O tormento começa

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A cena era execrável, hedionda e macabra. As estrelas abortaram sua luz, os céus marginalizaram a pureza e a Mãe Natureza perdeu mais um filho. O luto era prescrito em suas páginas coloridas, em seus ventos estertores e agonizantes, em seu brado massacrante e em sua perniciosa chuva. Triste fim para um dia luzidio. As trevas permaneciam alegres, por mais uma alma complacente e bondosa que o mundo deixou partir.

Uma cruz invertida estava prostrada no alto de um palanque e o corpo de um menino loiro estava preso a ela

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Uma cruz invertida estava prostrada no alto de um palanque e o corpo de um menino loiro estava preso a ela. O estado de sua matéria era pavorosa. O torso estava aberto ao meio, a cabeça pendurada e os órgãos visíveis aos olhos mais abstratos. Eu não conseguia me mover, o pânico havia paralisado minhas funções cerebrais. No entanto, eu sabia que precisava fazer algo para controlar a situação.

Cheguei mais perto do alto palco e olhei para o corpo.

— Taylor! — murmurei choroso. — Não posso acreditar! Por quê?

O meu celular tocou. O número era inidentificável, mas eu precisava atender. A voz e o timbre estavam irreconhecíveis.

— Alô? — disse eu.

— Olá, Matt!

— Quem é?

— Um amigo.

— Seu nome? — perguntei.

— Irrelevante para sua atual situação.

— Você fez isso?

— Acho que sim. E sinto te dizer que vai ficar pior. — ele riu de forma macabra e lúgubre.

— Você é a pior criatura do Universo. Como pode matar uma pessoa assim? Você é um monstro!

— Shiiiiu! Se eu fosse você não falava assim. Já estou bem chateado com seus amigos e contigo. Você vai pagar por tudo, Matthew! Vou destruir sua vida e de quem você mais ama. Um por um! Não precisa me deixar mais enfurecido. Vou ser bonzinho com você.

Uma cortina se levantou e um menino apareceu amarrado a uma cadeira.

— BRYAN ? — gritei assustado.

— Matt, me ajuda. Socorro! — ele começou a sacolejar as pernas para tentar sair.

— Acho melhor você dizer ao seu amigo para não se balançar muito. Vou ser legal com você. Um dos seus amigos morreu, então você pode tentar salvar o outro. Ok? Ele está amarrado a cadeira, sendo assim você só precisa achar a chave do cadeado que prende as cordas, antes que ele seja decapitado. Você tem 10 minutos.

— Por que está fazendo isso conosco? Você é um babaca! — comecei a chorar e soluçar ao telefone.

— Não chore! Não gosto de ver o meu lindo Matt em prantos. — zombou. — Acho melhor você começar a procurar a chave, ao invés de ficar com frescuras. Adeus!

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