Capítulo 6 - Tire sua máscara de cara paciente

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Era algo... adorável.

— Como foi seu almoço com Neji? — Mudou de assunto, sentido Hinata deitar-se sobre si e acariciar seus cabelos.

— Chato. Muitos repórteres estão seguindo ele. Ele se atrasou, conversei com ele sobre Hinata e aí um monte de câmeras surgiram fazendo-o sair dali correndo.

— Odeio época de campanha eleitoral — Hinata bocejou ao falar, rolando para a cama e ficando entre os amigos. — Se eu tiver que ir a mais um evento onde tenha que ficar sentada conversando com mulheres de vereadores e deputados, mato Jiraya.

— Pensei que gostasse de política — Naruto deitou-se na cama, ajeitando o travesseiro rosa sob cabeça antes de puxar Hinata um pouco para si.

— Quando posso falar sobre ela, não quando tenho que saber se o vestido da vereadora x é ou não o mesmo do último evento! — ela reclamou.

Gaara sorriu minimamente, apagando o abajur colorido de Hinata enquanto se ajeitava na cama grande que ela havia recentemente adquirido com Naruto após o cinema. A casa dela era relativamente nova, faltava alguns móveis que ela queria trocar e poucos cômodos possuíam um toque pessoal, mas era aconchegante. O quarto era de cor lilás, com almofadas e travesseiros coloridos, porta-retratos sobre o criado mudo e pendurados nas paredes com fotos dos três e algumas da irmã mais nova.

Um refúgio, Gaara pensou enquanto via Hinata e Naruto adormecerem. Aquele quarto era um refúgio, tanto para ela quanto para ele, talvez até para Naruto. Ali, Hinata não tinha o menor problema em agir mais espontaneamente, livre dos saltos e das roupas que a deixavam com a aparência poderosa que os clientes tanto desejavam. Ela podia simplesmente vestir o horrível pijama de gatinhos e prender o cabelo em um rabo de cavalo mal feito, ninguém ligaria, ninguém a questionaria, ninguém exigiria que ela pusesse uma camisola curta, esperando que fosse mais vaidosa, mais "mulher". Para ele, aquele quarto era nostálgico. Sentia-se um tanto quanto moleque, rindo das besteiras que Naruto falava, comendo a pipoca que Hinata decidia fazer de madrugada para assistirem um filme qualquer. Podia ser mimado, podia deixar Naruto passar produtos estranhos em seu cabelo enquanto Hinata treinava em si as aulas de massagem que estava tendo. Era bom, era tão bom que dormia sem culpa, profundamente, agradecendo por mais um sábado como aquele.

Naruto sabia daquilo e, por isso, o sábado era um dia sagrado, pelo menos a noite de sábado. Não aceitavam trabalhos, não saíam com outras pessoas, não atendiam a Jiraya. Desligavam os telefones e se reuniam nem que fosse apenas para dormirem juntos na mesma cama, rindo da merda que havia sido o dia como tinham acabado de fazer no momento. Gaara era fechado demais para verbalizar o quanto precisava se dar aquela folga, Hinata era altruísta demais para pedir qualquer coisa, então sobrava para ele dizer o que os outros dois tanto hesitavam. Uma tarefa que realizava com gosto.

* * *


A noite chegou antes que Sasuke percebesse. Já eram quase vinte horas quando seu chefe bateu em sua porta, chutando-o do jornal para casa. Havia passado para ver Pandora, ficando aliviado quando os veterinários lhe disseram que ela estava fora de perigo, mas que deveria permanecer ali sob observação.

Mandou uma mensagem ao irmão, avisando-o, sempre o mantendo atualizado, já que caso se esquecesse disso, era capaz de Itachi aparecer em sua casa no dia seguinte. Espreguiçou-se assim que chegou em casa. O banho quente, a música em seu celular apoiado na pia do banheiro, o vapor da água, tudo estava tentando, tentando, relaxá-lo. Porém era impossível, e sabia disso.

Não conseguira achar nada sobre a invasão. A polícia nem ao menos parecia estar tentando resolver o caso. Classe média, jornalista, é claro que a polícia não resolveria aquilo e tão pouco se preocuparia de lhe dar satisfações. Tinha que investigar por conta própria, achar os culpados sozinhos, seguir uma fonte, uma pista e entender o que havia se passado naquela noite.

Jogo de MáscarasWhere stories live. Discover now