Eu precisava fumar um e, por mais que eu odiasse admitir, eu gostava do fato daquele cigarro em particular ter estado em seus lábios alguns segundos antes.
Peguei o cigarro de sua mão.
Você observou com atenção enquanto eu o colocava nos lábios e então puxou um maço de cigarro do seu bolso traseiro e pegou um. Eu quis rir, você era tão cara de pau.
— Achei que era seu último. — Eu disse, erguendo as minhas sobrancelhas.
— Acho que eu me enganei. — Você respondeu, dando de ombros.
Rolei os olhos.
— Sai comigo, Charlie. — Você soltou de repente.
Meu coração deu um pulo. Sua voz era grave e confiante.
E novamente, você não estava perguntando.
— Não. — Eu disse rapidamente.
— Por que não?
— Eu nem te conheço.
— Nós dividimos um cigarro, acho que nos conhecemos o suficiente.
Eu parei de andar e me virei em sua direção. Você me encarou e esperou.
— Eu te conheço há dez minutos e já não gosto muito de você.
— Você vai gostar.
— Duvido muito.
— Janta comigo e eu vou te provar. — Você disse, sorrindo torto, aquele mesmo sorriso que você havia me lançado na lanchonete. Não deixei de reparar no duplo sentido da frase.
— Não. E não importa o que você fizer, não vai funcionar. Eu não estou interessada.
Você sorriu ainda mais e me encarou por um breve momento.
— Eu te dou um mês para estar completamente apaixonada por mim.
E então foi a minha vez de sorrir.
— Uau, você é convencido. Isso não vai acontecer nem em um milhão de anos. E você acabou de me fazer gostar ainda menos de você.
— Eu não sou convencido, anjo. Eu só sei das coisas.
— Não me chame de anjo — repreendi, irritada com o apelido.
— Tudo bem, linda.
Eu te fuzilei com o olhar e você apenas sorriu.
— Você é um cafajeste, Kellan, e eu não sou idiota para me envolver.
Você franziu as sobrancelhas e fingiu ficar ofendido.
— Por que você acha que eu sou um cafajeste?
— Você está me convidando para jantar, mas vai sair com uma amiga minha hoje à noite.
— A garota que me ligou ontem é sua amiga?
— É — respondi.
— Tanto faz. Eu cancelo com ela. E agora, sai comigo?
Eu te encarei um pouco chocada. Você descartou Natalie em questão de segundos. Eu odiei a parte de mim que te adorou por isso.
— Não. E eu não quero que cancele com ela.
— Foi você que deu meu número a ela? — Você perguntou.
— Fui.
— Não te incomoda que eu a leve para sair?
— Nem um pouco, você é livre para sair com quem quiser.
— Acontece que a pessoa com quem eu quero sair não quer sair comigo.
Eu sorri.
— Você não está acostumado com isso, não é? — perguntei a você.
— Com o quê?
— Com garotas te dando fora.
— Você não está me dando um fora, anjo. Você vai sair comigo. Talvez não hoje, talvez não amanhã. Mas eventualmente vai. E quando isso acontecer, você vai amar cada segundo.
Você estava errado sobre muita coisa, mas estava certo quanto a isso. Eu saí com você eventualmente e amei cada segundo.
Dito isso, você sorriu e foi embora, me deixando sozinha com seu cigarro entre meus lábios.
E essa é a terceira razão para eu te odiar:
Seus cigarros.
Porque o que eu não sabia naquela época é que você podia ser mais fatal do que qualquer cigarro que eu já coloquei em meus lábios.
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Com amor, Charlie
Romance|LIVRO 1| DISPONÍVEL COMPLETO NA AMAZON: https://www.amazon.com.br/dp/B077V2TV36/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1512127418&sr=8-1&keywords=com+amor+charlie Ela é fria como gelo. Ele é quente como fogo. E ele está mais do que determinado a derreter o coração...
três | c i g a r e t t e
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