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A semana passa rápido, apesar de meu tempo ser passado a beira do lago no deque. Meu corpo estava aqui, porém minha mente não. Pensava em Sam o tempo todo e no trabalho que deixei a cargo dos meus amigos. Estou sendo irresponsável, coisa que há muito tempo não acontecia. Desde que entrei para as forças especiais, seis meses depois de perceber que Sam não voltaria, onde conheci Alex, Bruno e Salvatore e nos tornamos amigos, eu fui o que menos demorei na organização, saindo logo depois de cinco anos lá. Alex e o os outros estavam há bem mais tempo do que eu. Depois, como dizem, é história. Fomos trabalhar com segurança particular para os riquinhos e agora temos a M.S. Claro, Alexander é nosso líder. Mas no momento que não quisermos mais isso, podemos deixar a sociedade e irmos para a carreira solo, como dizem o por aí. E eu durante todo esse tempo nunca deixei trabalho para eles farem por mim, até agora

Esticando meu corpo na espreguiçadeira do deque, tomo minha bebida. Eu estou inquieto, mas não me arrependo de ter vindo para cá, precisava desses dias longe de tudo. Quando voltar a Sam já terá indo embora, acredito. Pelo que ouvi, ela tinha apenas três concertos em uma semana. Tomara que esteja certo e não tenha de vê-la outra vez. Tenho curiosidade em saber o que ela foi fazer em minha casa. Como ela descobriu onde moro. Porque o interesse depois desses anos todos?

Será que ela nunca me esqueceu da mesma forma que eu não a esqueci?

Música toca ao fundo me distraindo Guns N'roses minha banda preferida me deixa melancólico. 

E eu sou muito jovem para deixar o amor partir meu coração
Jovens no coração. Mas está ficando muito tarde

...

Eu não sei como você é suposto encontrar-me ultimamente
E o que mais poderia pedir de mim?


Retiro os óculos aviador e esfrego os olhos. Deus! Transformei-me em um homem obcecado. Escuto um carro se aproximando e levanto atento. Quem poderia ser? Agarro minha camisa que tinha jogado ao meu lado e caminho cautelosamente para verificar quem estava vindo. Uma velha picape para na frente e vejo meu caseiro descer logo depois.

— Seu Carl — Ele cumprimenta tirando o boné surrado que está usando e passa a mãos nos cabelos ralos. Pedro, um senhor de uns setenta anos, é a imagem de um homem do interior, ele e sua esposa que tomavam conta da propriedade quando mal venho aqui, então eles sabem mais sobre essa casa do que eu.

— Pedro. O que faz por aqui? — Faço um gesto para que ele entre e caminho para a cozinha — Quer alguma coisa para beber meu velho?

— Um copo de água seria bom — ele diz vindo junto comigo — Vejo que tem aproveitado o sol escaldante.

— Sim, só não tive coragem de pular no lago — digo rindo — Deve ter umas piranhas lá.

— Vocês garotos da cidade não sabem distinguir uma piaba de uma piranha. — ele rebate — Esse lago não tem piranha, seu Carl.

— Se você diz, mas não arrisco. Posso ficar sem minhas partes essenciais — digo quando sirvo água para ele. Ele bufa do meu gracejo. — O que o traz aqui?

Ele fica sério e olha ao redor

— Não veio com nenhum tipo de comunicação? Não usou o quarto onde tem aquelas bugigangas de tecnologia? — ele pergunta apontando em direção ao quarto onde tem todo o sistema de monitoramento de câmeras e computadores. Mas eu não vou lá desde que cheguei.

— Não vim para cá para ficar conectado, Pedro — digo — vim relaxar.

— Uma moça, acho que foi... Não lembro bem o nome dela... acho que é Lana. Sim, Lana. Pediu que ligasse para ela porque não consegue contato com o senhor — ele fala em um folego só. O que diabos a diaba maluca quer comigo?

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