Capítulo 8

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Surfar;

Assobiar;

Aprender a fazer hambúrgueres;

Dirigir uma moto;

Descobrir o que me faz feliz;

Pular de paraquedas;

Pescar;

Me divertir muito;

Cantar em um Pub;

— O que tá fazendo? — Beto pergunta, entrando na sala e sentando ao meu lado.

— A lista que você falou.

— Porra, gata! Você não pode levar tudo ao pé da letra. Não era para correr comprar uma folha colorida e canetas divertidas para escrever a porra da lista!

— Mas você disse...

— Não leve tudo o que digo a sério. Deixa as coisas rolarem pelo menos uma vez na tua vida. Nem tudo precisa ser planejado, organizado e estudado detalhadamente antes de ser feito.

Ele tira a folha da minha mão, lê as primeiras palavras, amassa o papel e joga no chão do outro lado da sala.

— Agora tome um banho, são quase cinco e meia da manhã, não pode chegar atrasada no primeiro dia de aula — ele continua.

Vou acabar enlouquecendo com esse homem.

— Tomei banho no clube, estou pronta!

— Vai assim?

Olho para minha roupa. Estou com um short, uma camiseta e um biquíni por baixo. Não é assim que o pessoal surfa?

— E que roupa eu deveria usar? — pergunto.

Ele abre um sorriso maroto e puxa um embrulho que estava escondido embaixo do sofá.

— Experimenta essa, acho que vai gostar.

Outro presente?

Pego o embrulho e abro com o maior cuidado para não rasgar o papel. Minha mãe sempre diz que precisamos ter classe até na hora de abrir pacotes.

— NÃO ACREDITO, BETO!

Ele acabou de me dar uma camiseta de manga longa de lycra própria para o surfe.

— Não quero que se machuque, pelo menos, não muito — explica.

Sei que a camiseta vai ajudar muito nas quedas e no contato com a prancha.

— A PRANCHA? Não tenho uma prancha!

Beto faz cara de tédio e levanta.

— Vamos logo antes que eu desista dessa ideia besta de dar aulas de surfe.

Corro trocar a camiseta e apresso o passo para encontrar Beto na areia.

Estou animada, elétrica e agitada. Sempre quis surfar. Falo sem parar o caminho todo. Fico dizendo todas as manobras que quero fazer, as formas que quero entrar nas ondas, os mares que quero conquistar. Beto não responde nada.

Encontramos o pessoal no lugar de sempre. Hoje, não tem ninguém ainda na água. Todos estão sentados na areia. O mais velho deles levanta-se quando vê a gente chegar.

— A minha é a primeira — ele diz, entregando a prancha para mim. — Tenho compromisso depois e não posso demorar muito.

Fico sem entender nada.

Pronta para Casar - DegustaçãoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant