele era dono de uma dependência quase patológica do maior.

O Inverso do Perfeito {l.s}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora