Capítulo 2

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Felipe:

Implorei para os meus pais para não voltar há Savannah. Mas foi a mesma coisa que concordar alegremente feito uma criança feliz. Minha razão para não ir embora daqui, era dar de cara com Alice. Tudo o que eu não queria.

O primeiro lugar que passamos, assim que chegamos foi a empresa do meu avô... e advinha quem encontrei... Alice! Ela está trabalhando com meu avô. Qual foi minha reação? As das piores. Por um momento, achei que com apenas um abraço que daria nela, tudo se resolveria. Mas não! A dor que me fez sentir durante todos esses anos, não vai cessar com apenas um aperto de mão, ainda mais com um abraço. Que ela se exploda!

Bem que eu queria que tudo se explodisse, mas ao vê-lá chorar em sua sala com minha mãe, quis abraça-lá e não solta-lá nunca mais. Mas fiz ao contrário, sai pela porta que entrei. Não queria ficar ali. Estava tão desconfortável, aqui... dentro do meu peito! Esse sentimento não pode sair daqui!

...

Cheguei em casa, na minha antiga casa, e já estava tudo no lugar, claro, com a eficiência dos empregados que minha mãe contratou, só para arrumar as mudanças, não poderia ser diferente.

Subi para o meu quarto e dei de cara com uma lembrança. Minha última lembranças de Alice. Foi bem aqui, que demos nosso primeiro beijo. O beijo que nunca esqueci e que toda noite vinha me atormentar.

Cai de cara no colchão da minha cama tentando afastar isso de mim... Porque tive que vim...? Já sou maior de idade, tenho responsabilidade e tinha um emprego em Nova Iorque.

- Vai pedir desculpas para Alice amanhã.- diz meu pai da porta do meu quarto.

Privacidade nesta casa? Zero! Bem que eu deveria comprar um apartamento para morar sozinho. Mas eu odeio ficar sozinho. Não que eu tenha medo de escuro, até que gosto. Mas não gosto da falta de companhia, é muito solitário e eu não nasci para ser solitário!

- Não tenho que pedir merda nenhuma para ninguém!- disse colocando o travesseiro em cima da minha cabeça.

- Desde quando te ensinei a tratar uma mulher daquele? Ainda mais a Alice?- perguntou ele se aproximando.

Ouvi ele puxar a cadeira de rodinhas do meu computador até um certo ponto. Mas onde parou, parece bem perto da minha cama.

Meu pai sempre tem razão, nunca está errado e se esta, ele mesmo se concerta. Ele nunca disse ao contrário de como tratar uma garota. Aprendi muito com ele mas... Alice... Ela me tira do sério. Tudo que eu consigo sentir é ódio por ama-lá tanto depois de sofrer todo esse tempo. Ódio por não conseguir guardar esses sentimentos por muito tempo. Então acaba dando no que deu hoje mais cedo.

- Não quero ama-lá novamente, é ruim amar!- disse me abrindo com meu pai.

Somos melhores amigos. Quando preciso de algo, é ele quem me consola, quem me dá conselhos, um ombro amigo. Até pegar garotas, foi ele quem me ensinou. Jogar charme para elas. Mas isso sai naturalmente.

- Não adianta fugir,- virei para encarar meu pai- se esse bicho aqui- apontou para o lado esquerdo do meu peito onde fica o coração- bate até hoje por ela, quem é você pra dizer ao contrário!- diz juntando as mãos e descansando o queixo nelas.

- Tá muito filósofo pro meu gosto.- Dei um olhar desconfiado pro lado dele.

- Cala a boca moleque...- deu tapa na minha cabeça. Ri.- Oh, é sério! Tem que se desculpar com Alice!

- E se ela estiver namorando?- perguntei com receio.

- Aí desisti...

- Mas e isso aqui?- apontei para o meu coração

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