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•• Jennifer ••

Ashton vem juntamente comigo para o seu carro e seguimos caminho até ao hospital.

"Devias avisar o Luke" diz-me Ashton colocando uma das suas mãos no meu ombro em forma de reconforto.

"Já lhe mando mensagem" digo num tom mais baixo do que estava à espera.

Eu estava numa mistura de sentimentos. Mas acima de tudo estava assustada. No fim do dia, ele é o meu pai. O meu único pai. Sei que a nossa relação foi tudo menos boa, mas não lhe desejava nada disto. Mas porque será que ele ficou assim?

Sigo o concelho do Ashton e mando a tal mensagem a Luke, a dizer que ia a caminho do hospital e para ele ir lá ter.

A primeira vista, Luke ficou nervoso porque pensava que se passava algo comigo mas expliquei-lhes que era do meu pai que se tratava.

Assim que chegamos ao local que mais detesto, a casa das mortes e doenças mais conhecida como Hospital, dirigimo-nos para a secretaria que lá havia para saber onde estaria o meu pai.

Tento controlar as minha emoções, e falo com a senhora aparentemente simpática.

"Boa noite, hm, podia me dizer onde está o meu pai?"

"Boa noite menina, diz só o nome do teu pai e quando ele deu entrada neste hospital" diz ela.

"Jack, ele entrou à alguns minutos ou horas, nem sei só me ligaram à 5 minutos"

"Tudo bem, já vejo"

A mulher olha para o computador à sua frente e começa a teclar o nome que lhe tivera dado.

"3ºandar, quarto 316"

"Muitíssimo obrigada"

Começo a correr até ao elevador e Ashton começa a resmungar por eu estar a andar muito depressa.

"Acalma-te, do quarto ele não foge"

"Mas pode fugir do seu corpo. E eu apenas o quero ver antes que isso aconteça"

Ashton calou-se e continuou a meu lado procurando o número.

Chego ao último daquele corredor e era este mesmo.

Estava receosa em entrar.

Que diria eu?

"Jenn, coragem" diz o meu melhor amigo de olhos verdes.

Acento e abro, por fim, a porta.

A imagem que vi foi mais dolorosa do que estava à espera que fosse. Ver o meu pai ali encamado e ligado a máquinas, foi provavelmente uma das piores coisas que encarei. As lágrimas queriam escapar, mas eu não as deixava.

Se alguém que me conhece minimamente bem me visse ali naquele estado, chamaria-me de falsa. De todas as coisas que disse do meu pai, eu sentia que não merecia estar ali. Não por ele, mas por mim.

Ele foi mau, bruto e até um monstro para mim. Mas mais que nunca, não o queria perder. Não agora.

Admito que lá no fundo quando vi que ele tinha voltado, fiquei minimamente feliz. Mas assim que este abriu a boca, perdi a felicidade toda.

Addiction • lrhWhere stories live. Discover now