Capítulo 32 - Taylor

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O tempo parece se arrastar... 
Durante os últimos dias tudo o que eu faço é esperar...  Esperar notícias,  uma mensagem,  um sinal.  Mas nada acontece,  tudo continua exatamente igual.  O silêncio é perturbador. Já perdi as contas de quantos dias se passaram desde a última vez que a vi, me pareceram anos...

Mas não, a verdade é que é apenas um número de um ou dois dígitos, mas a cada dia que passa esse número aumenta mais...

Será que quando Deus criou o amor ele sabia o quanto ele poderia ser destrutivo? 
O amor é maravilhoso,  nisso todos concordam.  Mas essas dificuldades que aparecem por detrás dele,  podem destruir um homem.  

Sinto que isso está acontecendo comigo,  isso tudo está me desesperando, me destruindo.  A todo momento eu busco uma solução, porém todas me parecem impossíveis e a impossibilidade de estar com ela outra vez está me enlouquecendo.

Ainda estou na cama olhando para o teto quando o telefone toca, uma súbita esperança toma conta de mim fazendo com que eu corra para atendê-lo.

Mas ela se acaba no momento em que não consigo reconhecer a voz do outro lado da linha; minha primeira atitude é desligar o telefone, mas sou impedido quando a mulher do outro lado se identifica como a secretária do Senhor Lemos que quer conversar comigo,  ouço até o fim marcando um horário para encontrá-lo.

Estou ansioso e curioso afinal o que ele quer comigo? Bom, eu não tenho mais nada a perder mesmo ele já tirou tudo o que eu tinha de mais valioso.  Pensando assim,  dou de ombros e volto para o quarto.

                                 ***

E aqui estou eu novamente,  parece que faz tanto tempo que eu não volto aqui. 

Olho ao redor e me parece ser um lugar novo,  tantas vezes eu já me senti em casa aqui e agora eu só me sinto um intruso. E é isso o que eu sou.

Mas agora eu não me importo,  eu aceito isso só pelo fato de poder tê-la conhecido.

Três toques na porta e ouço a autorização, adentro a sala inquieto e me aproximo do homem na mesa.

_ Queria falar comigo? - Pergunto estupidamente.

_ Sim, quero. - O homem a minha frente,  se levanta de sua cadeira imponente abotoando seu terno, e então bem lentamente ele caminha pela sala vindo em minha direção. - Tenho uma proposta a fazer.

_Então faça.  - Mantenho a voz firme. Ele me olha e então suspira.

_ Bom Taylor,  você é um menino bom...

_Mas? - Interrompo. Ele me olha com o canto do olho e prossegue.

_Você é um menino bom e sei que você gosta do que faz... Quero devolver seu emprego. - O olho desconfiado e então entendo.

_A troco de quê? - Questiono cruzando os braços.

_ Por quê...  - Começa mais o encaro e ele concorda lentamente.  - Certo, quero que você não veja mais a minha filha. Nunca mais a procure.

_É só isso?

_Sim.

_Então eu recuso, e se o senhor me der licença... - Digo me virando e indo em direção à porta.

_ Espera. -Volto-me para ele - Você não sabe o que está fazendo,  é melhor pensar direito. Essa é a última oportunidade que eu lhe dou, você precisa do emprego.

_Não tenho nada para pensar,  não vou abrir mão da Bela por um emprego. Nunca!

_Pois deveria, eu estou te dando uma oportunidade de ter sua vida de volta, a Isabela já seguiu com a vida dela.

Bela Proteção (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora