Você voou direito pelo amor!

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Mais uma vez eu caminhava pelas ruas em direção àquela cafeteria da qual continha muitas lembranças minhas e de Taehyung. Poderia ser masoquismo frequentar aquele lugar cheio de marcas inesquecíveis, ou até mesmo ainda ter esperança de que eu poderia reviver todas elas. Não! Isso seria utópico demais, e eu já sofri demais por ainda pensar que conseguiria fazer com que ele se lembrasse de nós. Nossa história não se resume em contos de fadas, ou até mesmo poesias, nossa história se resume a nós dois apenas, em um amor como qualquer outro verdadeiro, mas não menos importante. Por que ele existiu, e ainda existe... Aqui dentro!

Já perdi as contas de quantas vezes o vi ler aqueles corações de papel, sorrir, se emocionar. Tantas vezes o tive para mim ao final do dia após convencê-lo a ir para minha casa, então ele via cada canto da residência e assim que o fazia ser meu noite após noite, ele acordava assustado se perguntando o que fazia deitado e nu na cama de um desconhecido.

Desconhecido!

Essa palavra rasga meu peito, como se a todo o momento uma rosa mostrasse todo seu esplendor e em seguida utilizava seus espinhos para me ferirem. Taehyung era como uma rosa, certamente, tão belo abaixo de meu corpo, pedindo por mais, os olhos lacrimejando em prazer e o amor reluzido ali, mostrando seu lado mais belo, para no dia posterior mostrar todos seus espinhos, maltratando meu coração, fazendo-o sangrar!

Taehyung, se você soubesse como dói...

Era por volta das 09h45min, resolvi colocar um casaco preto onde a touca felpuda tampava meu rosto pálido, a calça preta e os coturnos eram mais que perfeitos para aquele frio gostoso do outono. De pensar que essa estação sempre fora a favorita de Taehyung. Enquanto caminhava, me lembrava da vez que lhe pintei nu enquanto este dormia, me lembro de como ele acordou e ficou furioso, mas logo me perdoou entre os lençóis.




><



Flashback

O dia estava refrescante, eu como sempre acordei mais cedo pronto para fazer o café da manhã de nós dois como o de costume. Fiz nosso alimento com um sorriso apaixonado na face, não tinha como eu não sorrir a cada dia que acordava e via meu pequeno deitado em nossa cama, embolada nos lenções e a face serena em sono profundo. Terminei nosso dejejum e retornei ao quarto pronto para acordá-lo para que pudéssemos desfrutar do café como um bom casal clichê que éramos. Entretanto meus planos foram por água abaixo quando vi aquela cena digna de uma pintura magnifica. Bem ali, entre nossos lenções claros em cores azuladas, Taehyung dormia sereno, porém, completamente nu! Seu corpo de pele acobreada reluzia com os raios solares que batiam em nossa janela de forma singela, minha boca abriu-se em espanto ao observar aquela cena. Tratei logo de pegar meu material esquecendo assim o alimento que havia preparado. Comecei a pinta-lo, não poupando esforço e detalhes, desenhei cada curva, cada pedaço exposto, inclusive seu membro que jazia por entre suas coxas. Salivei com a cena, no entanto nada fiz além de passar a pinta-lo enquanto me sentia um completo estupido, eu era um tolo apaixonado, não conseguia não ama-lo, não acha-lo perfeito em qualquer circunstância, como ali naquela manhã. Seus lábios estavam em um biquinho adorável, enquanto seus olhos permaneciam fechados, as mãos hora ou outra apertavam o travesseiro que eu dormia, ele abraçava o travesseiro sorrindo como se meu cheiro impregnado ali fosse capaz de trazê-lo um sono gostoso. Pintei com todo meu amor aquele quadro do qual até hoje está estampado acima do meu piano de calda branco. Assim que o último traço fora pintado pude ouvir um grunhido irritado fazendo com que eu risse baixo, já sabia que iria levar uma bronca enorme.

Corações de Papel (KookTae) Onde histórias criam vida. Descubra agora