― E o que você anda fazendo nesses últimos dias? ― perguntou o meu psicólogo. Desde que minha mãe morrera, o que já fazia algum tempo eu tinha que visitá-lo pelo menos uma vez no mês, do contrário ele apareceria na minha casa. E acredite, isso não é nenhum pouco legal.
Fiquei pensativo, será que eu poderia contar sobre a investigação? Provavelmente não, mas contaria sobre as duas irmãs.
― Conheci duas garotas, na verdade, duas irmãs.
Dr. Callis me olhou cuidadosamente enquanto levantava uma de suas sobrancelhas.
― Oh. Faz um bom tempo que não lhe vejo falar de garotas... — havia um certo entusiasmo em sua voz, mas havia também algo do qual não consegui identificar.
― Eu não costumo sair muito de casa.... Sabe disso. ― cruzei os braços.
― Sim, sim. É mais interessante ficar em casa olhando coisas sobrenaturais e macabras, certo? ― preferi não responder correndo meu olhar para a sua sala. Fileiras e mais fileiras de livros chatos sobre como dizer se uma pessoa é louca. ― Então, porque agora está andando com elas?
― Não sei.... Elas são... interessantes.
― Huum... Bom, muito bom. ― eu nunca sabia o que pensar quando ele dizia isso. ― Monsier Bridegt, poderíamos passar a nos vermos de 15 em 15 dias?
― O que? Por quê? ― questionei indignado. Já era insuportável ter que aparecer aqui uma vez por mês imagina de 15 em 15 dias.
― Nada, acho que será melhor para o senhor. ― disse cruzando as mãos enquanto me olhava por cima daqueles óculos quadrados. ― Concorda?
Eu odiava quando ele fazia isso. Sempre sentia que se por acaso recusasse eu iria acabar em um manicômio.
― Ok. ― resmunguei de cara fechada.
― Ótimo! ― falou se levantando enquanto sorria. ― Nos vemos daqui quinze dias, Monsier.
Ele me estendeu a sua mão e eu a apertei. Saindo do escritório do meu psicólogo me dirigi à saída encontrando Alícia e Carmem me esperando no estacionamento. Olhei para trás e vi que o Dr. Callis nos observava pela janela de seu escritório. Não gostava daquele olhar dele, era como se estivesse me analisando o tempo todo. Resolvi ignorar e seguir o caminho.
Cheguei à minha casa em meio aos suspiros. Ontem no restaurante não conseguimos descobrir nada o que deixou Alícia bem chateada. Carmem ficou de animá-la, mas, sinceramente tudo o que eu queria era um descanso. Sem falar na máquina que ligou sozinha, nós nem tocamos no assunto, aquilo parecia maluco demais...
— Acho que vou me deitar. Vocês não vão para a casa de vocês? — fui em direção à porta do meu quarto. As duas me olharam como se eu tivesse contado uma piada, percebi que não adiantaria expulsá-las, já que as mesmas não iriam embora e provavelmente dormiriam novamente na minha casa.
Joguei-me na cama e fui pego rapidamente pelo sono.
Eu corria desesperadamente. Olhava para trás constantemente, sentia o perigo atrás de mim mesmo eu não conseguindo ver nada. Só sabia que precisava correr como se minha vida dependesse disso.
Meu coração estava acelerado, a respiração pesada, as pernas já doloridas pelo esforço e o desespero consumia a minha mente.
Depois de um tempo correndo cheguei à um local onde identifiquei sendo uma cozinha. Ouvi um barulho atrás de mim e resolvi me esconder por detrás de uma das máquinas que ali estava.
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Brouillard
Mystery / ThrillerBrouillard é um restaurante famoso na cidade de Paris, mas sua fama nos últimos anos não se deu pela boa comida ou pelo adorável ambiente, mas sim por dois acidentes que aconteceram naquele lugar. Em 2014, o restaurante foi incendiado. Ao que tudo i...