Diego narrando:
Essa garota, Danielly, fez o maior escândalo para aceitar Jesus, enquanto o pastor orava ela chorava e dizia: "Que lindo". Não sei nem o que pensar em relação, a essa nova convertida.
A Kalila, assim com o eu pensava, meio que me deixou de canto ao retornar a amizade com o Felipe. Eu oro muito por ambos, mas cansei de ficar de lado, só assistindo a eles, descidi tomar atitude e lutar por um espaço meu na vida da Kalila: o de amigo para todos os momentos.
- Bom dia filho- mamãe fala assim que eu adentro na sala de jantar.
- Bom dia mãe, bom dia pai.
- Bom dia filhão- papai fala pensativo.
- Aconteceu alguma coisa, pai?
- Sim, mas eu vou orar e tentar resolver.
- Se precisar de ajuda pede a Deus, mas se precisar do seu filhão, tô aqui- falo dando apoio.
- Tá bem- meu velho continua pensativo- Vamos tomar café?
- Hoje não- respondo. Minha mãe e meu pai não perguntam nada, pois ambos temos uma regra: Não quer café, não toma, não quer almoço, não almoce (durante a semana a regra não vale), mas o lanche é fundamental- Eu vou caminhar, tá bom?
- Tá, mas cuidado- papai fala.
- Não demore muito e leva o celular- mamãe alerta.
- Uhum- falo e subo as escadas em busca do celular. Encontro, desço e vou fazer a bendita caminhada matinal.
Inicio com uma caminhada mais devagar, logo começo a acelerar. Nem percebo quando começo a correr freneticamente. Depois de correr vários quilômetros minhas pernas doem muito, mas insisto, tentando ultrapassar meus limites.
Eu paro quando não aguento mais e dobro-me pois estou muito cansado.
Sinto uma mão no meu ombro, assusto-me e levanto rapidamente.
- Calma cara, sou eu!- diz o Felipe.
- Ah. Você me assustou, pensei que você ladrão- digo rindo- E aí, tá caminhando?
- Sim. Tentando manter a forma.
- Bora continuar juntos?- convido.
- Vamos- responde ele.
Nós começamos a caminhar devagar, mas aceleramos conforme o tempo passa.
Felipe narrando:
Eu pensei que caminhar com o Diego era moleza, mas me enganei feio.
Após nós caminharmos bastante, escostamos em uma lanchonete.
- Vamos tomar água?- pergunto.
- Não trouxe dinheiro.- Diego falou enfiando as mãos nos bolsos.
- Eu pago, cara.
- Nada disso.
- Que isso.- falei entrando na lanchonete- Bom dia senhorita.
- Bom dia- disse a moça.
- Poderia me dá duas garrafinhas de água?
- Claro, só um minuto- disse se retirando- Aqui está- a moça diz ao retornar.
- Quanto custa?
- Cada uma é 1,50. As duas dão 3,0 reais.
Meto a mão no bolso e retiro a carteira. Pego 5,0 reais e entrego a moça.
- Está aqui seu troco- diz ela, ao me entregar 2,0 reais de troco.
- Obrigada senhorita e que Deus lhe abençoe.
- De nada- pego as garrafas e me dirijo para onde está o Diego.
- Aqui- entrego a garrafa para ele- E para de frescura.
- Obrigado, cara.
- De nada.
Bebemos a água, que é uma criação tão perfeita de Deus. A água não tem gosto e nem cheiro, mas é tão gostosa, tão perfeita, tão de Deus.
- Vamos continuar?- pergunta o Diego.
Minha intuição era gritar: "Não".
- Vamos- falo o oposto do que pensei.
Colocamos as garrafas secas no lixo e começamos a correr novamente.
- Amanhã tem escola, né?- pergunto tentando puxar assunto.
- Sim. Duas aulas de química, uma de espanhol, uma de biologia e duas de inglês.
- Nossa, duas de inglês?
- Poiseh. Para que duas de inglês? A aula fica muito chata.
- Fica mesmo. Mas nós temos que agradecer, pois muitas pessoas estão querendo estas aulas chatas que temos.
- Verdade. Nunca tinha parado para pensar por este lado.
- Eu também não- falo sincero.
- Então você pensou nisso agora?
- Sim.
Depois deste mini papo, ficamos em silêncio novamente. Apenas corremos lado a lado.
- Vamos voltar?- Diego me pergunta cansado.
- Vamos, que daqui a pouco escurece e eu tenho que ir para a igreja.
- Uh. Tô gostando de ver- o Diego fala voltando e eu o sigo.
- Tudo para honra e glória de Deus- falo.
- Verdade.
Caminhamos novamente em silêncio. Mas em determinado ponto do percurso, o cadarço do meu tênis se desfez do laço.
- Calma aí- falei parando- O cadarço desamarou.
- Amarra aí então- Diego fala parando.
Me abaixo e começo a refazer o nó. Ao terminar olho para a frente e vejo um vulto, Diego correndo e gritando.
- Cuidado- gritava.
Minha mente não processa rápido a informação e meu corpo não se move, fico agachado e paralisado ali na calçada.
"Senhor me perdoe, tudo aquilo que fiz de errado e que não te agradou. Ajude a todos aqueles que amo. Te amo meu tudo"- falo com Deus em pensamento antes de sentir uma pancada forte contra o meu corpo. Algo bateu em mim de uma maneira tão forte, que fui arremessado. Mas antes de sentir o impacto do meu corpo no chão, perco o comando da minha mente, que apaga, ficando tudo escuro e sem vida.
"A terra que Deus me prometeu, irei conquistar🎶".
"Deixe Deus invadir tua vida, tua casa e teu ser. A partir daí você verá tudo de uma maneira diferente".
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Garota Cristã
Spiritual#4 em Espiritual (12/07/2017) Sinopse: Esta é a história de uma adolescente chamada Kalila Belluz, que no auge dos seus 16 anos acontece uma tragédia; sua mãe morre com sintomas de derrame. Quase todos...