best friend ♡ chanbaek

L

Baekhyun estava nervoso. Chanyeol sabia disso. Fosse pelo modo como o garoto mexia os dedos sobre o colo ou pela forma com que seu cenho fransiasse entre um momento e outro, ele sabia. E isso só aumentava sua própria ansiedade. Afinal, ele conhecia o Byun mais que a si mesmo e sabia que ele sempre dizia o que queria, com um plano elaborado, algumas vezes até demais, e listas mais longas que deveria. Nas últimas semanas, entretanto, sempre parecia haver algo. Chanyeol também sabia disso. Via a boca bonita do amigo abrir-se para dizer qualquer que fosse essa coisa, somente para fechá-la momentos depois, tomando uma lufada de ar e sorrindo com certo nervosismo, como se com medo que ele descobrisse o que quer que fosse.

E não é como se o Park não quisesse descobrir, mas infelizmente não lia mentes, nem mesmo a de seu melhor amigo desde o jardim de infância. Entretanto, o maior estava bastante interessado em despertar esse super poder ao que encarava um Baekhyun ansioso e, ao que notava, até um tanto estressado a sua frente. Ele estava da mesma forma trinta minutos atrás, quando entrou em sua casa com pressa e arrastou-o para o quarto, pouco depois de recusar educadamente os bolinhos recém saídos do forno da irmã mais velha de Chanyeol. O mais novo no momento esperava receber a mesma gentileza que havia sido dirigida a sua irmã, embora duvidasse muito disso.

- Por que age assim?- Chanyeol franziu o cenho, não sabia como perguntar sem soar como se estivesse se fazendo de, bom, sonso.- Me olha assim, quero dizer, você pode parar de me olhar assim? E por que me abraça por tanto tempo? E se preocupa! Além disso, qual a razão de sempre me deixar em casa, por Deus, você sempre me deixa na porta e não sai até que eu tenha entrado porque você sabe que vou me despedir novamente da janela, por que se preocupa com essas coisas? E por que... Você sabe!

Ah, ele sabia. O beijo. Chanyeol estava bêbado, Baekhyun também. O maior pensara que ele não se lembrava, havia agido como se não. Então era isso? Se sentia rejeitado. Franziu o cenho, mas por que ele havia agido normalmente se aquilo o havia incomodado tanto? Tentou formular uma frase, certo, talvez sua mente embriagada houvesse interpretado errado e Baekhyun não quisesse. Ah, merda, se fosse isso ele tinha total razão para estar bravo. Abriu os lábios por um momento, tentando formular pelo que pedir perdão primeiro, mas foi calado pelo indicador do menor. Fechou os lábios, ele mereceria essa bronca, baixou os olhos. Ouviu o Byun soltar o ar e voltou a encara-lo.

- Certo, acho que me expressei mal...- Park quase suspirou de alívio, mas achou melhor manter-se em silêncio, o indicador de outrem continuava em seus lábios.- Não me entenda mal, eu gosto dessas coisas, assim como gostei do seu beijo.

Ele parou por um momento, Chanyeol quis sorrir ao ver um rubor cobrir-lhe a pele da bochecha. Seu pequeno ditador poderia convencer qualquer exército se usando o mesmo tom autoritário junto do rostinho angelical adoravelmente corado.

- Quero dizer que eu também queria, esqueça o... Gostei.- Ele continuou, ajeitando o cabelo somente para mexer em algo, Chanyeol sorriu pela familiaridade com o ato.- Acho melhor ir direto ao ponto, o que vou dizer é um tanto... Pessoal.

- Baekhyun, você uma vez me ligou as três da manhã chorando porque descobriu que quando uma cigarra para de cantar é porque ela morreu.- Um riso baixo tomou a voz de Chanyeol ao dizer, recebendo um dedo do meio em resposta.- Já passamos a tempos do nível pessoal, sou seu melhor amigo.

"Esse é o problema, bastardo." Baekhyun quis resmungar, mas manteve a vozinha maldosa em sua mente, aparentemente teria que ser direto e se fosse para fazer isso, bom, que fosse no mínimo educado, não é?

- Eu não quero ser seu amigo.- Ele disse, em um suspiro, só se dando conta do que disse ao ver os olhos arregalados do mais alto.- Não, não assim. Eu não quero ser só isso, entende?

Baekhyun deixou que o ar lhe escapasse, finalmente, porém não conseguiu manter o olhar do Park, abaixando-o para o próprio colo.

- Eu gosto de você. A muito tempo. Então, ver esses pequenos detalhes e me impedir de criar qualquer expectativa vem sendo difícil.- Um sorriso triste passou pelos lábios de Baekhyun, que bateu os pés contra a madeira sob si.- Eu... Sei que não sente o mesmo e está tudo bem, eu só precisava dizer para não acontecer nenhum mal entendido entre nós. Certo, agora que já esclarecemos tudo, vou para casa. Acredito que minha mãe já está maluca com o aniversário e, bom, espero que ainda queira continuar tendo contato comigo, você ainda está convidado, sua...

- Baekhyun.- Chanyeol disse, interrompendo o discurso interminável que o menor iniciava sempre que se sentia encurralado. Sentiu os olhos bonitos dele sobre si e sorriu pequeno, puxando-o para um abraço.- Me deixa falar agora, que tal?

Sentiu o mais velho assentir sobre seu peito e então iniciou um carinho suave sobre seus fios de cabelo, depositando um beijinho leve e carinhoso no local para acalmá-lo.

- Eu realmente não sei o que dizer agora porque realmente não esperava...

- Está tudo bem, não precisa se forçar a nada.- Chanyeol apertou-o no abraço e não precisou de mais que isso para que ele se calasse, aguardando.

- Eu não vou me forçar, prometo.- Sorriu, em momentos como aquele queria parar o tempo, naquelas horas não precisava pensar em nada a não ser ficar com ele. Entretanto não haviam somente momentos assim, por mais que ele quisesse.- Eu só preciso de tempo, sim?

Baekhyun ergueu os olhos, um sorriso um tanto melancólico nos lábios embora o olhar fosse determinado. Certo, ele estava de volta. Quase sorriu, mas tinha uma vaga ideia do que aquilo significava.

- Você tem até a festa.- E então Baekhyun aconchegou-se novamente em seu abraço, como se não houvesse dito nada demais.- Você teve muito tempo para me ver como mais que um amigo, Chanyeol, se precisar de muito mais para me ver dessa forma... Talvez não valha a pena. Então, uma semana deve bastar.

E então ele ergueu-se, ficando na ponta dos pés para beijar a bochecha de um Chanyeol atônito. Mas Baekhyun era assim, afinal, insuportavelmente ansioso, autoritário e impulsivo. Gostava de resolver as coisas rápido e agora que havia, finalmente, se declarado não iria gastar seu tempo em caso de negação. O Park orgulhava-se dele por isso, por mais que no momento essa fosse sua perdição.

Estava fodido? Com toda certeza, mas se aquilo lhe garantisse mais beijos ele não ligaria tanto.

Ei, bebês, estou revisando isso aqui e espero que gostem. A personalidade dos personagens está sendo mantida, embora mais congruente com o que pensei. Críticas e sugestões são sempre bem vindas!