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Ele fez uma careta com o que eu disse. Por dentro até eu fiz, caramba o que foi aquilo?! Eu nunca senti aquilo tudo de uma vez só e foi tão, mas tão bom que eu tive de ter forças por todos nós naquela hora para parar aquilo.

Acredite por mim eu continuaria com aquilo por muito tempo, talvez para sempre. Mas voltando a realidade em que ele é, quer dizer, quer ser gay, eu não posso fazer isso. Eu queria tanto, meu corpo falta rastejar por ele, a quem eu quero enganar? Eu totalmente quero rastejar por ele.

Nem percebi o tanto de tempo que fiquei perdida em pensamentos, até ele me dar um beijo no pescoço. Okay, isso era para ser engraçado? Porque a ultima coisa que eu quero fazer é rir.

Ignorando minhas loucuras interiores soltei uma risadinha, totalmente sem vontade.

- Agora você pode beijar esse cara sem ter medo, quer dizer, não dói. Só se você quiser que doa, mas aí é uma parada que vocês vão descobrindo um do outro. - Não faça isso, não aja como se você não se importasse com quem eu fico e me entregue numa bandeja pra ele, eu quero você o quão difícil é entender isso?

Mas ao invés de dizer isso eu sorri, e ele sorriu em retorno, como se não tivesse falado o que acabou de falar.

Hoje mais cedo, eu realmente estava me divertindo com o Diego e quando ele foi pra perto de nós eu só queria ver nele um pouco de ciúmes, talvez um incomodo, mas a única coisa que eu via nos seus olhos azuis era a frieza, e a indiferença, claro que ele deve gostar de mim como amiga, mas não do jeito que ainda teimo em imaginar.

- E se você quiser - Continuou. - Eu te ajudo, em toda essa parada de entender seu corpo e tudo mais, okay?

Eu concordei com a cabeça, mesmo indiretamente eu ainda podia tê-lo. Mesmo sem ser do jeito que eu realmente queria, sendo egoísta ou não.

- Você vai dormir aqui hoje? - Perguntei.

- Se você quiser. - Ele sorriu de lado.

- Eu quero. - Muito, completei mentalmente.

Assim ele deitou na minha cama e assim que me virei para ficar de costas ele me puxou de encontro ao seu peito, eu virei meio sem jeito e ele segurava o riso enquanto fingia dormir, bati no ombro dele rindo e ele me abraçou com força me fazendo rir ao sentir sua respiração no meu pescoço.

- Se vamos fazer isso, vamos fazer certo. - Disse e me acomodei direito nos seus braços, peguei o braço dele e passei pela minha cintura e fechei os olhos, ele riu alto e deixou um beijo na minha testa. Sorri e abri apenas um olho e deixei um selinho nos seus lábios. Por um segundo ele ficou imóvel mas logo ele sorriu de um jeito que eu nunca vi antes e voltou a me abraçar, e agora ele dormiu de verdade.

***

Quando acordei ele nem estava mais deitado, um bilhete estava em cima da cômoda dizendo que ele foi para casa mais cedo caso os pais dele voltassem, fui ver o celular caso tivesse ligações perdidas mas a única coisa que achei foram algumas mensagens do Diego, respondi apenas com  um "Estou bem, acho melhor não nos vermos mais".

Depois de ontem a noite pensei que o melhor a se fazer é encontrar alguém que me faça sentir mais confortável, que nem o Elijah me deixou ontem, a palavra chave era conforto, mas por algum tempo acho melhor não mexer nesse tipo de coisa, só até essa quedinha pelo Elijah terminar pelo menos.

Era sábado e não tinha nada pra fazer então logo liguei a Netflix e fui ver uma série qualquer.

A tarde Eli me ligou dizendo pra eu ir pra sua casa pra tomar banho de piscina, nem sabia que estava sol, apenas concordei e fui em direção a sua casa de bike.

Chegando lá seus pais estavam fazendo o almoço no quintal e me lembrei deles na hora, a mãe dele era loira e seu pai moreno, mas os dois tinhas grandes sorrisos, após as apresentações e mais uma série de fotos constrangedoras de mim e do Elijah pequenos o almoço saiu. Estava uma delícia e logo todos já tinham comido.

O sol tinha ficado ainda mais forte e estava ainda mais quente mas a mãe do Elijah falou pra esperarmos um pouco antes de entrar na piscina. Então depois de algum tempo tentando nos refrescar com sorvete entramos, a água estava uma delícia e nos divertimos muito, mas um tempo depois os pais de Elijah tiveram que ir ao mercado e ficamos apenas nós dois na piscina.

- Como foi seu primeiro beijo? - Perguntei e ele riu como estivesse se lembrando.

- Um horror, língua demais, saliva demais, foi nojento. - Ele terminou fazendo uma careta que me fez rir.

- E você já...

- Agora é minha vez de perguntar. - Ele disse me cortando, eu ri e fiz com que ele continuasse. - Qual a cor da sua lingerie favorita? - Ele perguntou depois de pensar por um tempo e eu ri alto, que tipo de pergunta era essa?

- Eu não vou responder. - Disse ainda rindo e ele beliscou minha cintura como se para brigar comigo.

- Tem que responder. - Ele disse jogando água no meu rosto, ainda estávamos na piscina mas bem mais perto que antes.

- Roxa, minha vez de perguntar... - Ele bufou, acho que querendo mais detalhes, rimos e então eu fiz a pergunta. - Qual foi o seu melhor beijo até hoje? - Perguntei sem nem conseguir olhar pros olhos dele, quer dizer, me entendam, eu e ele, sozinhos, numa piscina e de roupas de banho, não é bem o ambiente mais propício para se conhecer mais a fundo alguém.

Antes de conseguir raciocinar se aquela foi uma boa ideia ele me puxou e juntou nossos lábios, a boca dele estava quente e sentir as mãos dele na minha pele foi uma sensação maravilhosa, me separei dele antes que se aprofundasse que nem da última vez mas mesmo depois de não estarmos mais juntos ele continuou de olhos fechados.

- Elijah, por que você está fazendo isso? - Ele abriu os olhos e eu me perdi em pensamentos, eu já tinha passado dessa fase de ficar abobalhada pelos olhos, por que está acontecendo de novo?

- Eu não sou gay. - Ele disse em voz baixa.

- Eu sei, mas a gente ta tentando mudar isso esqueceu?




Meu Novo Amigo GayOnde as histórias ganham vida. Descobre agora