Capítulo VIII - O banquete de Berna

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A festa, durante o dia, estava bastante animada.

Toda a aldeia estava vibrante, muita música e dança, bardos para todo lado. Una dirigia o coro, e organizava um grupo de dança que agora tomava quase todo o seu tempo, afastando-a um pouco das irmãs. Esse grupo se apresentou em homenagem a Berna, que circulou pela aldeia a tarde inteira como um pavão amestrado, seus pensamentos muito longe dali. A moça vira por acaso Fialar, irmão de Wotan, que ainda era muito novo quando os homens do clã partiram para poder acompanhá-los. Estava agora muito parecido com o irmão mais velho, exceto pelos cabelos, que eram lisos. A expressão era idêntica, e Berna sentiu um aperto no coração. Wotan costumava distraí-la nas suas festas. Ele a desdenhava às vezes, em outras a tratava bem, e Berna sabia que ele gostava dela, mas nunca tinha coragem de tirá-la para dançar. Alguém aparentemente havia tirado Berna agora, porque ela estava dançando. Olhou com quem. Era Asgard, um dos jovens que viria a sua casa naquela noite. Ela sorriu para o rapaz: completamente sem sal. Seus pensamentos se desviaram de novo, para a tortura daquela noite dessa vez. Precisava combinar com Tristan, para ele guardar-lhe um lugar ao seu lado. Não o vira ainda, ele devia estar de guarda.

Perto das sete da noite, quando a maioria dos aldeões já estava completamente bêbada, Berna e as irmãs foram para casa aprontar-se para o banquete. Kyrah não gostou dessa parte, embora a perspectiva do banquete lhe animasse. Eram bons guerreiros e boas histórias de carnificinas. Elas tiveram depois que ajudar a servir.

Berna entrou na sala com uma ânfora de vinho. Os homens sentavam-se. Heric colocou Beowulf a sua direita, demonstrando claramente sua preferência. A moça passou por Tristan e murmurou:

— Guarde um lugar para mim.

Tristan colocou seu escudo sobre o banco ao lado. Heric deixou vago um lugar ao lado de Beowulf também. As outras mulheres entraram na sala e começaram a servir. Heric ergueu o chifre em que bebia:

— Um brinde a minha doce Berna! — sugeriu. — Olhem para ela, rapazes, não enche os olhos? Não é a coisa mais linda que um homem pode desejar? Orgulho-me de tê-la gerado junto a minha pequena Ondina — ele agarrou a cintura da esposa, que lhe servia o porco selvagem, e puxou-a para seu colo, bebendo o vinho.

Berna sentiu-se corar; estava sendo oferecida como uma mercadoria. Os homens podiam nem ter notado, mas ela sentia-se ofendida, apesar da expressão impassível. Ela realmente estava linda. Seus cabelos estavam soltos, com apenas uma mecha presa com uma fita azul entremeada. Algumas margaridas brancas também pontilhavam sua longa cabeleira escura. Usava um vestido de seda azul clara, com a blusa de mangas bem largas e ombros descobertos; por cima, um vestido-avental também azul, com a parte de cima bem ajustada ao corpo. Ela também colocara uma medalha de prata que, sentia-se mal em pensar, devia ter pertencido a uma mulher que agora era escrava. 

Todos os olhos estavam pousados nela, enquanto a moça servia vinho

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Todos os olhos estavam pousados nela, enquanto a moça servia vinho. Todos exceto os de Beowulf, a quem o comentário de Heric fora dirigido.

Os olhos do Urso Raivoso nada tinham de raiva agora, enquanto seguiam Kyrah. Ela usava um vestido verde escuro, com a saia toda retalhada, mas ainda não costurada. Seus cabelos estavam presos numa trança, com uma fita verde e ramos de folhas. As mãos finas e compridas traziam anéis de esmeralda, e no tornozelo, o Urso sabia, havia uma adaga amarrada.

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