Capítulo 9 - Tire sua máscara de insegurança

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Saky? O que foi?

Itachi, está ocupado? Pode falar?

— Estou de folga hoje. Em casa finalmente. O que aconteceu? Está tudo bem?

Sakura hesitou, olhando para o chão enquanto mordia o lábio inferior.

— Vim na conferência no lugar do Sasu. E encontrei uma mulher aqui. Ela parece ser legal e...

— Sakura, não me enrole, querida — Ele riu do outro lado da linha. — Aconteceu alguma coisa?

— Ela me chamou para um café...

— Está interessada nela? — A voz dele perdeu a diversão, ficando neutra, no tom que Sakura precisava ouvir.

— Ela é bonita.... Parece ser interessante — respondeu.

— Saky, é um café — ele disse com sua calma habitual. — Vá, divirta-se. Ela é lésbica por acaso?

— Itachi! — repreendeu-o, sentindo o rosto esquentar. Ele riu.

— Quando descobrir isso, e se ela ainda for "interessante", chame-a para sair. Não precisa ficar pensando tanto. Você está me saindo pior que Sasuke durante a adolescência. Vamos, já não tem mais quinze anos para isso, Saky. Sei que está confusa e que sua cabeça deve estar uma zona depois que dormiu com aquela garota lá na festa de Deidara, mas não precisa se martirizar tanto ou achar que caminha sobre ovos. Já faz mais de um ano isso. Não há nada de errado com você, é normal se sentir insegura no começo, mas não deixe que isso te faça perder as oportunidades que se apresentam a você.

Ela suspirou, massageando as têmporas e sentindo-se um pouco melhor, como sempre acontecia depois que conversava com Itachi.

— Obrigada, Itachi. Bem, preciso ir. Hinata está me esperando.

Ok. Me avise quando chegar em casa para eu saber se chegou bem e depois me conte como foi o café.

Está bem. Até mais — Sorriu ao desligar o telefone.

Itachi era um anjo. Com certeza, um anjo... Bem, pelo menos há 21 meses ele havia se tornado seu anjo da guarda depois de uma festa na casa de Deidara.

Deidara adorava dar festas, e ele sabia organizar uma. Havia ido com Sasuke e o irmão dele, que na época estava de férias e decidira visitar o irmão mais novo. Algumas doses de bebida a mais haviam-na feito se soltar, dançar com Sasuke que a usava como escudo para não deixar que outras mulheres se aproximassem. Mas, quando ele se afastou para puxar um amigo de Deidara para um canto escondido qualquer, ficou sozinha. Ali, dançando sem muito prestar atenção ao seu redor.

Até que alguém a abraçou, circundou sua cintura e beijou seu pescoço, rebolando consigo no ritmo da música. Gemeu baixo, sentindo seu corpo se arrepiar e, quando virou, seus olhos mostraram uma confusão que seu corpo não compartilhou. A mulher sorria, maliciosa, aproximando os lábios dos seus e, sem entender muito bem por que deixava aquilo acontecer, por que estranhamente se via querendo aquilo, abriu a boca, permitindo que o beijo se aprofundasse.

Do beijo às carícias; das carícias ao quarto; do quarto ao prazer; do prazer à dúvida.

Havia dormido com uma mulher. Depois de vinte e quatro anos de sua vida sem ter sentido nenhuma atração pelo gênero feminino, havia transado com uma mulher. E gostara, gostara tanto ou mais do que quando se deitava com homens.

Acordou assustada, vestindo-se às pressas e saindo do quarto pela manhã. O coração acelerado, a cabeça à mil. Desceu as escadas correndo e, quando fazia uma curva para chegar à garagem de Deidara, esbarrou em Itachi.

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