Capítulo VIII - It's always someone else's tea(rs)

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"Nós fazemos nossa própria sorte nesse mundo."

Roxanne ainda olhava surpresa para sua blusa manchada de chá. A bebida escorria por todo o tecido branco recém lavado e sua caneca agora estava vazia. 

- Me... Desculpe - falou o garoto que havia esbarrado acidentalmente. Ela levantou pela primeira vez a cabeça para olha-lo. E ali estava uma das pessoas mais bonitas que Roxie já havia visto: um garoto loiro e alto se formou no seu campo de visão. Seus olhos castanhos encontravam o seus azuis e ambos sorriram envergonhados. - Eu deveria prestar mais atenção por onde ando - continuou em um francês muito rápido. 

- É, você deveria. - rebateu sem perder a arrogância que vivia em seu ser. O papel que carregava em uma das mãos não estava mais lá e provavelmente deveria ter caído no chão quando o chá caiu em cima dela. Olhou em volta procurando onde colocar sua caneca vazia para tentar se limpar e achou um banco entre as colunas do castelo. Tirou a jaqueta jeans que estava vestindo e colocou ao lado. Abaixou a cabeça para ver mais uma vez sua blusa completamente encharcada e com uma enorme mancha. 

- Eu nunca te vi aqui, à proposito.

- E se for por mim, nem nos veremos mais. - em uma tentativa frustrada de limpar sua blusa, Roxanne a esfregava constantemente, mas sem sucesso. - Droga.

- Vem cá, eu posso te ajudar com isso. - escapou um sorriso cheio de dentes brancos e retinhos, se aproximou da garota e a puxou para perto, que sentiu seu rosto esquentar quando o garoto tocou sua mão. Tirou um lenço de dentro de um dos bolsos da calça e começou a passa-lo devagar na blusa da garota, que o olhou confusa. - De onde você é?

- De vários lugares. 

- Você tem nome, garota de vários lugares? 

- Não acho necessários dizer e aliás - disse pegando o lenço das mãos do loiro - você está enrolando e isso, definitivamente, não está funcionando. 

- Poderia funcionar se você tivesse um pouco mais de paciência.

- Está me chamando de impaciente? 

- O que? Não! Você é bem... Peculiar.

- Estou tentando levar essa situação numa boa, cara. Anda longo com isso, eu tenho umas coisas pra fazer. - alguns minutos depois, ainda impaciente, ambos viram que, realmente, o lenço não fizera muito efeito. Em todo o momento em que estiveram em pé no canto do corredor, nenhum ser humano, ou fantasma, ousou passar por lá. Tudo estava vazio, silencioso e calmo. O coração de Roxanne batia rápido com a ansiedade e a confusão de estar ali na presença de um completo estranho, mas alguma sensação lhe era familiar. Só não sabia dizer qual. Apesar das farpas eventualmente trocadas entre os dois, Roxie achou o garoto loiro irritantemente simpático, mas preferia que ele continuasse um estranho a quem não lhe dissera o nome. 

- Bem, acho que você estava certa, isso não está realmente funcionando. 

- É, não está. 

- Se você quiser eu posso lhe emprestar minha blusa, você não precisa sair com essa toda suja. 

- Não, não precisa. - disse a garota quando pegava suas coisas. - Ainda estou com a jaqueta aqui. Então, acho que foi um desprazer lhe encontrar pelo caminho.

- Mais uma vez, desculpa por isso.

- Da próxima vez, olhe por onde anda. - deu um breve sorriso e continuou seu caminho ao longo do corredor, com seus longos cabelos loiros balançando com o vento. 

- Ei! - gritou o garoto, fazendo-a parar. - Meu nome é Pierre, se quiser saber! - ela virou novamente em sua direção e sorriu antes de sair novamente, deixando-o parado, confuso e se perguntando que era aquela garota tão insuportavelmente cheia de si. 

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