O Inverso do Perfeito {l.s}

XI. De Corpo e Alma

[N/A: Bem vindos ao penúltimo capítulo de OIdP. Eu nunca escrevo fanfics longas, vocês já notaram? Acho que nunca escrevi alguma coisa com mais de 25 capítulos na vida toda, então não dá pra vocês esperarem isso de mim. 

Ainda assim, espero que vocês gostem de mais esse pedaço - pelo menos os poucos que estão lendo - e fiquem sabendo que Perfeito (a side Ziam) vai ser postada sim, só estou esperando a capa porque minhas habilidades de edição são risíveis. 

Boa leitura!]

Quinze horas depois de Harry ter se despedido de Louis, finalmente Niall Horan entrou no quarto.

O Styles, àquela altura, já havia caído no choro algumas vezes durante sua espera. Os olhos estavam vermelhos e inchados, contudo ele havia conseguido se recompor com a chegada do cirurgião. Seis horas sem nem sinal de seu namorado haviam corroído qualquer resquício de força de vontade que ele pudesse ter, já que atingiu diretamente seu ponto frágil: a fobia da perda.

Perder dois Louis definitivamente seria demais para Harry.

—Desculpe por demorarmos para dar notícias, mas eu estava evitando a ideia de trazer informações desagradáveis. — Não seria exagero dizer que o coração do recém formado parou dentro do peito e ele sentiu aquela conhecida sensação de perder o chão sob os próprios pés. Já havia acontecido uma vez quando o médico informou que o Tomlinson havia falecido. Ele não estava preparado para ouvir isso novamente. Simplesmente não estava. —Ei... Acalme-se, Sr. Styles. — Niall alertou, vendo como o outro havia adquirido um tom pálido, de quem estava a um passo de desmaiar, ou ter um ataque cardíaco. —Louis está vivo.

A pressão do mais alto baixou tanto ao receber aquela notícia, que suas pernas falharam e Harry caiu, sentado na poltrona, como se simplesmente não conseguisse lidar com dois polos de sentimentos diferentes num só momento. O cirurgião riu baixinho, os olhos ainda mais felinos em contraste com o sorriso branco.

—Tivemos uma complicação séria lá pela oitava hora de cirurgia. Ele começou a entrar em choque na mesa e passou muito perto de uma coisa que nós chamamos de tríade da morte, que se caracteriza pela hipotermia, hemorragia incontrolável e acidose metabólica, mas deixemos os termos técnicos de lado... O que aconteceu, basicamente, é que uma artéria foi atingida enquanto estávamos tirando todo o aço do corpo dele e iniciou uma hemorragia que passamos muito perto de não conseguir conter. Depois disso, uma de suas vértebras foi afetada e tivemos medo de ele ficar paraplégico, contudo já confirmamos e ele continua com os movimentos impecáveis. O coração dele parou sete vezes na mesa, então não se assuste com as marcas do desfibrilador no peito do seu menino, ok? Louis deve acordar em algumas horas sem sequelas, mas com muita dor, que vamos medicar da melhor maneira possível. — O irlandês buscou uma prescrição no próprio bolso e entregou ao mais alto. —Seria bom evitar movê-lo na primeira semana, porque quase todo o metal que tiramos estava em volta da coluna e ela pode estar fragilizada, então só movimentos necessários, ok? Aqui os remédios que ele vai ter que tomar quando for pra casa. Já vamos trazê-lo para o quarto.

Harry pegou o papel, ainda sentado, olhando o médico de baixo. 

—Muito obrigado pelo que fez por nós.

—Não foi nada. — E saiu do quarto.

• •

Louis acordou três horas depois do médico sair. Ele estava com seis marcas de queimadura do desfibrilador no peito e tantas bandagens pelo corpo que parecia uma pequena múmia, toda pálida e dolorida, que fazia caretas levinhas toda vez que respirava. Harry, que quase morreu de preocupação esperando que a cirurgia terminasse, não ficou menos preocupado quando ele chegou ao quarto porque seu pequeno estava tão frágil depois de todo o procedimento que apenas queria abraça-lo e livrá-lo da dor.