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Ainda não pediram o resgate.
A polícia, nem ninguém contratado pelo Sr.Parker tem idéia de quem possa ter sequestrado a Sra.Parker.

Foi deixado apenas um bilhete no anexo da empresa informando que se trata de um sequestro.  O Sr. Parker estava em NY e veio pra cá o mais rápido que pôde, ele diz que pagará o que for preciso para a liberdade da esposa e pelo que o papai contou, o Sr. Parker está em pânico.

O meu pai é quem me deu as informações porque não posso entrar na mansão Parker -Não sou da família- E não vejo o Oliver desde antes de ontem, durante o vôo ele não falou comigo, nenhuma palavra sequer. Respeito isso, a mãe dele foi sequestrada e caramba, deve estar sendo uma barra mas , mesmo com toda essa história aconteçendo a ele achei que ele fosse me ligar ou mandar uma mensagem dizendo que está bem ou mal até, só que não tem mensagem, ou ligação.  Ele não entrou em contato comigo.  O papai disse que não o viu quando foi a mansão Parker - Papai está no caso - E pedi a ele que dissesse  pro Oliver que estou aqui por/pra ele.

Suspiro andando em círculos no meu antigo quarto.
Enfim estou em casa e por uma razão tão desagradável.
A mamãe ficou feliz em me ver , aliviou a tristeza de ter uma amiga sequestrada.
O meu pai tem ficado o tempo inteiro na delegacia, ele e todo o departamento estão tentando entender o sequestro, tentando localizar os sequestradores e descobrir quem são .

Mordo o lábio enquanto puxo o pingente de dente de leão do meu colar.
Fito a parede cheia de recortes de jornais .
Meu quarto. Sorrio.  Continua tudo no mesmo lugar.
A cama de casal ao lado da janela,  duas estantes de livros uma em cada parede -paredes em tom verde claro- carpete azul com formas geométricas (presente da vovó antes de se mudar pro Talahassee).

A casa toda continua a mesma.
Os vizinhos.
Tudo.

Exceto que na minha cabeça, quando voltasse a Carolina pra uma visita,  todos estariam felizes e não tristes e preocupados.

Sento na ponta da cama e me deixo cair.
Passa das onze,  o meu pai ainda não voltou, eu não consegui ver o Oliver desde que chegamos,  perdi o jantar com o Duke, amanhã é segunda e não estou nem aí para as aulas que vou perder. Só queria um telefonema.

Será que foi assim que ele se sentiu quando me escondi de todos depois do desastre com o Neytan? 

Ugh.

Passamos quase oito horas dentro de um avião em um silêncio mortal!  No aeroporto , o carro do pai dele estava nos esperando e o motorista me deixou na delegacia no centro de Taylors, meu pai me trouxe, Oliver nem me deu tchau.

Depois do jantar tomei duas pílulas pra dormir.
Acho que não estão fazendo efeito.  Nada está.  Me sinto uma idiota por ter vindo.  É a família dele e...Não, não . Sou a melhor amiga dele. Oliver é filho único e eu sou o que ele tem além do pai e da mãe.  Vou esperar, ele vai me procurar.

                  ***

- Ele disse que viram a Maria pela última vez lá no centro - Mamãe fala enquanto me serve o café.  Queria ter visto o meu pai quando ele veio em casa mas não o vi porque o remédio acabou me derrubando. - O Theodore, motorista dos Parker,  a deixou na Botique La Fontaine daquela amiga dela lá, a Dorotéia.

- Uhum.

- E aí,  quando o Theodore foi busca-la ela não estava mais lá, a Dorotéia a viu saindo da loja mas não a seguiu, claro, e então ela desapareçeu. - Mamãe senta e gesticula para que eu pegue o que quiser na mesa. Tem biscoitos, bolo e frutas.  Pego um pedaço de bolo.  - E aí quando o Theodore chegou na mansão Parker,  o bilhete estava preso no portão.  - Ela suspira soprando a xícara para esfriar o chá  - A Maria não mereçe isso.

Melhores Amigos, Melhores amantesWhere stories live. Discover now