Crianças perdidas

Capítulo 2

Onde estou ?

Tommy acorda com uma forte dor de cabeça, não era novidade ele acorda assim, desde de muito novo já tinha dores de cabeça muito forte. A visão dele estava embaçada, o cheiro era horrível, e a luz do sol entrava pelo que parecia ser um buraco bem pequeno em algum tipo de tecido. Ele estava em algum lugar feito com um tecido claramente muito rasgado. Aos poucos foi recuperando a visão mas a dor de cabeça ainda estava muito forte, com a mão na cabeça ele se sentou, e já com uma visão ampla deu uma olhada ao seu redor. Estava em uma barraca. Ela era velha e suja, e tinha muitos buracos por onde entrava alguns raios de sol, tinha uma coberta vermelha humilda com muito mofo, e dois travesseiros sem fronha que chagavam a ser pretos de tão sujos que estavam. A barraca estava aberta porque aparentemente o zíper que fazia a barraca de fechar estava quebrado. Tommy sentiu vontade de vomitar quando olhou para o lado e viu o que parecia ser um rato ou um gambá morto, as mosca rodeavam o corpo daquele pobre animal morto. O cheiro era horrível. A dor ainda não havia diminuído, ele olhará para fora da barraca onde dava de cara para uma caverna escura e parecia ser profunda. Ele não fazia ideia de onde estava e isso estava começando a assusta-lo. Uma gota de sangue pinga em sua mão, ele esfrega nos dedos para sentir a textura e depois cheira para ter certeza de que se era realmente sangue. Era !. Ele passa a mão por sua testa e senti um corte não muito profundo mas que doía.

- Merda - fala Tommy tão baixo, quase como se estivesse sussurrando.

O garoto se assusta quando ouve algo passar correndo do lado de fora da barraca, ele olha para todos os lados para ver se conseguia ver a silhueta de alguma coisa. E vê !. Alguém estava parado do lado de fora da barraca, na parte traseira. A sombra da pessoa refletia por dentro da barraca.

- quem está aí ? - pergunta ele gritando, muito assustado.

Mas não se ouve resposta, ele fecha seus olhos, aquilo parecia ser um pesadelo, só podia ser. Mas quando abre ainda está naquela maldita barraca fedida. Ele olha para a traseira da barraca mas a sombra não estava mas lá, ele entra em pânico, não sabia com o que estava lidando.

- por favor ! Não me machuque - exclamou o menino.

Ele escuta um barulho vindo da entrada da barraca, mas não teve coragem de olhar para traz, Tommy sempre foi muito corajoso, mas hoje, naquela barraca, ele estava com medo ! Ele sentia que algo estava realmente errado. Algo entra na barraca. Porra ! Algo está na barraca com ele, ele pensa em sair correndo mas não conseguiria chegar tão longe, ainda mas com quem quer que seja tampando a saída da barraca.
Uma mão encosta em seu ombro, Tommy estremece, quase grita. Mas se controla, e ele se sente aliviado quando escolta a voz de uma menina.

- oi - diz a menina.

Tommy se vira agora com menos medo, e repara na menina. Ela fedia um pouco, sua pele branca estava coberta de poeira e lama, seu cabelo estava ensebado, estava realmente muito sujo, seus olhos azuis estavam inchados e avermelhados como se estivesse chorando mas cedo, suas roupas eram rasgadas e velhas, usava uma blusa de frio rosa, e uma calça de moletom amarela, ambas completamente desgastadas. A menina era muito bonita pensou Tommy.

- oi - diz Tommy baixo olhando a menina nos olhos.
- Meu nome é Gabriela, mas pode me chamar de Gabi se quiser - falou a menina.
- Me chamo Tommy -
- Prazer em conhecê-lo Tommy - respondeu a menina levantando a mão.

Eles se complementam apertando a mão um do outro e Gabi deixa escapar um sorriso.

- Vamos - disse ela.
- Para onde ? -
- Conhecer os outros, hm... Tom - disse ela.

Tommy pensou no apelido que ganhará da menina que acabara de conhecer, mas depois volto a realidade, como assim outros ? Onde ele estava, o que estava acontecendo, o medo de Tommy volto e dessa vez mas forte, mas ele se conteve. Tommy era bom em disfarçar.