Tudo de Cabeça para Baixo

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- Ah Harry, ás vezes ele só estava nervoso!

Harry balança a cabeça negativamente e bebe o vinho da taça rápido e sem pausa.

- É o Malfoy, Hermione. Você esperaria algo diferente? - Rony disse observando Harry tomar mais uma taça de vinho como se fosse água. - Ei cara, vá devagar, não vou limpar o vômito de ninguém hoje.

Harry soluçou e limpou a boca suja de vinho.

- Isso tudo é culpa sua, Hermione! - Soluçou novamente - Se você não me chegasse com essa ideia de "Encontro ás Escuras" eu não teria tido uma noite horrível!

Hermione olhou Harry indignada.

- Eu e Pansy estavamos tentando ajudar! Você e Draco não saiem com ninguém há décadas! E como ele está morando com Andromeda e você está sempre lá para ficar com Teddy então eu achei, nós achamos, que daria certo. Porque você não está gritando com Rony também?

- Ei! Eu avisei que Malfoy aprontaria algo!

Harry gemeu e bateu a testa algumas vezes sobre a madeira da mesa, ele sabia que Hermione queria que ele namorasse de novo, depois de ter terminado com Ginny no final das aulas em Hogwarts - depois que ela o pegou beijando um garoto da Lufa-Lufa - e depois de seu namoro com Jonathan que trabalhava com ele no ministério, Harry nunca mais ficou sério com ninguém. Claro que ele sempre tinha alguém para esquentar sua cama a noite, mas para levar aos almoços nA'Toca ou como Hermione reclama, ter alguém para um encontro duplo, ele não tinha ninguém, ele não conseguia se apegar a mais ninguém.

A ideia de juntar Harry com Draco veio de Pansy, os dois estavam se dando bem ultimamente, e bem significava que eles ficavam na mesma sala sem lançar feitiços um no outro e conversavam civilizadamente, além de dividir o papel de babá do pequeno Teddy quando Andrômeda, a tia de Draco, precisava.

Entretanto passar duas horas cuidando de um bebê e trocando meia duzias de palavras nesse tempo não era o suficiente para Draco e Harry terem um encontro decente. Draco reclamou das vestes de Harry do começo ao fim, da escolha do restaurante e de como Harry só sabia falar de trabalho e quadribol, mas tudo piorou em um certo momento em que Harry não tem certeza de que aconteceu, mas Draco deu uma surtada e aparatou para casa sem se despedir.

- Eu nunca mais tento namorar de novo. - Suspirou frustrado.

- Mestre... Monstro tem uma coruja urgente para o Mestre. É do menino Malfoy, o lindo menino Malfoy está precisando do Mestre.
Harry sentiu o calor subir por seu pescoço, já não era ruim o suficiente ele ter sido abandonado no meio do restaurante? O que Malfoy queria aborrecendo ele? Mas ao ler a caligrafia fina e curvada de Draco, o coração de Harry parou e ele ficou gelado. Não sabia o que pensar porque a noticia o pegou rapido demais.

- Harry? Harry o que está escrito?

Harry não tinha percebido que tinha se levantado da cadeira e derrubado o pergaminho no chão, seus lábios tremiam mas não saia nenhuma palavra deles. Rony sacudia seu ombro tentando chamar sua atenção e Hermione estava o chamando com a voz que ela usa quando segura o choro.

Andrômeda Tonks havia falecido.

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Draco sentia frio mesmo ainda sendo primavera, funerais sempre o deixava gelado. O ultimo funeral que ele havia presenciado era o de seu própio pai e já foi dificil o suficiente, ele não pensava de forma alguma que o da sua tia Andrômeda iria ser o próximo.

Ele massageou o peito aonde seu coração deu uma pontada de angustia, ele nunca iria pensar que ela estava tão deprimida a ponto de misturar várias poções e se suicidar. Ele nunca deveria ter deixado a porta do laboratório aberta. Todos diziam que ele não tinha culpa, que ela nunca demonstrava tristeza, mas ele não deixava de pensar nisso, se ele talvez tivesse sido mais atento. Ele sempre estava preocupado com a mãe que estava no St.Mungus com perda de memória precoce e nem se lembrava dele, e se esqueceu da pessoa que estava cuidando dele desde o fim da guerra, ele se sentia culpado sim, ele falhou novamente com a sua família.

As lágrimas agora caiam solta e ele passou a olhar ao redor do salão para procurar Potter, onde ele tinha se enfiado afinal? Mesmo com aquele encontro desastroso há uma semana atrás, no dia da morte de sua tia, Potter era a única pessoa que Draco queria por perto agora, ele estava sempre na casa deles, ajudando com Teddy ou conversando com Andrômeda, ele conhecia a rotina daquela casa, ele é parte da família.

O loiro respirou fundo ao enxergar Potter entrar junto com Weasley e Granger e foi rapidamente ao encontro dele, Potter o abraçou forte e Draco sentiu o cheiro do seu shampoo mentolado saindo da cabeleira espessa.

- Eu sinto muito. - Murmurou pela milésima vez naquela última semana.

- Eu também sinto muito.

O mundo estava um pouco menos de cabeça para baixo agora.

juntos pelo acaso » drarryWhere stories live. Discover now