35 | AURORA

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Abro um pouco dos olhos na tentativa de ver onde eu estava, mas tudo era escuro. Minha cabeça doía para caramba, acho que a bati em algum lugar. Dou fim aos meus pensamentos quando ouço o barulho da porta ser aberta, logo passos vindo até mim, parecia um homem. As mãos dele tocou em minha testa, então senti um frio percorrer no meu corpo inteiro.

— Que susto! — Wesley diz quando abro completamente os olhos.

— Onde eu estou? — pergunto tirando as mãos dele de mim.

— Com certeza, no inferno. Seu quarto é quente pra...

— Eu espero que você esteja usando roupa. — me sento na cama observando o sorriso do garoto — O que aconteceu comigo?

Ele me olha por alguns segundos, depois desvia seu olhar para o chão.

— Quando cheguei aqui, encontrei você no banheiro desmaiada. E desculpe pela porta, mas foi necessário.

A porta do banheiro estava no chão, assim como eu naquele momento. Não existe lógica de alguém ter entrado em casa, na verdade, deve existir pois eu sempre esqueço de trancar a porta e ativar o alarme.

— Você vai pagar esse estrago. — digo apontando para porta.

— E eu tenho cara de banco pra ter dinheiro? Estou começando a me arrepender de ter tirado você daquele banheiro. — Wesley revira os olhos.

— Vai se danar.

[...]

Voltei para sala com mais pipocas, me sento novamente ao lado do garoto que prestava muita atenção no filme. Ponho o balde de pipocas entre nossos corpos, encarando por vários segundos Wesley. Solto um suspiro pesado e nego com a cabeça, mas quando foi notar, eu estava encostada em Wes, minhas pernas em cima de suas coxas, como ele pareceu não se importar, continuei daquele jeito. De repente, uma mão quente encostou em minha perna esquerda e começou a acariciar ela. Mordo forte meus lábios tentando continuar calma, oque era impossível, as mãos dele me davam arrepios.

— Pa-para com isso, eu quero ver o filme... — digo num sussurro.

— Sabe, nós estamos namorando e nunca trocamos umas salivas... nunca nos abraçamos. É hora disso acontecer, Aurora.

— Não, não é. Eu estou fingindo ser sua namorada, só isso, nada mais! — exclamo me afastando dele.

— Eu não entendo o porque você sempre é assim comigo, sério. Percebi que com outras pessoas você é mais carinhosa, por que essa diferença só comigo? — ele pergunta, sua expressão triste era visível.

Abaixo minha cabeça e murmuro: — Porque eu gosto de você.

Wesley suspirou impaciente, ele não ouviu, agradeço imensamente ao meu querido senhor. Levantei minha cabeça ao ver que meu 'namorado' estava indo embora, corro até ele e seguro sua mão. Seu olhar em mim continua triste, doeu no fundo.

— Talvez isso faça você entender...

Sem pensar em mais nada, coloquei meus braços no pescoço de Wesley e juntei nossos lábios. As mãos dele foram parar em minha cintura, empurrando-me lentamente até uma parede, onde fui encostada. Seus lábios eram macios, e ele sabia beijar muito bem. Puxei fraco os cabelos dele, mordendo seu lábio inferior.

— Acho que deu pra entender o que sinto por você, Wesley.

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