—Não, seu nariz vai ficar bem... eu só gostei do apelido. – Ela falou com um sorriso tímido.

Eu também gostei dele.

—Bom... – Eu disse sorrindo de volta. – Ham, acho que já está tudo sob controle aqui, obrigada... – Eu adicionei calma, pegando a toalha de sua mão. – Eu vou ir tomar um banho no outro banheiro e te encontro lá em baixo. – Eu terminei com um sorriso gentil, enquanto me levantava da cama.

—Ok, tudo bem, vou acordar logo o Ben. – Ela concordou sorrindo também.

Era engraçado que mesmo dividindo a casa, há relativamente pouco tempo, nós tínhamos nos acertado na rotina com facilidade. Nós acordávamos pela manhã, tomávamos nosso café-da-manhã, levávamos o Ben para o colégio e depois eu deixava a Camila na PJ's. Em certos dias, eu ficava pela confeitaria também, ajudando em algo que meus pais precisavam, já em outros, em voltava para casa. No final do dia, eu buscava Camila e logo depois, passávamos na casa da mãe dela, para pegarmos o Benjamin, que passava a tarde na casa da avó.

Parecia que tudo girava como engrenagens bem encaixadas.

Eu já estava na cozinha preparando alguns ovos mexidos, quando escutei Camila e Benjamin chegarem.

—Ei, bom dia, Ben. – Eu disse com um sorriso calmo, enquanto observava o garoto, ainda sonolento, se sentar à mesa.

—Porque seu nariz está vermelho? – Ele perguntou curioso e eu soltei uma risada.

—Sua mãe jogou um hadouken em mim mais cedo. – Eu expliquei descontraída e seus olhos se arregalaram.

—Oh... maneiro. – Ele comentou ainda impressionado e eu soltei outra risada.

—Eu joguei o quê? – Camila perguntou completamente confusa, enquanto entregava uma tigela com cereal para o filho.

—Nada não... – Eu falei soltando um suspiro. – Quer café? – Eu perguntei mudando de assunto.

Ela estreitou os olhos em minha direção, analisando se iria ou não insistir no assunto, mas acabou optando por apenas aceitar a xícara com o café fresco.

Escapei.

—Mamá... – Eu escutei Benjamin chamar a mãe, que imediatamente voltou sua atenção a ele. – Posso ficar com a tia Laur hoje? – Ele perguntou parecendo envergonhado e eu sorri, enquanto comia os ovos que havia preparado.

—Você tem escola hoje, filho. – Ela alertou acariciando seus cabelos.

—Mas hoje tem futebol no final. – Ele murmurou desanimado e eu o encarei, confusa.

—Eu pensei que você gostasse de futebol. – Eu comentei calma, enquanto ele remexia seu cereal.

—Eu gosto, mas nunca posso jogar, não tem graça assim e todos ficam implicando comigo. – Ele falou cabisbaixo e eu observei Camila soltar um longo suspiro.

—Você precisa ter paciência, Bê... mamá já te explicou que você vai poder jogar em breve. – Ela argumentou paciente.

—Mas é muito chato! – Ele reclamou com um bico e eu troquei um rápido olhar com a Camila.

—Vamos fazer o seguinte... – Eu interferi, atraindo a atenção dos dois. – Você vai para a aula, enquanto eu levo sua mãe até a PJ's e depois, te busco mais cedo, quando estiver no horário do futebol, o que acha? – Eu sugeri tranquila e ele abriu um sorriso satisfeito.

—Demais! – Ele falou animado e eu soltei uma risada.

—Tudo bem, vá escovar seus dentes e pegar sua mochila então. – Camila pediu, deixando um beijo em sua testa. – Sabe que não precisa fazer isso, não é? – Ela perguntou, voltando sua atenção para mim, quando o garoto deixou a cozinha.

PJ's Heart - CamrenWhere stories live. Discover now