Capítulo 3

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O PASSADO BATE À PORTA

O PASSADO BATE À PORTA

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CARL

Devo ter entrado em algum universo alternativo, por que no meu universo Samantha não mais existia. Mas lá está ela.

Ela me olha com espanto, como se não acreditasse que esse sou eu, e vejo que não é um fantasma da minha mente alcoólica, mas ela é de carne e osso e está bem na minha porta. Eu fico sóbrio tão rápido, acho que o álcool evaporou com o susto que tive de vê-la aqui.

O que diabos ela veio fazer aqui? Não a quero aqui. Não hoje quando tudo está tão mexido dentro de mim. Por que ela veio? A pergunta martela na minha cabeça. Fecho meus olhos tentando negar sua presença, porém, quando os abro de novo, ela ainda está aqui. Em pé e me olhando como se tivesse com dor também. A menina que amei não está mais lá, em seu lugar está uma mulher de vinte e oito anos requintada. A jovem despreocupada que me pediu para esperar naquele aeroporto, dez anos atrás, não existe mais. Mas isso é bom porque eu poderia ser tão fraco que talvez não resistisse a ela e a tomaria em meus braços. Viver do passado é uma merda!

Dor queima através de mim fazendo-me oscilar, sem saber se a abraço ou se a mando para o quinto dos infernos de onde ela veio. Mas estou travado no lugar e lembro vagamente que não estou só, tenho duas mulheres em cada braço. E não poderia ser em melhor hora.

Sam!

Eu a odeio como nada nesse mundo.

Eu a amo com toda a minha alma. Se eu tivesse alma ainda. Se ela não a tivesse levado com ela naquele dia. Suas palavras naquela carta destroçaram todo o amor que já senti na minha vida por ela. Da garota dos meus sonhos a garota que não quero ver. É uma dualidade que tenho que conviver todos os dias.

Empurro as duas mulheres para que andem e faço sinal para o porteiro da noite deixá-las entrarem, elas olham de mim para Samantha e dão de ombro entrando e me deixando com meu fardo Samantha Stollen.

Eu paro na frente de Samantha e emoções, que achava não mais existir dentro de mim, apertam meu peito quase me sufocando. Desde que a vi mais cedo hoje na TV, tudo veio à tona e agora parece mais intenso. Tenho vontade de gritar tão alto para ela ir embora, mas, ao mesmo tempo, tenho gana de agarrar seu corpo tão malditamente apertado. Como posso me controlar se meu pau tem sua própria ideia de Samantha, ele sempre foi escravo dessa garota. O bastardo. Ela me desconcerta e ainda significa mais para mim do que qualquer outro ser humano. Pode isso ser amor? Será que que tudo que ela fez, indo embora, não matou esse sentimento? Estou doente.

— Carl — percebo que ela chama o meu nome pela segunda vez, da primeira vez eu ainda estava desnorteado com sua presença. Cravo meus olhos nos dela, duramente.

— Vejam só, Sam Stollen, a grande pianista na porta de um pobre mortal — digo com desprezo obvio. Minha voz é dura e inflexível. Sim, raiva é melhor que tesão. — A que devo tão grande honra?

Carl - Série Guarda-Costas #3  DISPONÍVEL NA AMAZONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora